Julho — Incredulidade, negação e morte

Lyz Beltrame
Psicopompus de Luxo
7 min readJun 30, 2023

Julho de 2023 é igual a Fevereiro de 2022 porém muito diferente.

Fevereiro de 2022 foi um momento que redefiniu muita coisa na vida de todo mundo que eu conheço porque levantou questões muito complexas que o resto do ano nos exigiu atentar. Especialmente pra quem faz aniversário em Dezembro e em Fevereiro, ainda mais ainda pra quem é de 02, 12, 20 e 22 de Fevereiro.

Foram questões que passaram pela nossa tendência à submissividade, a ser agradável e maleável pra agradar ou pra manter um certo ambiente mais amigável. Questões do esforço pra manter essas relações e uma exaustão que se demonstrou insuportável: um “buraco” na nossa vida de tudo que estivemos cobrindo com esse esforço e a outra parte colocando praticamente nada de volta.

Fosse em termos das submissões, do quanto sofremos com a nossa dificuldade com assertividade, as consequências de não saber se afirmar, o cansaço de se esticar tanto, a falta de reconhecimento e esse sentimento de isolamento.

Caso é que Fevereiro de 2022 foi a epítome da sequência numérica 2222 que pode até ser bonitinha mas é ordinária!

À medida que o ano de 2022 foi passando tivemos que tomar posições acerca dessas dinâmicas pra que elas funcionassem melhor; fosse nos retirar das relações que dependiam dessas submissões abusando da nossa boa vontade, fosse dar rumo pra esse mediúnico que inundou nosso emocional. Ambos deram um baque severo no corpo.

(e claro, os vazamentos, infiltrações, chuvas, inchaço, choro… a água menos metafórica ou elemental)

Em Fevereiro /22 sentimos tudo isso em Julho /23 isso se torna um problema.

Fevereiro /22 nos demonstrou algo e Julho /23 nos exige algo

Imagina que um problema foi exposto num determinado momento e isso movimentou toda nossa vida. Ótimo. Mas o problema foi resolvido?

Não preciso ficar listando todas as questões do 2222 que todo mundo sabe bem quê que rolou em Fev22 e sabe pontuar exatamente quais questões foram levantadas pra si e como elas foram trabalhadas de lá pra cá.

Mas é que a questão desse mês está pro 49 e é do 49 que adentramos o 2222; então os assuntos são os mesmos? Sim, mas com uma mentalidade e um objetivo muito diferente.

Um pouco de numerologia?

Em Fev22 a base da conta era o 2222 e esse era o ponto de partida pra tudo que vimos no tema dessa sequência. A conta se desenvolvia pro 444/88/7 já de cara e as coisas já começavam aí:

A tal daquela água toda nos inundou; amamos, sentimos, sensitamos, hesitamos, colocamos todos os panos quentes do mundo e nos esforçamos imensamente sem resultado e aquilo foi uma frustração demonstrada.

A base da conta de Jul23 não é sequencial, ela aparece a partir de outros valores, em geral vem do 949 o que vai pontuar essas mesmas tendências a partir das questões do 94 e do 49.

Não são as tendências do 2222 que aparecem e ficam óbvias, como ano passado, mas as inseguranças, agressividades e medos do 949 que trazem o 2222 de volta pra mesa e aí é uma situação de vai ou racha.

Carmico de Julho é 49 — Yang Fraco

É um daqueles momentos. O valor de Julho pra essa década inteira é justamente o 94, que é o masculino forte e aí esse abençoado ano trouxe o 49 pra perguntar se tá fortão mesmo, monstrão.

No 94 experimentamos o melhor que a energia masculina tem a nos oferecer: impulso, criatividade, inventividade, assertividade, auto estima, a audácia e a ousadia que somente um homem branco e médio poderia representar!

Mas é no 49 que vemos essas qualidades desfarelarem: o medo e a insegurança do sentimento de incompetência e incapacidade. Esses sentimentos viram conservadorismo, protecionismo, egoísmo, ciúmes e uma resposta exagerada, agressiva e violenta quando questionado.

São valores que representam os homens sim, portanto influencia no corpo, na saúde deles mas também nas funções mais masculinas do corpo, da natureza e do trabalho. A relação com a masculinidade em si entra em cheque e nos questionamos das nossas competências em yang.

Sendo o 49 um valor de morte vai trazer rompimentos nas relações de maneira direta: a morte dessas relações que, em outro momento talvez até fossem sólidas.

O ciclo do 2 (dias 2, 12, 20 e 22) traz 494 com 2222, sendo que dia 22 vemos um esquisitíssimo 4994/4949/222222/4444 e aí é só Deus pra nos acudir mesmo.

