Vivendo com a síndrome do impostor

Pedro Cavanholi
Ratos de Laboratório
2 min readNov 2, 2018
editoraalbatroz

As vezes eu sinto que não sou bom em nada. É um sentimento que volta e meia me ataca durante as madrugadas, tira meu sono e me deixa com uma crise de ansiedade terrível. Tudo de bom que acontece em minha vida, automaticamente eu associo a sorte, destino ou qualquer outra coisa que depende mais do mundo a minha volta do que o mundo que existe dentro de mim.

Não me vejo como merecedor de nada que tenho. Não mereço os meus amigos, e a companhia deles, não mereço a família maravilhosa e unida que tenho, não mereço meu emprego, nem as promoções que recebi nele. É um sentimento que me deixa apreensivo, que me faz pensar que a qualquer momento eu serei “desmascarado”. Que meus amigos vão perceber que não sou tão legal assim, que meus familiares irão me abandonar por eu não ser tão próximo à eles, que serei demitido pois existem milhares de pessoas mais preparadas do que eu.

Certo dia eu li um texto — não me lembro onde — que dizia desse sentimento chamado síndrome do impostor. O autor descrevia nos mínimos detalhes tudo que sinto, era quase como se ele me conhecesse, como se ele estivesse dentro da minha cabeça e pudesse através da escrita contar para todos o que eu sentia.

Alguns amigos próximos, após eu contar como me sentia, tentaram de todas as formas me mostrar o quão legal, inteligente ou divertido eu era, mas nada disso adiantava, e novamente a minha cabeça me enchia de duvidas — Será que estão fazendo isso por dó? — eu simplesmente não aceitava elogios, via eles sendo aplicados na vida de varias pessoas, mas o Pedro? NÃO! ele não era aquilo.

Demorei a entender que, talvez esse sentimento talvez nunca me deixará. Contudo, passei a conviver com ele — nem sempre pacificamente — e apesar de me prejudicar em vários projetos pessoais que eu antes de começar já coloco inúmeras barreiras, dia após dia eu estou “calando” essa voz em minha cabeça, ou simplesmente a ignorando.

Esse texto escrevo com sono, após perder mais uma noite as claras. Não vejo que ele tenha algum sentido ou mensagem, nenhum aprendizado que você leitor possa tirar, mas se você se sente da mesma forma, saiba que não está sozinho.

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