Puntero Izquierdo
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13 min readMar 27, 2017

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Sua morte virou notícia, mas ninguém procurou saber sobre sua vida dedicada a um clube do interior gaúcho

Por Guilherme Granez

Na noite de 27 de março de 2014, o site do Diário de Santa Maria, maior jornal da região central do Rio Grande do Sul, noticiava: “Roupeiro do Inter de Santa Maria morre após mal súbito em jogo do time na Divisão de Acesso”.

A notícia rapidamente ganhou os portais nacionais. No UOL, a manchete procurava chamar a atenção do leitor, fazendo a conexão do atacante Josiel, em campo naquela partida, com seu ex-clube mais famoso: “Roupeiro sofre infarto e morre após ex-flamenguista errar pênalti”. Sites de todo o Brasil publicaram a notícia inusitada sobre a morte de um roupeiro após seu time perder uma cobrança de pênalti. Os jornais de Santa Maria ainda noticiaram o enterro do funcionário do clube, mas depois do dia 28 de março nenhum outro site voltou à história, que rendera cliques na noite anterior, mas já era passado.

Por trás da notícia inusitada, que perdeu o interesse no intervalo de 24 horas, está a história de um homem que dedicou grande parte da sua vida a um clube do interior gaúcho — e que por fim saiu de cena exatamente numa partida do clube que tanto amou.

Monovan era roupeiro do Inter-SM desde meados dos anos 90. Foto: Fernanda Ramos/Diário de Santa Maria

Uma família colorada

Monovan Gomes, morto aos 66 anos, era o nono de doze filhos e carregava consigo o singelo apelido de Mano. A ligação com o Esporte Clube Internacional, clube de Santa Maria, vinha de casa. Seu pai, Miguel Pereira Gomes, conhecido popularmente como Tabica, foi um dos fundadores do clube em 1928 e chegou a ser jogador. A mãe, dona Valmira, também frequentava os jogos, o que fez até o fim da vida. O Inter de Santa Maria, no fim das contas, era mais um filho do casal. O Inter era um irmão de Mano.

Naquela noite de 27 de março de 2014, o Inter-SM vencia o Santa Cruz por 1 a 0 no Estádio Presidente Vargas, casa do alvirrubro de Santa Maria, em partida única válida pelas quartas de final do primeiro turno da Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho daquele ano. Josiel, o experiente atacante com uma passagem pelo Flamengo e a artilharia do Brasileiro de 2007 pelo Paraná Clube no currículo, era o protagonista. Autor do primeiro gol, ele cavou um pênalti após cobrança de falta na área do Santa Cruz aos 18 minutos do segundo tempo, provocando ainda a expulsão do zagueiro Diego Borges, que o teria agarrado, na visão do árbitro Daniel Nobre Bins. O próprio Josiel partiu para a cobrança.

Revelado nas categorias de base do Inter de Santa Maria, Josiel retornava ao clube ao final da carreira, na esperança de devolvê-lo à primeira divisão do futebol gaúcho. Depois do estrelato, o atacante nascido em Rodeio Bonito vivia um ocaso na carreira, e sua volta ao clube que o havia revelado no final dos anos 90 era uma daquelas potenciais histórias em que ídolo e time se reencontram para se reeguer.

O pênalti acabou parando na trave esquerda do goleiro Juliano. E a classificação à semifinal, que parecia certa, ficou ameaçada. No lance seguinte, Caio empatou a partida para o time de Santa Cruz.

A notícia vinda do vestiário acabou parando a partida por cerca de 13 minutos. Mano, o roupeiro do clube, havia sofrido um mal súbito e teve de ser levado ao Pronto-Atendimento do bairro Patronato. A bola voltaria a rolar e o Inter acabaria vencendo por 2 a 1, avançando à semifinal do primeiro turno, quando acabaria eliminado pelo Ypiranga. No segundo turno, o time não conseguiria a classificação para a fase final.

A Baixada Melancólica. Foto: Iuri Muller

O time do coração

Fundado em 1928, o Inter-SM surgiu a partir da ideia de criar uma equipe que pudesse fazer frente ao Riograndense Futebol Clube, na época uma potência do futebol gaúcho e vice-campeão estadual em 1921. O Periquito, como é conhecido o Riograndense, representava a comunidade ferroviária de Santa Maria, um importante polo desse setor no Rio Grande do Sul.

