3 iniciativas para tomadas de decisão dentro de um time de plataforma
Como é feito o planejamento de uma equipe que tem o olhar para todos os produtos de um mesmo negócio
Como é a estrutura de plataforma?
É comum as empresas terem diversos aplicativos em mais de uma plataforma. Aqui no QuintoAndar não é diferente, as equipes trabalham e desenvolvem soluções focadas nos aplicativos para moradores, proprietários(as), corretores(as), vistoriadores(as), fotógrafos(as) e imobiliárias parceiras que fazem parte da plataforma PWA (Progressive Web Apps).
Além dela, também temos a plataforma iOS, que consiste em um time (do qual faço parte) focado em cuidar dos aplicativos nativos, tanto para moradores, quanto para proprietários(as).
Tá! Mas qual é o objetivo de termos um time focado em plataforma nativa?
Temos um olhar de forma horizontal para as iniciativas de todas as equipes da empresa, isso faz com que tenhamos o desafio de organizar, revisar e manter a consistência entre os diversos pontos de contato que o usuário tem. Fazemos uma análise das funcionalidades e fluxos desenvolvidos para depois transformarmos em uma experiência nativa em iOS, tanto para quem procura por um novo lar, quanto para quem possui imóveis para aluguel e venda.
Mas é muita coisa! E aí, como faz?
Não se faz todo esse esforço sozinho, é primordial o alinhamento entre times. Aqui, a nossa troca é muito valiosa para conseguirmos realizar o planejamento e tangibilizar as nossas próximas apostas. Para isso, trouxe 3 pontos importantes para o processo do designer que olha para consistência entre aplicativos dentro de diferentes plataformas. Vamos lá!
1. Alinhamento aos objetivos da empresa
É fundamental que você revisite os objetivos de negócio da companhia para conseguir dar os próximos passos no planejamento. Dessa forma, fica mais fácil tomar decisões e traçar um caminho. É imprescindível entender os impactos que suas entregas causam e a importância que elas têm para a empresa.
O intuito da companhia era aumentar a conversão de visitas agendadas, olhando para o nosso topo de funil. Nesse primeiro exemplo que irei mostrar abaixo, investigamos oportunidades que poderíamos trabalhar e escolhemos uma funcionalidade que já estava entregando bons resultados no nosso PWA: o encaixe de visita.
O objetivo dessa funcionalidade é oferecer uma alternativa para pessoas que querem agendar uma visita e não encontram disponibilidade no dia ou horário que gostariam de realizá-la. Para isso, adicionamos a opção “tentar encaixe” no fluxo de agendamento que já tínhamos.
Todo processo foi construído com base nos componentes que seguem o nosso Design System, que apelidamos carinhosamente de Cozy. Nele, temos duas versões que possuem algumas diferenças: uma focada em componentes que atendem todos os times do PWA e outra mais focada em componentes nativos de iOS. A aplicação desses componentes nativos ajudam na usabilidade dos usuários dentro da plataforma pela familiaridade de uso em outros aplicativos.
Se quiser saber mais sobre nosso Design System e dicas de como construir já pensando em acessibilidade, esse texto do Lucas M. Otsuka pode te ajudar.
Um desses componentes nativos de iOS é o Datepicker (presente na terceira imagem), que utilizamos com a finalidade das pessoas conseguirem selecionar o horário que desejam para acontecer o encaixe da visita. Outro ponto importante do Datepicker é a questão da acessibilidade, ajudando pessoas que têm dificuldades motoras a selecionarem com precisão o horário que desejam, com movimentos pausados em cada número que compõem o horário.
O encaixe de visita, que originalmente surgiu no PWA, resultou em um aumento nas conversões de visitas agendadas no nosso aplicativo, indo de encontro e atingindo os objetivos da empresa. Isso mostra que é fundamental termos o conhecimento e domínio, não só do contexto que estamos inseridos, mas também das demais plataformas e produtos que fazem parte do nosso ecossistema.
