Sombra preta

R Solino
Quase Poesia
Published in
1 min readFeb 14, 2015

--

O ciúme entrou como um miasma pelas frestas da porta e invadiu tua sala, teu quarto, teus pulmões.

Seu odor acre ardeu dentro de ti e trouxe um gosto ruim à tua boca.

Mas o ciúme não te fez injetados os olhos, não afiou as tuas unhas nem reclamou o sangue que as traições cobram como tributo.

Pois o ciúme não se fez em ira.

O vinho não virou vinagre mas o ciúme, como um santo ao contrário, o transformou em água e foi como se um ar novo invadisse a casa e arejasse a tua alma e te deixasse em paz.

Imagem: https://www.flickr.com/photos/gromgull/3375802661 — Cropped, ajusted leves, brightness, contrast. (License CC BY 2.0)

--

--