“A história começou com três guris que se juntavam para bater uma bola, eles tiveram a ideia de formalizar essa iniciativa criando um clube de futebol, o tio de um deles ‘patrocinou’ os meninos com os equipamentos e assim nasceu o Esporte Clube Internacional”, explica o jornalista e escritor Cândido Otto da Luz, autor do livro “Almanaque dos 80 anos — E.C. Internacional”. Os mentores da criação foram Érico Weber, José Benevenutto Lozza, o Juca Lozza, e Olavo Castagna. Antônio Lozza, tio de Juca, foi quem doou os primeiros uniformes, já na cor vermelha para combinar com a cor de preferência de seu lenço, já que Lozza era partidário dos maragatos. Como o Colorado de Porto Alegre havia sido campeão gaúcho pela primeira vez em 1927, o nome escolhido foi Internacional, também pelo fato de que em Santa Maria já havia o “Grêmio”, o extinto Grêmio Sportivo Brasil.

Os primeiros enfrentamentos entre Inter-SM x Riograndense apontavam amplo predomínio do clube ferroviário. Foi apenas nos anos 1940, no entanto, que as disputas se equilibraram no duelo “Rio-Nal”. Nessa década, o Inter-SM conseguiu a primeira vitória em clássicos, em 1940, e obteve algumas conquistas do campeonato citadino. Porém, a impulsão do clube se deve a outro fator. “O Inter-SM esteve a ponto de fechar, mas a construção do estádio Presidente Vargas, em 1947, sem dúvida nenhuma foi o ponto de virada para o clube se estruturar”, afirma Cândido, se referindo à importância da construção da “Baixada Melancólica” para o crescimento do clube. Erguido ao lado do Cemitério Municipal, palco de repetidas derrotas em jogos importantes e atravessada, no inverno, por um cortante vento de mau agouro, o Presidente Vargas, também chamado de “Baixada”, logo viu o “Melancólica” juntar-se ao nome.

Em 1949, o alvirrubro santa-mariense revelou Waldemar Rodrigues Martins, o Oreco, que posteriormente se tornou ídolo no Internacional de Porto Alegre e integrou a Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo na Suécia, em 1958.

O grande período da história do Internacional de Santa Maria foi, sem dúvidas, o início dos anos 1980. O clube teve campanha de destaque no Gauchão de 1980, fato que garantiu a classificação para a disputa da Taça de Prata do ano seguinte (equivalente à segunda divisão do campeonato brasileiro). Ainda naquele ano, o Inter-SM sagrou-se campeão do interior com vitórias sobre Grêmio e Internacional na campanha exitosa. A vitória sobre o Grêmio, aliás, é guardada com carinho na memória do torcedor alvirrubro. No dia 08 de novembro de 1981, o Inter-SM derrubou o Tricolor gaúcho, então campeão brasileiro, por 3 a 1, no estádio Presidente Vargas. No elenco gremista estavam nomes como o goleiro Leão, Hugo De León, Tarciso e Baltazar.

O desempenho no Campeonato Gaúcho de 1981 rendeu a classificação para a disputa da Taça de Ouro de 1982, primeira divisão do campeonato brasileiro. O clube chegou a enfrentar o Vasco da Gama em duas oportunidades, goleada vascaína por 7 a 0 no Maracanã e resposta colorada em Santa Maria, com vitória por 3 a 0 sobre o cruzmaltino de Roberto Dinamite e Antônio Lopes.

A ascensão do lado vermelho de Santa Maria coincidiu, no entanto, com o enfraquecimento do maior rival. Com a decadência do setor ferroviário, o Riograndense encerrou as atividades profissionais, fechando o departamento de futebol e licenciando-se da FGF.

O enfraquecimento econômico da região central do Rio Grande do Sul também acabou por vitimar o Inter-SM. O clube perdurou por anos na elite do futebol gaúcho até ser rebaixado em 1989. De lá pra cá, alternou acessos e rebaixamentos. O último acesso do clube foi em 2007. No ano seguinte, na primeira divisão, o alvirrubro fez excelente campanha e terminou na terceira colocação. Contudo, as dificuldades financeiras impuseram um novo rebaixamento à Divisão de Acesso em 2011, onde o clube se encontra até hoje. Próximo de completar 90 anos de história, em maio do ano que vem, o clube se encontra às voltas com mais uma tentativa de acesso à primeira divisão estadual.

Se num mapa do Rio Grande do Sul forem riscadas duas linhas, uma ligando os extremos Norte e Sul e a outra, os extremos Oeste e Leste, no encontro entre ela, com alguma boa vontade, está localizada Santa Maria. Por isso a cidade é considerada o “Coração do Rio Grande”. O Esporte Clube Internacional, por associação, se intitula o Time do Coração.

Reprodução do Almanaque dos 80 anos do Inter-SM.

A pioneira torcida gay

Nascido em 1947, Mano tentou jogar futebol, mas não obteve sucesso. No entanto, nunca esteve distante do clube que o viu nascer. No início dos anos 1980, foi parte de um capítulo importante da história do Inter-SM ao criar, ao lado de Marcelino Cabral, a torcida Maré Vermelha, uma das primeiras torcidas gays do Rio Grande do Sul e reconhecida em todo o interior do Estado.

