PRESERVAR FLORESTAS EM TROCA DO

Qualidade da Democracia
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2 min readNov 9, 2017

AUMENTO DE EMISSÕES FÓSSEIS É BOM NEGÓCIO?

CLIMAINFO 9/11/2017

As florestas tropicais armazenam bilhões de toneladas de carbono que, se destruídas, mandariam ainda mais bilhões de toneladas de CO2 e metano para a atmosfera, o que daria um tremendo impulso à elevação da temperatura média global. Ao mesmo tempo, essas florestas ficam nas regiões mais pobres do planeta e o aproveitamento destas terras para lavouras poderia aliviar a pobreza de suas populações.

Esse é o dilema por trás das iniciativas que buscam colocar o carbono florestal em mercados de emissão.

Nestes mercados, uma empresa ou país que precise emitir CO2 pagaria para o país, estado ou município — ou mesmo para o proprietário da terra — para que a floresta permaneça em pé.

O tema divide a comitiva brasileira na COP. De um lado fica o governo federal que, desde o começo das negociações do clima, assumiu o monopólio do tema e proibiu a comercialização de créditos de desmatamento evitado. O Fundo Amazônia faz parte desse conceito, muito embora os doadores, Noruega, Alemanha e Petrobrás, não recebam direitos de emissão. Para o governo, o assunto mexe com temas como segurança nacional e a não ingerência de entes estrangeiros nos rumos do país.

De outro lado, os governos dos estados da Amazônia querem ser recompensados por não terem como arrecadar impostos da floresta nativa, e contam com o apoio de organizações de setores produtivos e de algumas ONGs.

Existe um terceiro lado, formado por organizações da sociedade civil que defendem que as florestas são bens naturais e não devem ser trocadas por dinheiro; ainda mais quando se dá a permissão para que países e empresas continuem a emitir gases de efeito estufa, ao invés de aplicar esse dinheiro para fazer a transição para uma economia de baixa emissão.

Vários pesquisadores e organizações investigam e experimentam meios de tornar a floresta em pé tão ou mais rentável que a lavoura. Quando isso acontecer, o dilema deixará de existir.

Enquanto isso, o destino da floresta em pé soma-se ao destino do pré-sal, formando a dupla de pontos mais agudos da agenda climática que a sociedade brasileira tem que resolver.

https://theintercept.com/2017/11/08/uso-da-amazonia-e-de-outras-florestas-como-moeda-e-tema-chave-para-brasil-na-conferencia-do-clima/

http://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-planeta/noticia/2017/11/incoerente-estrategia-brasileira-para-amazonia.html

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/11/07/estados-da-amazonia-legal-podem-ser-compensados-por-areas-de-protecao-e-reservas-indigenas

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