São os nervosismos e comportamentos deploráveis do 49 que nos levam ao 2222 e a gente relembra como vivia antes de Fev22 e se questiona “uai caralho tô eu aqui de novo?”

As incompetências todas do 49 nos levam à um nível de reação emocional tão intenso que desaguamos em chorar, desmantelamos tentando tornar as coisas menos extremas mas isso vai exigir ou somatizar de tal modo no corpo e tudo pifa.

O 49 já é inflexível sozinho, com o duro 444 as articulações e os músculos ficam especialmente rígidos e enquanto 2222 traz inchaço, retenções, uma sede sem fim o 444 deixa o corpo todo dolorido e é de tal modo que todo mundo tremendo de raiva igual pinscher e tenso até rachar.

(daí racha igual um cactus que abre e sai um litro dágua — chorando)

Tem 19 praticamente todo dia

Mas só tem 1818 dia 17 e 1918 dia 27.

Se o 19 fala de movimentos, fins e começos, do imprevisível e do incontrolável, quando ele vem com frequência esses movimentos se tornam uma constante.

As coisas vão acontecendo, todo dia tem uma coisinha (e estamos sensíveis e irritadiços), todo dia algo foge ao nosso controle, todo dia algo de imprevisto não sai como gostaríamos (e estamos agressivos e inseguros) e nem temos valores longos pra gatilhos de transformações significativas…

Na verdade temos muitos 4 e muitos 2 que são lentos junto com o 49 que é um pneu meia bomba! As coisas estão se movimentando sim, o 19 como que vai empurrando um carro enguiçado ladeira acima num dia de chuva.

A insegurança da falta de reconhecimento

O que está acontecendo de facto em Julho é que estamos na falta de quem reconheça nossos esforços; estamos física e emocionalmente reativos e exaustos e tudo isso vira um imenso desconforto.

É como se tudo que fazemos fosse pouco, ou tudo que precisa ser feito exige muito.

Nesse mês já partimos da premissa que estamos inseguros, que estamos na corda bamba. Estamos todos nervosos e os ânimos extremamente exaltados.

Disso o 2222 quer tentar apaziguar mas o clima geral é agressivo, tá todo mundo rosnando e não tá tendo muita abertura e essas tentativas podem piorar a situação. É possível vermos dinâmicas desproporcionais de poder e um certo prazer em humilhar quem cede.

Tem muito trabalho, tem muita coisa pra fazer e parece que a mão virou um malho de alface: estamos distraídos, desastrados e se concentrar é um desafio. Mas tem muito trabalho!

Em todo caso aquele sentimento que vimos em Fev22 de que havia uma falta abissal de assistência e retorno — e que mês passado foi tema de discussão — nesse momento se torna exigência porque:

Se na continuidade desse padrão chegamos num limite de tensionamento das nossas possibilidades e rompemos. Rompemos por pura desistência mesmo porque se esse reconhecimento não chegou até agora atingimos um nível tal de despropósito que nos desprende do quê quer que seja.

Por outro lado nas áreas em que estamos bem posicionados (não, não vamos escapar a esse gostinho de bile) temos oportunidade de sermos muito bem reconhecidos. Mas o investimento pessoal é alto.

Incredulidade de São Tomé — Caravaggio

É uma reatividade de quem quer um nível de comprometimento e de envolvimento maior. Questões de certo e errado, de senso de justiça e reparação ou simplesmente de oportunidade e isso pode vir de uma postura insegura ou de uma postura violenta que quer o que acha que lhe é devido.

Tem muito serviço mediúnico

E sendo mês de guia 6 recorremos às devoções pra encaminhar a procissão de desencarnados precisando manifestar emocional pra se resolver.

2222 é de um campo da sensibilidade empata (que chamam muito de “esponjinha” mas eu prefiro Mediunidade de Acesso) em que os sentimentos passam pelo corpo pra poderem ser processados.

Vindo de um valor de morte acabamos lidando mais literalmente com o desencarnado. Interessante também que o 49 acaba regendo as religiões dos Deuses-Mortos — como Jesus e Osíris. Um papo de ressurreição e resgate. Nossos cultos, consciente ou inconsciente, intencionalmente ou não serve à muito mais quê nossos propósitos e criam ambientes de encaminhamento e cura.

Neste momento pra quem está machucado e precisa de atenção.

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Lyz Beltrame
Psicopompus de Luxo

Cartomante, numeróloga e oráculo das estrelas. Designer, ourives e desenhista wannabe.