Marcelino Cabral era carnavalesco e conhecido por ser integrante da escola de samba Vila Brasil, que tinha uma ala gay na sua composição. “O Marcelino e um grupo de gays decidiram ir a um jogo do Riograndense e tiveram o acesso negado, a partir daí elas acabaram se organizando e foram para o Inter-SM, dessa forma surgiu a Maré Vermelha”, relata a funcionária pública Marquita Quevedo, ex-integrante da torcida organizada e ligada fortemente ao Carnaval da cidade.

O nome “Maré Vermelha”, relata Marquita, surgiu do desastre ocorrido em 1978 na costa de Santa Vitória do Palmar, no extremo-sul brasileiro, em que milhares de animais marinhos começaram a aparecer mortos na praia de Hermenegildo. Até hoje se desconhece a causa exata e precisa do acontecimento denominado “maré vermelha”, que recebeu tal nominação pela cor das águas. “O nome Maré Vermelha estava na pauta da mídia pelo que ocorreu no sul do Estado, eu não me recordo quem teve a ideia de colocar esse nome na torcida, mas sei que foi assim que surgiu a ideia”, diz Marquita. Ela relembra ainda que mais do que uma torcida organizada, a Maré era um lugar de integração dos gays de Santa Maria.

“Naquela época era assim: se tu és gay, tu és da Maré”

De expoente ferroviário, Santa Maria acabou se tornando um polo universitário a partir da década de 1960, com a fundação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a primeira universidade federal implantada no interior brasileiro. A presença de jovens estudantes na cidade garantiu a presença de um ar renovador em diversos aspectos, muitas vezes enfrentando o pensamento conservador de uma sociedade patriarcal do interior gaúcho.

“Eu acho que, mesmo com o objetivo principal ligado ao futebol, era o primeiro movimento gay de Santa Maria. A Maré se refletiu no primeiro espaço para que os gays se organizassem na busca por espaço na sociedade”, lembra Marquita.

A Maré Vermelha, além do propósito de incentivar o time, foi uma organizada capaz de deixar as partidas do Inter-SM mais alegres, entretidas e sem preconceito nas arquibancadas. Conhecida pelo seu bom humor e fidelidade, o grupo tinha por propósito não vaiar os jogadores e incentivá-los durante os 90 minutos. “Hoje se tem essa ideia de apoio incondicional, muito semelhante ao que fazem os argentinos, mas a Maré já fazia essa ação de apoiar o jogo inteiro, sem ‘cornetear’, lá nos anos 80”, afirma Rafael Pillar, conselheiro do clube e torcedor de arquibancada desde aquela época.

Além do apoio na arquibancada, a Maré Vermelha se tornou uma comunidade. E a casa da família de Monovan, sempre ligada ao clube, acabou tendo papel importante também para a torcida, como lembra Marquita.

“A casa do Monovan acabou virando uma grande sede da Maré Vermelha. A mãe do Monovan e toda família dele se agregavam conosco. Lá na casa dele fazíamos algumas comidas para vender e angariar recursos pra confeccionar camisetas e faixas naquela época. A dona Valmira cozinhava pra nós, portanto aquela casa era o nosso ponto de referência para conseguir dinheiro e viajarmos nos jogos, além de fazer nosso próprio material também”.

A Maré Vermelha recebia de braços abertos novos integrantes que acabam encontrando, na torcida organizada, proteção contra o preconceito. Chegou a ter mais de oitenta componentes. A convivência com outras torcidas dentro do Inter-SM era tranquila. “Dentro do clube nós fomos bem acolhidas por causa da nossa irreverência”, relata Marquita. Em datas festivas, o grupo costumava ir fantasiado de acordo com a ocasião, fato que, conforme a ex-integrante da torcida, ajudou na aceitação por parte do público alvirrubro. Fantasiavam-se de coelho da Páscoa na Semana Santa e de prenda na Semana Farroupilha.

Porém, em um ambiente machista como é o mundo futebolístico, o grupo enfrentou algumas dificuldades fora de Santa Maria. “Em alguns lugares nós não fomos bem recebidos, jogavam objetos e até urina na gente, mas nós não estávamos nem aí, nosso propósito era a festa e torcer pelo Inter”, fala Marquita.

A torcida que animava o Estádio Presidente Vargas acabou extinta em meados dos anos 90 devido a uma briga entre um diretor do clube e Marcelino Cabral, um dos seus fundadores. Mano, que nessa época trabalhava em lojas do comércio local, não deixou de acompanhar o clube do coração e seguiu frequentando os jogos.

