We feel in love in October

Raissa Oliveira
Raissa Azevedo
Published in
2 min readJun 12, 2019
Cena do clipe “we feel in love in october”, de girl in red

O tempo faz bem pra gente, afinal de contas. Há um ano atrás nessa mesma época eu era outra pessoa, minha cabeça estava em outra pessoa, meu coração, em outro lugar. Não é bem que eu me orgulhe disso, mas o passado já é um lugar distante, tão intocável quanto o futuro.
Agora, o novo ano já tá pela metade e tanto já me aconteceu, mas, acima de tudo, a cada dia que passa, ela me acontece.
Eu me reconstrui, me transformei e sigo sendo o melhor que posso ser, tenho tido a melhor vida que poderia ter. É certo que nem tudo está perfeito, nunca estará, mas tudo parece mais no lugar cada vez que a vejo.

Tudo parece despertar, são cheiros, carinhos, sorrisos… referências, músicas, piadas. Pareço um passo mais próxima de estar completa.

É muito bom apaixonar-se. De repente você adentra nesse mundo obscuro, que a gente ouve tanto sobre, assiste sobre, lê sobre, mas na prática é tão diferente, é especial ao mesmo tempo que é absurdamente assustador. Um dia você está vivendo sua vida, somente você por você mesma, e no outro dia você olha para ela e seu coração incendeia, em outro dia, você olha para ela e seu coração lhe convence que você quer passar o resto dos seus dias com ela – porque, afinal, ela vale a pena.
Os tais versos de Camões afinal fazem sentido, " o amor é fogo que arde sem se ver", mas não porque sua combustão é dolorosa, e sim porque ele queima dentro do peito, escondidinho, pronto pra ser visto quando, e somente quando, se quer mostrar – e como é importante que ele se faça visto.
Talvez isso seja só mais uma declaração melosa pra um leitor despretensioso, mas pra mim são palavras que precisam ser pronunciadas, é um sentimento grandioso demais pra se manter guardado dentro de mim e, bom, eu espero que você também o sinta um dia, espero mais ainda que já esteja o vivenciando.

Belchior estava certo —não, o homem não é para mulher — , mas o coração, o coração é para a gente dar e fico feliz que a mulher que amo pode me seguir.

Foi em outubro.

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Raissa Oliveira
Raissa Azevedo

Feminista. Apaixonada pelo universo, por músicas e por doces. Acredita que (quase) tudo pode ser relativo. Escrevendo para aliviar e alimentar a alma.