O plano da Disney para faturar $10 BILHÕES nas bilheterias em 2019

Leandro de Barros
Quadro a Quadro
Published in
8 min readDec 26, 2018

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O recorde de bilheteria mundial atual para um estúdio em um único ano é da Disney. Em 2016, a Casa do Mickey faturou incríveis $7,6 bilhões de dólares pelo mundo, quebrando o antigo recorde da Universal, de $6,89 bilhões (conquistado em 2015).

Agora, a Disney está pronta para levantar a fasquia e bater seu próprio recorde, planejando chegar a 10 BILHÕES de dólares em bilheterias em 2019.

Como? Veremos nesse artigo (então siga a leitura até o fim!)

Os fãs costumam ver as bilheterias de cada projeto individualmente, determinando se ele foi um “sucesso comercial” ou não com base numa lógica simples de lucro ou prejuízo.

Se o filme X arrecadou mais do que gastou com produção e marketing, então deu lucro. Se não, deu prejuízo.

Os grandes estúdios de cinema também fazem isso, mas numa escala anual, com base em todos os seus lançamentos. No fim do ano fiscal*, eles conferem se tiveram prejuízos ou lucros no geral.

*O ano fiscal vai de abril a março do ano seguinte

A Disney tem dominado o mercado cinematográfico norte-americano há alguns anos e planeja, em 2019, confirmar sua superioridade de maneira esmagadora.

O plano é chegar aos $10 bilhões de dólares nas bilheterias pelo mundo, uma marca que levará muitos anos a ser superada.

Para isso, a empresa preparou um combo de lançamentos poderosos, usando as melhores propriedades intelectuais que tinha a disposição. Uma espécie de “bomba atômica” de filmes.

Antes de vermos a seleção, vamos ver como essa estratégia surgiu. Eu os apresento, o gráfico de desempenho dos estúdios cinematográficos de Hollywood nos últimos 18 anos:

Ok, o que isso nos diz além de que Hollywood passou por alguns anos de disputa acirrada e agora vê uma dominância da Disney? Bastante coisa.

Mas para entender melhor, vamos usar essa versão do gráfico:

Agora que isolamos a Disney, podemos ver como a empresa teve uns anos complicados de 2001 até 2011, mais ou menos. Depois disso, ela cresceu e ficou sustentavelmente no Top 3 até assumir a liderança de forma soberana nos últimos anos.

O que aconteceu nesses períodos? Isso:

Com as compras coordenadas da Pixar, da Marvel e da Lucasfilm, a Disney construiu um arsenal de produções para alavancar sua participação no mercado americano e seus lucros.

Basicamente, a Disney montou 4 frontes para atacar o mercado (ela mesma com versões live-action dos seus clássicos e franquias das 4 aquisições feitas).

O maior salto no gráfico, em 2015, veio justamente com o primeiro ano dessa estratégia completa. Foi nesse ano que a Disney lançou Cinderela (live-action), Vingadores: Era de Ultron (Marvel), Divertida Mente (Pixar) e Star Wars: O Despertar da Força (Lucasfilm).

Até aqui, ficou claro qual a estratégia da Disney e como ela já rendeu e rende frutos financeiros. O lance é: o que vem por aí em 2019?

Resposta: a bomba atômica.

A Disney planejou um ano com NOVE grandes lançamentos (sem falar em resíduos de 2018) para obliterar a marca de $10 bilhões de dólares nas bilheterias.

O recorde atual ($7,6 bilhões) deve ser batido se a maioria dos seus filmes “fracassar”. Se tudo for como o esperado, a Disney deve chegar ao duplo dígito de bilhões de dólares arrecadados em ingressos de cinema.

Vamos lá!

Os Grandes 5 — a principal arma da Disney em 2019

A estratégia da Disney para o ano que vem gira ao redor de 5 grandes filmes que serão lançados nos cinemas. São esses:

Vingadores: Ultimato (abril)

A nova aventura dos Vingadores será lançada em abril de 2019. O filme é importante pois completa finalmente a história dos personagens contra Thanos, principalmente depois do gigantesco cliffhanger de Vingadores: Guerra Infinita.

Considerando como o último filme terminou e seu desempenho nas bilheterias (foram $2,048 bilhões de dólares no mundo todo), a perspectiva é que Ultimato ultrapasse esse valor.

Os principais analistas projetam a bilheteria do longa entre $2 bilhões e $2,5 bilhões de dólares, dependendo do efeito do boca-a-boca depois da primeira semana de exibição.

Toy Story 4 (junho)

Depois da passagem de Vingadores nos cinemas, a Disney trará Toy Story 4 em junho de 2019.

O filme da Pixar tem tudo para ser um sucesso de bilheteria: é o retorno de uma franquia adorada por muitos, é uma animação (filmes do gênero costumam dar muito dinheiro) e agrada tanto crianças como adultos.

Para completar, o filme anterior (lançado em 2010) foi muito bem recebido pelas pessoas e elas ainda guardam uma resposta emocional muito forte à franquia.

Considerando os resultados de dois filmes com o mesmo background (Procurando Dory e Os Incríveis 2), que serviram de experiência para Toy Story 4, é possível afirmar com certa segurança que o longa passa a marca de $1 bilhão de dólares nas bilheterias mundiais. Com sorte, pode chegar a $1,5 bilhão.

