Você já viajou o mundo inteiro e nem sabe
Sativa lembra satistação
Me diz que nunca saiu da sua cidade. Você não sabe, mas é mentira.
Seu abraço já virou cada esquina que você nem imagina. Aquele seu conselho, hoje já tem tradução juramentada em pelo menos 5 idiomas. Seu beijo conheceu outras bocas que também gostaram. Seu toque, só não levou menção honrosa por respeito aos outros participantes.
Nas notas do vinho que foi tomado em Paris, com traços de baratex. No azul grego da sua íris, igual à Grécia, viajei. O Messi fez um gol no Camp Nou, para você. O trago em Amsterdã, sativa lembra satisfação.
Silêncio que se vai cantar fado. E só chora quem trouxe alguém na bagagem. Não disse qual.
Não fosse por você e o Chico Buarque, Budapeste seria apenas cor de Danúbio. Desde então é amarela.
Até pra lua você foi, depois que me levou às estrelas.
Sabia que tem um lugar que se chama Quirguistão? Nem aqui, nem na China. Talvez onde Judas perdeu as botas. Ou será que foi pra lá de Marrakech?
Agora mesmo. Você viaja em um mundo de ‘foi’ e ‘poderia’ e vai cruzando fronteiras que nenhuma linha demarca, senão as daqueles que tiveram a audácia de te impor limites.
Foca no ‘foi’, enterre o poderia. Embrulhe o primeiro para viagem, embalagem resistente, inoxidável. Deixe a brisa tirar um pouco desse pó, suave.
E aonde você estiver. Estarão vocês. No agora com o ‘foi’, e somente foi. No mundo inteiro. Isso o seu passaporte não mostra.