A decisão, o botão vermelho e o capitão nascimento.

Luciana Lindoso
_Pulse.Oficial
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3 min readNov 23, 2017

Decisões

Trinta e cinco mil. Esta é a média de decisões que tomamos por dia. Significa que a cada 2 segundos — mais ou menos — decidimos por algo… Se levantamos da cama assim que toca o alarme ou se mudamos para a função soneca — pra dormir por mais 5 minutos — \\o… Se vamos comer pão ou bolo no café da manhã… A quantidade de creme dental que vamos colocar na escova de dentes… Se tomamos banho quente ou frio… Enfim, é muita coisa mesmo e por enquanto estamos apenas considerando o cenário dos primeiros minutos após o despertar, agora, imagina quantas decisões ainda se fazem necessárias… Profissionais, Espirituais, Íntimas, Digitais — aquelas que tomamos usando equipamentos como smartphones, tablets, computadores, etc. Ufa!!

Naturalmente o cérebro humano tem um mecanismo de blindagem, para atenuar os altos níveis de fadiga que teríamos caso tomássemos tantas decisões de modo consciente, para isso ativamos um modo desenvolvido por nosso cérebro, que vamos chamar carinhosamente de modo avião, a lógica aqui é a mesma do celular/smartphone, algumas conexões são desativadas, como a maioria de nós se comporta de forma irracional e previsível é comum reproduzirmos padrões e atitudes, sendo assim, é possível não só prever, mas influenciar ações. O modo avião é considerado um viés inconsciente.

O botão vermelho

Sabe quando você vai comprar algo online e tem sempre um botão — geralmente vermelho — lá saltando da sua tela “falando” pra você clicar nele, todo lindo num lugar acessível e quando você se dá conta, Pá!! Clicou e já tá na tela de check in inserindo os dados do cartão??!!

Significa que alguém já entendeu que a grande maioria das decisões são influenciadas por fatores irracionais — modo avião ativo — e que portanto, deixar lá o botão-lindão-vermelho-no-canto-direito-da-tela faz toda a diferença para concluir uma atividade, essa compreensão do nosso comportamento tem levado diversos produtos digitais a criar mecanismos para se apropriar de técnicas que maximizem a experiência que uma pessoa possa ter ao utilizar uma interação em plataformas virtuais.

Fonte da imagem

Cores podem melhorar a leitura em até 40%, entre 55% e 68% o aprendizado e em 73% a compreensão.

A tecnologia não é — mais — externa a quem somos. É lugar comum. Porque é um agente modificador e introduz novos hábitos de pensar, consequentemente de decidir, compartilhando dessa linha de raciocínio, é fundamental saber o papel e a importância dos elementos visuais — que pretendo falar em outros posts — do design e a sua função psicodinâmica, emocional e persuasiva nas nossas decisões, que vai muito além de uma interface bonita, refere-se a um projeto visual, funcional e interativo, com a missão de facilitar a execução de uma atividade/uso.

Como profissional técnica e entusiasta de tecnologia, julgo ser um papel que me compete: a difusão do entendimento de como o a aplicação correta pode melhorar a vida das pessoas e seus negócios. E quem projeta para pessoas, deve ter o cuidado de pensar nos mínimos detalhes dos processos e gostar — conhecer e entender — da natureza humana e seus modelos mentais. Este é apenas um de uma série de 6 posts onde vou abordar a temática do Design e sua entrega de valor nos negócios.

O capitão nascimento

Bom ele entrou na história só pra chamar a sua atenção caso não tenha entendido o papel do design como a ponte entre a tecnologia e o usuário, vou lembrar o jargão que deixou ele famoso — personalizando um pouco pra casar no contexto e totalmente desprovida do intuito ofensivo — Caso não tenha entendido o meu recado, “Tira essa marra de tecnologia que você é muleque! m-u-l-e-q-u-e!”

Até mais!

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Luciana Lindoso
_Pulse.Oficial

Produto l Design l Tecnologia. Construo produtos que as pessoas usam e trabalho com gente envolvida em fazer isso.