Março 2021: Para resgatar quem amamos
Eu gosto muito de olhar a numerologia passada pra tentar entender o caminho que os valores estão propondo.
Já tem um tempo que estamos trabalhando nossas questões emocionais e coletivas em termos de expectativas, compromissos e tradições. As tradições e ancestralidades trabalham através da identidade, da cultura e aí entram as expectativas de como a gente deveria viver a nossa vida, do quê deveria ser importante.
Dezembro pediu pra gente definir bem as nossas identidades, religiosidades, crenças e culturas (amores). Mas Janeiro abriu o ano perguntando: beleza, mas como você se sente de verdade? O que te desperta, o que te estimula, o que te dá tesão? E aí Fevereiro exigiu que a gente colocasse limites nas expectativas sobre a nossa vida.
Uma coisa depende da outra: reconhecer nossa egrégora, família e memóra; entender nossos sentimentos mais intensos pra reajustar as velas de acordo.
Tem exigências (culturais, sociais, familiares) que não cabem em como nos sentimos, em como queremos viver a nossa vida, no quê queremos criar e cultuar — e ressignificar isso é um processo emocional, herético e exaustivo.
Março é a analise da nossa disponibilidade
3º mês do ano é sempre momento de olhar em volta e colocar a nossa vida em perspectiva: o que eu tô querendo fazer da minha vida tem relação com como eu tô vivendo?
Em Fevereiro riscamos a linha do limite: isso eu não vou mais fazer! Tá. Mas os compromissos não somem porque a gente resolveu viver diferente, as responsabilidades se mantém, muda como lidar com elas: mas boleto chega, você vai pagar o boleto como?
E é um boleto importante, é o boleto dos nossos compromissos de vida, e por isso tudo tem sido horrivelmente importante, desesperadoramente ardido: é nosso carma em jogo. Mas ninguém é obrigado a nada.
Se 2021 é ano 5, Março é mês 8 e já estamos fechando o ciclo mensal coletivo¹: De Dezembro pra cá a realidade tem sido exposta nua e crua e agora é a hora de equalizar o jogo:
8 trata dos pactos, da ética, das consequências e hierarquias: é hora de encarar o resultado das nossas próprias ações e colocar na balança do que deu e do que não deu certo. Respeitar e aceitar as leis e pactos que nos regem, a ordem das coisas, a religiosidade que forma nosso imaginário —
Valor carmico do mês é 97/16/7
Que trabalha toda nossa potência através da experiência.
Pra atingirmos o nosso potencial completo de manifestação precisamos atravessar o limbo da existência. E compreendemos isso: Nos propomos a aprender, a viver, a estudar, a nos especializar, a sofrer, a fazer o dever de casa… O que preciso for pra alcançar nossas ambições.
Esse valor implica que temos habilidades e conhecimentos que outras pessoas não têm. Aquilo que sabemos mais e fazemos melhor — exatamente por experiência.
Aí falamos do magistério à gravidez: toda orientação (inclusive espiritual) e ajuda que oferecemos a quem precisa da gente. E nisso sacrificamos nosso tempo e projetos — volta ao início desse texto: a análise dessa disponibilidade.
Estamos compreendendo nossa importância na vida do outro pela contribuição que podemos dar
Já olhamos pros compromissos e expectativas, já avaliamos nossas paixões e vocações, já decidimos o que não vamos fazer — agora confrontamos isso com a realidade e a necessidade.
O que temos a oferecer pra quem verdadeiramente valoriza nossa expertise / presença nos traz um sentimento de expansão, potência e reconhecimento. Mas oferecemos o que temos e entregamos isso dentro das nossas condições: o outro só pode respeitar nossos limites.
Ter uma função real na vida de quem amamos nos dá propósito.
Mas não podemos salvar ninguém.
¹Que começou em Junho de 2020.