Monovan participou desde o início até o fim da torcida, mas, segundo a família, sempre foi reservado com relação a sua orientação sexual. “O Mano sempre foi solteiro, nunca teve companheiro ou companheira”, relata a cunhada do ex-roupeiro, Hilda Aita Gomes. “O Mano era muito discreto, se ele era homossexual ou não, isso nunca interferiu no trabalho dele”, diz o conselheiro do clube Rafael Pillar.

Após o término da torcida, Mano recebeu o convite para se tornar funcionário do clube do coração. O cargo no papel era de roupeiro, mas diante do amor que tinha pela instituição não tardou a exercer uma função de faz-tudo. “Ele era o primeiro a chegar e o último a sair”, afirma o sobrinho Rafael Aita. O volante Douglas T-Rex, que estava presente no fatídico jogo diante do Santa Cruz recorda: “O Mano vivia o Inter. Todos os dias que a gente chegava pra treinar, o treino estava marcado para às 9h da manhã, e uma hora antes já estavam todas as caixinhas prontas com o material de treino de cada jogador pronto. Com as chuteiras limpas e lustradas. Mano era um roupeiro muito caprichoso, não parava um minuto quieto no vestiário”.

Mano conhecia cada canto do Estádio Presidente Vargas, ali era o seu lugar, o ambiente em que mais gostava de estar. “Ele vivia mais no Inter do que em casa. Ele levantava de manhã cedo e já saía lá pro Estádio, passava o dia todo lá no Inter”, afirma Hilda.

Mano não teve filhos, nas horas vagas gostava de ir a festas, entre música e dança, sua principal característica era a animação. O sentimento de pai talvez tivesse sido transportado para a relação com os jogadores. Todos são unânimes em ressaltar a alegria dele no vestiário. “O Mano estava sempre de bom-humor, era um cara do bem, tranquilo, bem respeitoso com os atletas e fazia o trabalho dele com discrição na maior parte do tempo, mas também entrava nas brincadeiras junto com todo grupo”, conta o atacante Josiel, protagonista daquela partida.

A preocupação com os outros era um traço marcante na personalidade de Mano. A situação financeira sempre difícil dos clubes do interior gaúcho foi algo que jamais desmotivou o ex-roupeiro no seu trabalho diário, nunca interrompido por falta de pagamento. Se a situação era difícil, ele dava um jeito de colaborar. “De vez em quando, se dava algum problema lá no Inter, ele trazia o fardamento dos jogadores pra lavar aqui. Algumas vezes nós fizemos jantas aqui em casa para os jogadores também, principalmente para aqueles que não eram daqui de Santa Maria e região”, comenta a cunhada.

Em sentido horário: o estádio Presidente Vargas pronto para o jogo decisivo contra o Santa Cruz; Mano em seu ofício; ao lado do sobrinho Rafael no vestiário; Josiel, partindo para o pênalti. Fotos: Márcio Caetano/Inter-SM; Juliano Mendes/A Razão; Arquivo da Família e Israel Orlandi/EsporteSul

O último jogo

À família de Mano, que vivia o Inter-SM desde sua fundação, a noite de 27 de março de 2014 reservava mais que um jogo dramático. Após o gol de emptate do Santa Cruz, Mano chamou no vestiário o conselheiro Rafael Pillar, e disse que estava se sentindo mal. Pillar auxiliou Mano a deitar-se numa maca e informou o delegado da Federação Gaúcha de Futebol, Hamilton Oliveira, que prontamente interrompeu a partida e chamou a ambulância. “Antes de deitar, o Mano ainda teve o cuidado de aumentar o volume do rádio pra seguir acompanhando o jogo”, relata Pillar.

Mano foi levado à ambulância de onde seguiu para o Pronto Atendimento do Patronato, bairro próximo ao campo do Inter. Junto na ambulância, o roupeiro carregou consigo o inseparável radinho, por onde pôde ouvir o segundo gol do Alvirrubro, marcado pelo zagueiro Diego Rocha.

“Ele passou mal, foi socorrido e ainda levou o radinho com ele. Ele teve o cuidado de levar o radinho com ele. E antes de entrar em óbito ele conseguiu ouvir que o Inter tinha conseguido a classificação”, recorda emocionada a cunhada de Mano.

Mano não resistiu, sofreu um infarto e faleceu logo após a partida. Os jogadores ficaram sabendo de sua morte só depois. No dia seguinte, todo o grupo compareceu ao velório de Mano para dar o último adeus ao funcionário com o qual conviviam todos os dias. “Nós vimos que o Mano saiu de ambulância, mas ninguém esperava que fosse acontecer aquilo, isso abalou todo o grupo”, comenta Josiel. O zagueiro Diego Rocha, autor do gol da classificação, se surpreendeu quando ficou sabendo que Mano ainda conseguiu ouvir a vitória do clube que mais amava. “Jamais esperava que ocorresse isso com ele, o Mano era uma pessoa muito boa, mas agora quero que aquele gol fique como uma homenagem.”

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