Para aprender basta ouvir e falar

Rafael Caputo
Rafael Caputo-Portfólio
3 min readOct 29, 2015

(Este artigo foi publicado como parte de um experimento com a intenção de produzir um e-portfólio educacional utilizando o Medium. Confira o resultado final da experiência.)

Esta foi a primeira vez que fiz um curso formal através do facebook e a experiência só serviu para me mostrar que a dinâmica das redes sociais pode ser um fator extremamente estimulante para o aprendizado. Cheguei até mesmo a tecer algumas comparações nos comentários na comunidade no Facebook entre participar em um curso em um ambiente virtual de aprendizagem mais tradicional, como o blackboard, e participar em um curso em uma rede social como o facebook:

Sobre a questão da preferência dos alunos mais pelo facebook do que pelo AVA, acho que isso irá se resolver quando os desenvolvedores de AVA começarem a desenhar os softwares mais voltados para redes sociais como facebook, twiter e google+, pois todos estes últimos tem API´s que permitem que outros softwares aproveitem sua plataforma para adicionar funcionalidades das redes sociais… Deste modo, não é difícil de vislumbrar a possibilidade de um comentário postado no facebook aparecer no fórum do AVA e vice-versa, integrando os ambientes e aproveitando os pontos em que cada um se sai melhor de uma forma mais híbrida, ou melhor, mais interconectada… Assim os AVA poderão se tornar não tanto ambientes de interação (tarefa que ficaria a cargo das plataformas sociais mais populares), mas sim repositórios de uma experiência de aprendizagem colaborativa, todos os caminhos percorridos individualmente ou em conjunto pelos participantes acabariam por desembocar ali no AVA e ali permaneceriam para futuras retrospetivas e pesquisas… Não adianta os AVA tentarem substituir o facebook porque não vão conseguir, mas se souberem se moldar a ele aí sim encontraremos sua verdadeira funcionalidade sem abrir mão da fluidez.

Além disso, também refleti sobre o grande receio que as instituições escolares tem de adotar o uso das redes sociais virtuiais como parte do cotidiano de ensino-aprendizagem:

(…) gostaria de acrescentar (…) uma diferenciação muito importante neste contexto das redes sociais que é a diferença entre o real e o virtual, pois a redes sociais existem por si só no mundo real em todos os contatos entre agentes sociais, o que os softwares da web fazem é potencializar esses contatos em uma camada virtual de relacionamentos que se misturam, se confundem e se modificam na virtualidade, subvertendo inclusive algumas relações de poderes. Nesse sentido, a virtualização das relações sociais torna capaz o que as limitações e impedimentos dos contatos pessoais muitas vezes dificulta ou impossibilita. Por causa disso, por exemplo, nichos culturais espacialmente restritos podem ganhar fôlego e ímpeto através da virtualização do espaço cultural. Essa capacidade de amplificação da ação e da atenção traz consigo o problema do controle e da segurança, bastante perceptível no ambiente escolar e profissional. Uma educação para as novas situações tecnológicas deste século tem que levar em conta este problema para encontrar um meio termo eficaz entre o controle e a limitação das relações espaciais e a amplidão dissipadora do hiperespaço. O que vemos no mais das vezes nas escolas é o medo do risco da dispersão da atenção laborativa no hiperespaço, um grande entrave que impede que as relações espaciais façam o grande salto de intercâmbio com as relações hiperespaciais que amplificam o acesso ao conhecimento.

Meu projeto para esta disciplina utilizou a ferramenta Trello, com a qual consegui simular um AVA bem simples e rudimentar com várias funcionalidades características das redes sociais, inclusive a possibilidade dos próprios alunos alterarem o ambiente de aprendizagem de uma forma livre e autogestionada.

Preparei para este trabalho um curso de história bastante interativo e com um vasto repositório multimídia a respeito do desenvolvimento do alfabeto na cultura grega ao longo dos Períodos Arcaico e Clássico.

Clique na imagem abaixo para conferir o resultado:

Todas as referências, links, vídeos e artigos que consegui coletar no material do curso e nos fóruns sobre redes sociais em educação encontram-se organizadas em um caderno de notas no Evernote, o qual pode ser acessado através deste link: Caderno de Notas “Redes Sociais em Educação”

 by the author.

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Rafael Caputo
Rafael Caputo-Portfólio

Filósofo edupunk, interessado na disseminação de aprendizagens autônomas com o auxílio da tecnologia.