2. Avaliações e pesquisas com usuários
No time de design do QuintoAndar, a pesquisa qualitativa é um pilar essencial do nosso trabalho. Não há solução que criamos que esteja longe de investigações sobre as necessidades dos usuários. Uma das maneiras rápidas de ficarmos bem próximos das pessoas é acompanhar regularmente as avaliações que recebemos na App Store sobre nossos aplicativos. Nela, conseguimos analisar tanto de forma quantitativa o número de avaliações relacionadas a um determinado assunto, quanto de forma qualitativa os comentários escritos por elas.
Acompanhar as avaliações é só o primeiro passo, ali é um bom termômetro para estruturamos investigações e pesquisas maiores, como entrevistas exploratórias, testes de usabilidade, protótipos e por aí vai.
Para este meu segundo exemplo, identificamos uma oportunidade. Uma parcela relevante das avaliações era relacionada a experiência com a visualização das fotos dos imóveis no aplicativo iOS. Nós não tínhamos funcionalidades que outros aplicativos no mercado já possuíam como aumentar/diminuir o tamanho da foto para ver mais detalhes, ou até virar o celular para ter uma visão panorâmica do ambiente.
Essas avaliações se agravaram com o cenário de pandemia, já que, com o distanciamento social, as visitas aos imóveis foram suspensas e as pessoas só conseguiam ver as fotos pelo aplicativo e falar com um de nossos corretores parceiros para tirar as dúvidas.
A solução veio ao procurarmos outras formas de implementar esses recursos que já estavam sendo aplicados no mercado e fazer ajustes na experiência, como a visualização de todas as fotos do imóvel estarem em uma única tela, ordenadas por cômodo.
Após o lançamento do Photo Browser (nome carinhoso que demos ao projeto), notamos um aumento significativo em conversões de visita e propostas. Isso mostra como é importante estarmos perto de nossos usuários e perceber como essas melhorias têm resultados concretos no negócio.
3. Dinâmicas com os times
A facilitação e mediação através de dinâmicas incluindo mais colaboradores do que somente a própria equipe é primordial para quem trabalha com plataforma.
Pensar junto é o melhor caminho para discussões das tendências e objetivos que queremos para os aplicativos, sempre pensando na experiência que visamos proporcionar para nossos usuários.
Uma das dinâmicas que aplicamos por aqui é a Design Jam, que você pode saber mais nesse texto bem explicativo do Leandro Novaes.
O terceiro projeto que trago é resultado de uma dessas dinâmicas, que foi a ideia de trazermos o modo escuro (ou mais conhecido como Dark Mode) para o aplicativo de moradores. A funcionalidade consiste em uma inversão que ocorre na paleta de cores na tela, deixando o fundo escuro/preto com letras claras. Quando essa nova funcionalidade surgiu no iOS 13, estudamos quais seriam os benefícios de trazê-la para o nosso produto e qual seria o esforço disso ser implementado pelo time de engenharia.
O primeiro grande achado foi a questão da acessibilidade, que atende pessoas com fotofobia (usuários que tenham sensibilidade a luz) e facilita o uso do aplicativo em uma sala mal iluminada, por exemplo (explicamos um pouco mais em um postagem que fizemos no Instagram do QuintoAndar Design). Essa iniciativa, além de tendência na época que foi lançada, fomenta a questão da acessibilidade ser tão importante em nossos aplicativos.
Nesse texto, reuni projetos em que estive para ilustrar pilares fundamentais ao trabalhar com plataforma e aplicativos nativos quando muitos outros times têm diferentes focos e recortes de produto.
Relembrando:
1. Sempre priorize olhando para objetivos de negócio
2. Acompanhe as avaliações, faça pesquisas e testes com os usuários
3. Faça dinâmicas com sua equipe e com pessoas de outros times
Sempre bom lembrar que cada pessoa trabalha em contextos distintos e possuem objetivos diferentes. Nossos processos sempre podem (e devem) ser adaptados de acordo com as necessidades de cada projeto e de cada empresa.
Se você também tem um desafio parecido ou tem interesse no assunto, vamos conversar sobre plataforma e experiência nativa. Me adicione no LinkedIn ou deixe aqui seu comentário e compartilhe suas experiências com a gente! 👋
