Presidente da Fundação Palmares relaciona RAP com crime e ameaça possível apoio ao gênero
Via Twitter, Sérgio Camargo afirmou que MCs “capachos da esquerda” não receberão apoio da entidade responsável pela preservação de valores e cultura negros no Brasil.
A Fundação Cultura Palmares é uma instituição pública incumbida de difundir e preservar os valores culturais, históricos, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira. No entanto, Sérgio Camargo, presidente da Fundação, declarou nas redes sociais que o apoio aos artistas do RAP será restringido de acordo com as práticas e posicionamento político de cada um.
Usando da palavra “artistas” entre aspas, Sérgio Camargo publicou às 12h06 da tarde de hoje (17) tweets onde relacionou rappers com a criminalidade reforçando o esteriótipo que todo gênero de origem negra atravessa ou atravessou no Brasil. Camargo ainda apontou a realização de investigações a respeito da vida passada de MCs que vierem a propor algum projeto, sendo o posicionamento político motivo de invalidação.
Dentro da Fundação Palmares, o Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira é responsável, entre outras funções, de apoiar a realização de eventos culturais voltados à temática negra ou protagonizados por artistas, fazedores de cultura ou grupos culturais afro-brasileiros.
Camargo completou as publicações afirmando que shows como os realizados em homenagem ao MC Daleste, não serão mais auxiliados.
O TRAP também foi criminalizado
Anteriormente, o TRAP também foi alvo de esteriótipos. No início de março, em matéria para o UOL, a jornalista Amanda Cavalcanti usou do título, mais tarde alterado, “Trap proibidão bomba no Rio com artistas ligados a facções criminosas” para falar da nova cara do gênero. Ao longo do texto, alguns nomes da cena ainda foram citados e relacionados diretamente ao crime organizado.