Punho Cineclube #4: Rebu, Guaxuma e Vó, a Senhora é Lésbica?

Um texto sobre a segunda fase do Punho Cineclube, iniciada no fim de agosto.

laryssa andrade
PUNHO
3 min readOct 2, 2023

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Após dois meses, o Punho Cineclube retomou as suas atividades. O encontro aconteceu na sala de cinema do Centro Cultural Arte Pajuçara, no último sábado de agosto (26).

Buscando fortalecer as artes visuais produzidas por mulheres alagoanas, o projeto cineclubista amplia não só a visibilidade de produções realizadas por elas, como proporciona um espaço de discussão e debate, onde a comunidade presente troca ideias e experiências que enriquecem amplamente a experiência cinematográfica.

Fotografia: Laryssa Andrade / Punho Coletivo

Ao prestigiar filmes como Rebu, Guaxuma e Vó, a Senhora é Lésbica?, experimentamos a pluralidade visual no cinema. Documentário, animação, literatura e ficção, juntos. Relações familiares, amizades e a representação lésbica nas telas, fundamental não somente para promover a diversidade, mas também para quebrar estigmas e desmistificar ideias preconceituosas em relação à sexualidade, estiveram presentes no debate ocorrido após a exibições dos filmes.

O filme “Rebu — A Egolombra de uma Sapatão Quase Arrependida” (2019), dirigido por Mayara Santana, se destaca por sua importância ao explorar temas que permeiam os personagens, como identidade, pertencimento, com recortes sociais, culturais e de gênero. O roteiro, direção, montagem e a atuação cativante de cada personagem, incluindo o pai da realizadora, contribuem para criar uma narrativa envolvente que provoca reflexões profundas sobre pontos destacados pela diretora, como a “flexibilidade com a verdade, relacionamento abusivo, irresponsabilidade afetiva, reprodução de machismo, impulsividade e romance”.

Essas discussões tomam novas proporções em “Vó, a Senhora é Lésbica?” (2018). O conto, agora filme dirigido por Larissa Lima e Bruna Fonseca, aborda de forma sensível a questão da orientação sexual e a necessidade de diálogo intergeracional. Joana assiste, sem acreditar, o seu primo Joaquim questionar a avó Clarissa, a pergunta que dá título ao filme. A obra eleva a importância da compreensão entre diferentes gerações sobre o respeito às diversidades.

Concluímos a sessão com “Guaxuma” (2018), emocionante criação da diretora alagoana Nara Normande. Com uma abordagem visualmente pessoal e comovente, o filme mergulha profundamente nas memórias afetivas das personagens, explorando temas que circundam a amizade e as relações familiares. Visualmente, podemos observar a mistura única de técnicas de animação, a partir da utilização de areia.

Com a missão de destacar e celebrar as vozes criativas das mulheres no cinema, cada sessão do Punho Cineclube é uma oportunidade de mergulhar em narrativas cativantes, explorando perspectivas e estilos diversos do fazer imagem.

Fotografias: Laryssa Andrade / Punho Coletivo

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laryssa andrade
PUNHO

fotógrafa que escreve cotidianos e outras memórias.