Junho — Mundo gira e a verdade aparece

Lyz Beltrame
Psicopompus de Luxo
6 min readJun 1, 2023

Junho tem uma configuração bastante curiosa e esse mês os ciclos vêm separados em “ternários” — que são agrupamentos de três grupos que se intercalam. Eu vou explicar essa configuração e mais a frente está a previsão desse mês normalmente:

Ternários, ciclos e intercessões

Ternários são os grupos de três valores agrupados por qualidades comuns. Nesse mês vamos por esse agrupamento:

1, 4 e 7 — Ternário de praticidade, objetividade, materialidade e experiência

2, 5 e 8 — Ternário de sensitividade, fé, mediunidade, emoção, sensações e definições

3, 6 e 9 — Ternário da mente, da intelectualidade, memória, articulação e socialização

O que acontece em Junho é que temos repetição não só de um tema, mas a repetição de exatamente os mesmos valores dentro de cada um desses ternários. Então temos um movimento intercalado, como os Gunas se movimentando, como as bolinhas de um malabares se alternando, em que esses temas se sobrepõem.

No ternário da Praticidade (vamos chamar assim) temos os dias de final 1, 4 e 7 — Então dias 01, 04, 07, 10, 11, 14, 17, 21, 24 e 27.

No ternário da Sensitividade temos os dias de final 2, 5 e 8 — Então os dias 02, 05, 08, 12, 15, 18, 20, 22, 25 e 28

No ternário da Mente temos os dias de final 3, 6 e 9 — Então os dias 03, 06, 09, 13, 16, 19, 23, 26, 29 e 30

Observe que temos três grupos com 10 dias cada. Portanto esse mês não vamos ler em ciclos a partir dos guias, mas em cima da alternância desses ternários a cada 10 dias.

(é menos sobre o o quê cada grupo representa e mais sobre se localizar)

Um ciclo do dia 1 a 10. Outro ciclo do dia 11 a 20. Outro de 21 a 30.

As tabelas são mais pra perceber o padrão: os mesmos valores se repetindo

Observe que nos dias do Ternário de Praticidade vêm valores múltiplos de 3: sequências de comunicação, desacobertamento de mentiras, confissões e notícias.

Nos dias do Ternário de Sensitividade vêm valores mais práticos, mas mais especificamente, vemos mudanças e rupturas.

E nos dias do Ternário da Mente vêm os valores mais sensíveis, com ênfase pro 23/5 que trata dos propósitos, das paixões e da sexualidade.

E o mês inteiro estaremos circulando entre esses três temas, esses três momentos: uma revelação que dá lugar à uma ruptura ou uma mudança que mexe com a nossa noção de relação, entrega, compromisso e propósito. E isso vai se intensificando ao longo do mês, à medida que essa tendência se consolida e vamos vendo sequências numéricas cada vez maiores dando continuidade a esse movimento.

1518 junto com 1515 no primeiro ternário e repetições de planos e compromissos no terceiro

vamos aos factos:

Junho é mês das máscaras caindo

Durante o Ternário da Praticidade vemos números cada vez mais longos, sequências cada vez maiores dos valores múltiplos de 3 que tratam do socializar, estudar e entender tanto quanto das conversas, confissões e anúncios. O 39 está especialmente recorrente (e crescente) ao longo do mês e representa mais especificamente as coisas todas que estavam ocultas e que vêm à tona.

Vamos chegar num ponto em que é simplesmente impossível esconder qualquer coisa e a nossa cara vai virar um livro aberto. Com auge no dia 17 com 121212/3333 a verborragia nos vence e não há segredo que consiga permanecer guardado!

É desde fraudes, sonegações, falsificações, mentiras até aquilo que se oculta, o que nos escondem e omitem; passando claro por sentimentos, posturas, comportamentos, posicionamentos e padrões que não víamos e agora tudo isso se torna claro.

Tudo que esteve por baixo dos panos, tudo o que estava sendo fingido ou performado, em qualquer escopo — da vida pública, privada aos insights intuitivos e acesso à conhecimentos ocultos via meditação.

