Entrevista com Juju Rude — A Voz Ativa do Gueto.
Cria de Parada de Lucas, subúrbio do Rio de Janeiro, Juju Rude compartilhou com o RapDiMina um pouco de sua vivência como “gangsta rap”.
Ela é cria de Parada de Lucas com muito orgulho, curte samba e define seu estilo como gangsta rap, o que a galera atualmente chama de rap proibidão. Faz questão de transmitir a realidade do seu bairro nas suas letras e exibe estilo e atitude com rimas e um flow próprio, essa é Juju Rude, umas das mais importantes mcs do rap carioca e que nos deu a honra de nos conceder essa entrevista. Sim, somos muito fã dessa mulher e estamos felizes de trazer um pouquinho da trajetória e do que ela pensa para nossos leitores e leitoras.
Entrevista com Juju Rude:
RDM: Quem é Juju Rude?
JR: Apesar de ser meu nome artístico, não é um personagem.
Eu sou uma mulher do gueto que teve coragem de sair do padrão e ser uma voz ativa. Forte, malandra, que tem um coração imenso e que tá (sic) sempre pronta pra lutar e defender os direitos dos meus.
RDM: Como você começou no rap e porquê escolheu esse estilo como sua expressão artística?
JR: Quando eu era adolescente meu pai começou a compor músicas de capoeira e samba, eu que sempre fui incentivada pela minha mãe a ler bastante, então comecei a me interessar em escrever mas sem direção. Quando eu tinha 18 anos e comecei a frequentar eventos de hip hop, comentei com o meu primeiro namorado que tinha essa vontade de fazer rap e ele me apresentou pessoas que podiam me ajudar e até hoje estou aqui.
RDM: Como é o seu processo de criação?
JR: Acontece de todas as formas mas a maneira que mais curto, é ouvir uns reggae (sic) e inventar minhas melodias e flows em cima e curto muito ouvir uns funk proibidão (sic) pra ficar ligada nas novas gírias.
RDM: Quais são as suas principais referências dentro da música?
JR: Dina Di é a principal do momento.
RDM: Falando um pouco de lançamento, quais são seus projetos pra 2020? JR: Esse ano vem meu EP com produção do Fabio Broa, tem um clipe com o Maurício DTS que já tá pronto mas ainda não tem data pra lançar e vários outros feats que prefiro deixar pra divulgar mais pra frente.
RDM: O que você tem feito para ocupar o tempo nessa quarentena?
JR: Nessa quarentena to aproveitando pra me reorganizar. Dar uma limpada na cabeça e na energia, me alongando, me alimentando bem, bebendo bastante água, escrevendo muito e
estudando principalmente. Além de estar cuidando e avaliando os próximos projetos. Também to me dedicando a estar interagindo e me relacionando mais com as pessoas das minhas redes sociais.
RDM: Deixa uma mensagem para aquelas minas que sonham em entrar no rap, mas se sentem inseguras. O que você acha importante dizer a elas?
JR: Entendam em primeiro lugar que antes de todas nós teve (sic) mulheres que sofreram muito nas ruas e palcos para que hoje fosse um pouco mais fácil. Respeito, fé e dedicação são as palavras chaves.
