O Rap Di Mina repudia os versos de Nabrisa.
Cara rapper mulher, o seu gênero ou sua classe social não justificam seus versos que sustentam a estrutura racista.
A rapper Nabrisa lançou, no último dia 15, um single no canal da Pineapple StormTV intitulado “Passarin”. No entanto, os versos da moça ofendeu, não só a comunidade Hip Hop em um geral, como toda a comunidade negra.
“Inferno é pra branco e pra preto
Na cadeia tem branca e preta
Na favela tem branco e preto
Rap é pra branco e pra preto
Todo preço já foi pago, eu não preciso dá um jeito”
Cara rapper mulher, o seu gênero ou classe social não justificam os seus versos que sustentam toda uma estrutura racista. E, apesar da justificativa de sua classe social ser a mesma da maioria negra, você ainda tem o privilégio de não compartilhar da mesma dor que os negros e quando falamos de dor, Nabrisa, estamos falando de sermos a maioria dos jovens mortos, estuprados, encarcerados, desempregados, moradores de rua, violentados psicologicamente e entre outras violencias.
Vivemos em uma sociedade onde morre um jovem negro a cada 23 minutos, onde é preciso afirmar e reafirmar que vidas negras importam. É aqui onde temos a polícia que mais mata e morre. É aqui onde existe a 3º maior população carcerária do mundo e 65% dos encarcerados são jovens negros, não como você, Nabrisa, mas como 54% da população do país. É aqui onde temos a maior população negra fora do continente africano, mas é aqui também, onde mulheres negras recebem menos anestesia que mulheres brancas na hora do parto. Somos nós que estamos morrendo, sendo genocidados… E o preço não foi pago.
O Hip Hop nasceu para tratar dos problemas desse povo, que tem 63 dos seus jovens mortos por dia nas ruas. O Hip Hop deveria ter responsabilidade para tratar alguns assuntos, principalmente por ter nascido dele.