Tudo se torna claro, tudo é confessado, demonstrado, visto, exposto e anunciado, noticiado: esse mês tudo vai pro ventilador

Essa fofocaiada engatilha mudanças e rompimentos

Pro segundo Ternário temos valores de independência, individualidade e de morte ou afastamento.

Os valores que apontam essa necessidade de individualizar-se, separar-se (seja contextual ou conceitualmente) do outro são justamente os valores de movimento, mudança e dinamismo. Quando ele aparece demais (que é o caso esse mês) tudo é muito rápido, tudo acontece em alta velocidade, tudo muda muito rápido e fica difícil acompanhar o ritmo.

E essas mudanças estão nos instigando a nos delimitar à parte desses outros. E aí morre-se, rompe-se. Diferente de Maio em que os valores de morte vinham acompanhados de valores de acidentes e isso se tornou bastante literal, exaustivo e violento, nesse momento isso está mais figurativo tocando nossa busca por descanso, segurança e estabilidade.

O problema é justamente que não está tendo isso e a solução é se segurar nas relações mais sólidas — acontece que todas as relações aqui estão sujeitas à discussões acaloradas que jogam muita coisa pra fora (e na cara) e, apesar da energia intensa de socializar, vamos precisar nos isolar.

É curioso porque quando essas duas tendências aparecem juntas, precisamos tomar cuidado pra não recorrer aos nossos vícios pra abstrair do quê está rolando — e aí chegamos ao terceiro Ternário.

O quê realmente faz sentido pra mim?

No meio dessa loucura toda: quais são as estruturas que me dão chão, os pactos que mantém minha vida funcionando — e portanto os limites que não se cruzam — e onde estão as paixões que me movem?

Não existem segredos no mês de Junho e perceber a verdade ao nosso redor vai mexendo demais com a nossa realidade, com as nossas alianças e com como percebemos respeito, pacto e limites.

Se falávamos de sonegação, fraudes e crimes também falamos de leis.

Se falamos em mentir, ocultar ou enganar também falamos de honestidade.

É uma inferição sobre ética, dharma e o que é correto. O quê é respeito e quando é que ultrapassam os meus limites e o quanto eu preciso aguentar disso.

alguns valores se repetem pra além desse ciclo, como o 1618 que vem desde o anterior e 1819 lá do dia 12

É no Ternário da mente que vemos os valores que querem conseguir se relacionar, acessar o outro, mediar esses desentendimentos e redelimitar como essas relações e contatos podem funcionar.

São os mesmos valores que tratam dos estudos teológicos e mitológicos que dão corpo pra uma prática sacerdotal/ mágicka/ devocional de substância. Mas perceba que é a mesma lógica: entender do quê essa dinâmica é feita e como honrá-la.

Do quê uma relação é feita?

O quê vem primeiro? Fé ou disciplina? Paixão ou compromisso?

Quando encaramos uma grande revelação nossa realidade se modifica. Não existe verdade ou realidade objetiva, somente concordância entre aqueles que estão vendo a mesma coisa. Mas é que essa percepção mesma do quê as coisas são feitas vai mudar.

Uma vez que esses momentos começam a se intercalar e vão escalonando em intensidade todos esses tópicos vão encorpando e o movimento dessa “Roda Gigante” vai se retroalimentando e se mesclando:

O quê vem primeiro? A mudança de percepção? A verdade? A informação? O rompimento? Tudo está acontecendo ao mesmo tempo.

Sem fé não investimos em disciplina e sem disciplina não há fé.

Sem paixão, tesão ou vontade não nos comprometemos ou respeitamos nada. E sem substância, sem pegada o tesão murcha.

Se em Maio as relações minguaram por inanição em Junho nos voltamos ao quê somos de facto apaixonados, porque a paixão e a fé exigem mão firme.

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Lyz Beltrame
Psicopompus de Luxo

Cartomante, numeróloga e oráculo das estrelas. Designer, ourives e desenhista wannabe.