Punho Cineclube #1: o filme Delas e As Praias de Agnès
A primeira sessão do projeto aconteceu no último sábado de março, 25, no Centro Cultural Arte Pajuçara.
O que acontece quando mulheres da imagem se unem. Essa afirmativa define o que aconteceu no último sábado de março, 25. O Punho Cineclube é um projeto realizado pelo Punho Coletivo e busca difundir, fortalecer e promover diálogos a partir de filmes alagoanos produzidos por mulheres. A iniciativa é realizada com recursos do Fundo de Desenvolvimento de Ações Culturais (FDAC) — VI Prêmio de Incentivo à Produção Audiovisual em Alagoas — Prêmio Pedro da Rocha.
Iniciar o projeto com o curta alagoano Delas (2017) e As Praias de Agnès (2008), trouxe para perto a sensação de que as obras se relacionaram continuamente, uma vez que ambas retratam a criação e o olhar feminino no cinema.
No primeiro filme vimos a cena alagoana. Nele, se misturam olhares de realizadoras como Karina Liliana, diretora do filme, Arilene de Castro, Alice Jardim, Flávia Correia, Larissa Lisboa, Maysa Reis, Melina Vasconcelos, Nina Magalhães, Renata Baracho, Taynara Pretto e Viviane Araújo. Um convite a observarmos a particularidade presente em cada mulher que escreve, edita, fotografa e pensa o cinema de Alagoas. Com gravações em ambientes onde a vida cotidiana se dá, seja presencialmente ou em entrevistas online, a montagem do curta nos prende a esse movimento único da criação: aquilo que acontece diante de nós.
Em seguida, As Praias de Agnès nos trouxe, em quase duas horas de exibição, as diversas camadas da vida de quem faz o cinema. Assim como no filme alagoano composto por narrativas afetivas sobre o tempo e a imagem, Varda caminha entre areias e memórias, nos oferecendo sentimentos pessoais e singulares de quem fez imagem por longos anos. A obra costura e exibe todos os seus filmes, uma retrospectiva do tempo-espaço ocupado não somente por ela, mas também por todas as pessoas que estiveram em seu caminho. Assim, os filmes exibidos nos mostraram que as cenas criadas por nós refletem as nossas vivências. Neles estão as alegrias, os medos, a memória que escolhemos partilhar.
Foram as imagens presentes na cena alagoana e em cenários distantes que decoraram não apenas as horas assistidas nesta primeira sessão, mas também o bate-papo seguinte aos momentos de contemplação. O Punho Cineclube se torna um convite permanente para que escutemos a história através de suas criadoras, e, ainda, ampliemos discussões sobre as condições em que as imagens estão e serão realizadas, especialmente em Alagoas.
Informações sobre as próximas sessões são compartilhadas no perfil do Instagram do coletivo.
