Notinhas sobre Shingeki no Kyojin S2
Shingeki no Kyojin (Attack on Titan, 進撃の巨人) já ocupa um espaço marcante como uma das obras japonesas mais reconhecidas desta década. Foram 4 anos de espera dos fãs do anime para a segunda temporada, que finalmente chegou e traduziu magistralmente, mais uma vez, o mangá de Hajime Isayama, agora no decorrer de 12 episódios (com transmissão no Brasil pela Crunchyroll) e com uma terceira temporada já programada para 2018.
[ATENÇÃO: ESTE TEXTO CONTÉM ALGUNS SPOILERS DA SEGUNDA TEMPORADA DO ANIME!!!]
São cobertos do capítulo 34 ao 50 do mangá durante esta nova temporada, muito focada no aprofundamento dos “titãs humanos”, a apresentação do Titã Bestial e o desenvolvimento de personagens que, outrora mais secundários, começam a se apresentar fundamentais no andamento da história.
Tecnicamente, Shingeki no Kyojin continua um espetáculo produzido pelo Wit Studio. Masashi Koizuka e Tetsurou Araki (Death Note, Shingeki no Kyojin S1) são os responsáveis pela direção. Koizuka, aliás, encara aqui o seu primeiro trabalho no cargo de diretor principal. Trabalhou de assistente de direção nas duas temporadas de Owari no Seraph e foi responsável por alguns dos melhores episódios da primeira temporada de SnK (2, 13, 17 e 25). A dupla se mostrou a altura do desafio e Koizuka passou do status de promessa para realidade. O chefe de animação foi Kyoji Asano (Psycho-Pass e franquia Ghost in the Shell: SAC). Apesar de na primeira temporada ele ser o responsável apenas do design de personagens, nota-se que ele manteve a filosofia dos animadores originais com cenas de ação absurdamente caprichadas, mas mantendo o foco do espectador mesmo em cenas menos aventurescas.
A grande força da segunda temporada de SnK é usar a história a seu favor e, com momentos mais focados em seus personagens, criar uma aura de preocupação com os mesmos. Não é mais uma aventura centrada apenas no trio principal (Eren, Mikasa e Armin), como a grande parte da primeira temporada, mas sim enfatizada em dar humanidade e tempo de atuação para personagens outrora suprimidos pela marcante presença do trio. Sasha tem um espaço só pra ela e deixa de ser apenas a boba da comida, Connie é responsável por uma importante revelação sobre a origem dos titãs, Ymir e Krista tem seu relacionamento aprofundado e cada uma é um pedaço do grande esquema em desenvolvimento. Até o capitão Erwin tem seu grande momento ao final da temporada no resgate de Eren, deixando de ser o ‘chefe esquisito do Levi’. Enquanto algumas explicações são fornecidas, como a origem do Titã Colossal e do Titã Encouraçado, outros mistérios são colocados, como a verdadeira história de Krista, todo o enredo do Titã Bestial e, o grande ápice da temporada, o poder da Coordenada de Eren.
Inclusive, a Coordenada é um dos momentos de maior impacto da temporada e sua apresentação tanto no mangá quanto na animação é primorosa. E uma comparação é válida! Até por mostrar que Isayama já tinha uma visão que encaixava perfeitamente para uma adaptação televisiva.
Um outro grande momento de animação é na luta entre Eren em forma titã e o Titã Encouraçado, muito bem construída, principalmente se atendo a uma forma mais ‘realista’ de combate, muito baseado em luta corpo a corpo de reação, agarrões e batalha no chão, dando explicações até para certos movimentos de contra-ataque dos personagens.
A segunda temporada de SnK é mais sentimental. Ela constrói muito do que faltava ser construído após a primeira temporada. Muitos pegaram abuso da obra depois de sentir que a história de Eren era um pouco “vazia demais”. O complemento finalmente chegou. A transição de inimigos e a humanidade de personagens outrora vistos como adversários sem sentimentos enriquecem demais a trama. E tem muito mais por vir. Até 2018!
