Pesquisadora cria mapa de coletivos de mulheres e dissidências de gênero do cinema e audiovisual
Site Coletivas de Cinema é fruto do pós-doutorado de Danielle Parfentieff de Noronha, realizado no PPGCINE/UFF.
Está no ar, desde o começo de agosto, o Coletivas de Cinema, site que disponibiliza um mapa dos coletivos formados por mulheres e dissidências de gênero do cinema e do audiovisual.
O site é resultado da pesquisa de pós-doutorado de Danielle Parfentieff de Noronha, realizado no Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (PPGCINE/UFF). O projeto nasceu da reflexão sobre a relação entre equipes mais plurais e a construção de narrativas audiovisuais mais diversas.
Realizado por meio de um formulário, contatos com pessoas da área e buscas na internet, o mapeamento tem o intuito de trazer visibilidade para as iniciativas realizadas por grupos de mulheres e dissidências de gênero. No site, é possível filtrar a busca por coletivos tanto por região do país quanto por atividade principal. De Alagoas, estão presentes o Punho e o Ateliê Ambrosina.
Conheça a pesquisa
O projeto nasceu da reflexão sobre a relação entre equipes mais plurais e a construção de narrativas audiovisuais mais diversas. Danielle observou que o cinema e audiovisual comerciais brasileiros são majoritariamente produzidos por homens brancos, de classes mais altas, localizados principalmente no eixo Rio-SP. Como consequência, grande parte dos filmes e demais produtos audiovisuais que chega ao público traz em suas narrativas os pontos de vista desse grupo hegemônico, que acaba ignorando outras experiências e novas possibilidades de imagens, sons e perspectivas.
Nesse sentido, ampliar a pluralidade do que vemos nas telas, como em relação a gênero, raça, sexualidade, região, etc., passa, necessária e obrigatoriamente, por ampliar a pluralidade das pessoas que estão atrás e na frente das câmeras em todas as equipes e funções.
Os coletivos de profissionais mulheres e dissidências de gênero, são compreendidos na pesquisa, de maneira geral, como grupos que reúnem pessoas com interesses comuns — artísticos, culturais e políticos — e se apresentam como uma forma de alternativa e resistência a essa questão, pois produzem discursos, narrativas e ações que buscam, entre outras questões, trazer visibilidade para pautas e temáticas que normalmente não encontram espaços nas instituições e meios de comunicação hegemônicos.
Entrevistas
Além do mapeamento, serão realizadas entrevistas com seis coletivos sobre como se organizam, seus significados e, em especial, suas dimensões estéticas, políticas e estratégicas e possibilidades de atuar na transformação tanto das trajetórias das profissionais mulheres quanto das histórias que são produzidas pelo cinema e audiovisual, ainda levando em consideração os modos como se expressam, se relacionam e tensionam com a pluralidade de experiências e formas de ser mulher das profissionais envolvidas.
Os textos derivados da pesquisa serão disponibilizados no site do Coletivas de Cinema. Conheça, compartilhe e adicione novos coletivos: https://coletivasdecinema.com.br