“SE CORTARMOS A FLORESTA ESTAREMOS ENCRENCADOS”

Qualidade da Democracia
Qualidade da Democracia
2 min readDec 1, 2017

(JERSON KELMAN, PRESIDENTE DA SABESP)

Jerson Kelman, presidente da Sabesp (empresa estatal de água e saneamento de São Paulo), deu uma longa entrevista para o The Guardian na qual disse que “não devemos transformar a Amazônia num pasto. A Amazônia cria um movimento de água. Se fosse possível acompanhar as moléculas de água, veríamos que a maioria das nuvens sobre São Paulo passaram pela Amazônia. Se a floresta for cortada, nós estaremos encrencados”. A partir desse ponto, o artigo traz uma longa e esclarecedora narrativa da crise hídrica de 2014–15 pela qual passou São Paulo e muitas cidades que bebem das mesmas fontes. Uma das revelações repetidas várias vezes é que a crise foi muito mais séria do que o governador – em – campanha Alckmin assumiu e que até o Exército foi chamado a se preparar para possíveis manifestações da população por falta de água. Quase no final, Kelman fala das lições aprendidas: boa engenharia para garantir o suprimento, habilidade para construir uma política de preços que permita gerenciar a demanda, transparência para ter o consumidor como parceiro na redução de consumo e deixar de confiar nas séries históricas de hidrologia porque a mudança do clima está criando as novas histórias de chuva e seca.

Kelman não menciona as perdas de água no sistema Sabesp que, na época da crise, eram estimadas em 30%, quase um terço da água captada nos vários sistemas simplesmente não chegavam – e continuam não chegando aos consumidores.

Para o leitor mais curioso, o segundo link abaixo leva a um artigo escrito por Kelman, em 2004, sobre a possibilidade de o Brasil captar e vender água do Rio Amazonas.

https://www.theguardian.com/cities/2017/nov/28/sao-paulo-water-amazon-deforestation

http://www.kelman.com.br/pdf/hidropirataria_amazonia2.pdf

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