O Rei Leão (julho)

Malévola, Cinderela, Bela e a Fera, Mogli e Christopher Robin. Todas essas versões live-action de clássicas animações da Disney tinham um objetivo: testar as águas para o lançamento de O Rei Leão.

O Rei Leão é, inegavelmente, a maior animação da Disney. Só uma outra chegou perto de ter o mesmo impacto (falaremos dela a seguir). Quem viu o filme original, hoje tem idade o suficiente para ter seus filhos e querer levá-los ao cinema.

Sua versão live action chega em 2019 com a maior das expectativas: seu trailer é o segundo mais visto da história em apenas 24 horas.

A perspectiva de sucesso é enorme, especialmente se considerarmos que Malévola, Cinderela, Bela e a Fera, Mogli e Christopher Robin tiveram bom desempenho nas bilheterias.

Analistas ainda não fizeram previsões sobre o filme, mas a perspectiva é que O Rei Leão passe do $1 bilhão de dólares com certa facilidade e se instale na área entre $1,2 bilhão e $1,5 bilhão.

Frozen 2 (novembro)

Se O Rei Leão foi a maior animação da Disney para os nascidos nos anos 80 e 90, então Frozen foi o mesmo para os nascidos nos anos 2000 e 2010.

A história de Elsa e Anna bateu recordes (ainda é a maior bilheteria de um filme de animação da história), ganhou versão em karaokê, peça, livro, 5 milhões de curtas e uma influência fora das telonas que dura até hoje, quase 6 anos depois do seu lançamento.

Faça um teste: vá até uma loja de fantasias infantis ou de decoração para aniversário e você verá como Frozen é a principal escolha até hoje.

Em novembro, se tudo der certo, a Disney lança a sequência. Se o primeiro já teve bilheteria de $1,249 bilhões, a perspectiva é que Frozen 2 passe esse valor, podendo chegar ao $1,5 bilhão.

Star Wars: Episódio IX (dezembro)

Para fechar o ano, a Disney lança o último capítulo da atual trilogia de Star Wars, completando a jornada de Rey, Finn, Poe e Kylo Ren.

O primeiro longa dessa franquia foi um sucesso do tremendo. O segundo teve grande bilheteria também, mas um pouco abaixo do esperado.

A perspectiva é que com o retorno de J.J. Abrams na cadeira de diretor e o apelo de ser a conclusão de uma trilogia, o Episódio IX tenha uma bilheteria maior que os filmes anteriores, especialmente porque não enfrentará grandes adversários com lançamentos próximos.

Para se ter uma ideia, o maior “obstáculo” do Episódio IX seja Frozen 2, que será lançado no mês anterior, mas que possivelmente ainda estará em cartaz (embora já sem grande tração).

A perspectiva, portanto, é que o Episódio IX faça no mínimo $1,5 bilhão, podendo bater amarca de $2 bilhões.

Portanto, no melhor dos cenários, os 5 Grandes filmes da Disney em 2019 devem alcançar, sozinhos,de $7,5 bilhões a $8 bilhões nas bilheterias mundiais.

Mas a Disney ainda tem outros projetos para lançar em 2019, como esses:

Capitã Marvel — sai no Dia Internacional da Mulher, é um filme que está ligado diretamente a Guerra Infinita e Ultimato. Considerando os fatores, pode render algo perto de $1 bilhão (talvez uns $800, $900 milhões);

A versão original desse texto citava Homem-Aranha: Longe de Casa como um dos lançamentos da Disney, mas o acordo entre Sony e Marvel diz que a bilheteria do longa deve ficar com a Sony e não com a Disney. A ideia central do artigo permanece intacta, porém.

Aladdin — outro live-action de uma clássica animação Disney. Além do apelo tradicional da franquia, traz Will Smith no papel do Gênio, o que atrai algumas pessoas para o cinema. Sai em maio, entre a movimentação de Vingadores e Toy Story. Pode gerar de $500 milhões a $800 dependendo do boca-a-boca da primeira semana;

Dumbo — também um live-action de uma clássica animação da Disney e dirigido por um cineasta com uma base de fãs fiel, Dumbo pode fazer algum barulho e trazer alguns milhões (uma perspectiva de $200 até $400 milhões);

Artemis Fowl — a única série de livros adolescentes do começo dos anos 2000 que nunca virou filme, Artemis Fowl ganha sua grande chance em 2019. A perspectiva, por enquanto, não é muito alta, especialmente considerando a competição, mas deverá levar algumas centenas de milhões com quem leu o livro há muito tempo e alguns adolescentes de hoje. Perspectiva gira entre os $200 e $400 milhões.

Além desses filmes extras, a Disney ainda coletará alguns resíduos do lançamento de WiFi Ralph e O Retorno de Mary Poppins, que ainda estarão em cartaz no começo do ano que vem.

Considerando todos esses lançamentos e projetando que eles alcancem o faturamento esperado, a Disney tem tudo para chegar aos $10 bilhões de dólares de bilheterias em 2019. Será que a Casa do Mickey conseguirá ou esse plano fracassará? Teremos de ver no ano que vem.

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