Ilustração tirada do dribbble Badoo

Gamificação —

Envolvendo de forma significativa como designer.

Rayssa Araújo
Published in
6 min readJun 12, 2017

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Pra cego ver: Totoro, um ator do Porta dos fundos, jogando algo em seu videogame vestido de aviador.

O que você vai encontrar nesse artigo?

Minha opinião e experiência sobre gamificação em ambientes corporativos.

Conceitos sobre o tema.

Algumas referências no campo do tema gamificação.

Recentemente eu tenho escutado muito sobre gamificação dentro do universo corporativo e acho inclusive interessante como parece novo quando você não é de universos como startup, onde gamificação é bastante abordada. O que mais me intriga quando apresento o conceito de gamificação para empresas de nível corporativo é que a pergunta é sempre parecida:

“Por que as pessoas vão fazer o que eu proponho com gamificação e sem ela, elas não fazem? O que as motivam?“

Tem um livro bem legal para ler sobre que é o “how gamification motivates people to do extraordinary things” do Brian Burke. Eu tenho ele em pdf, se você se interessar pode baixar ele aqui :) Ele pode te dar um bom norte quanto ao que eu vou estar falando já que ele analisa cases de sucesso e procura encontrar pontos em comum entre essas organizações, ajudando a criar melhores práticas.

Gamificação é a estratégia para criar interações entre pessoas e empresas com base no oferecimento de incentivos, sejam eles físicos ou não, que estimulem o engajamento do público com produtos e marcas de maneira mais lúdica.

"E começa com comportamentos humanos, não com jogos" segundo o guru da gamificação, Yu-kai-chou. Os jogos são reconhecidos em diversas áreas, desde de o entretenimento até seu uso nos negócios. Seu grande poder está precisamente na sua capacidade de suprir a necessidade de diversão e engajamento de seus jogadores. Além disso, eles estão presentes para diversos públicos de diferentes idades, gêneros e interesses. Seu formato é amplo e pode ser construído para uma pancada de mídias, tanto virtuais — páginas da web e aplicativos móveis-, quanto em meios físicos — jogos de tabuleiro.

Pra cego ver: Totoro, ator do canal do youtube Porta dos fundos, jogando videogame enquanto moedas do jogo saltam do controle para fora da tela.

Normalmente, pessoas podem passar muitas horas jogando, mesmo não sendo necessário forçá-las ou pagá-las. Isso ocorre porque nosso cérebro precisa das experiências que o jogo proporciona e esse estímulo provoca a liberação de dopamina (substância associada ao prazer). É exatamente isso que a gamificação busca fazer dentro do ambiente corporativo, por exemplo. Associar uma sensação boa a uma necessidade da empresa e benéfica para o funcionário de uma forma mais divertida com uma constante motivação por meio de feedbacks.

O desafio é:

As organizações estão enfrentando dificuldades em engajar seus funcionários. Todo esse engajamento envolve um recurso precioso e bastante requisitado: o seu tempo. Tanto para investir em estratégias para captar o funcionário — e entender todas as suas motivações — a realizar a sua tarefa, quanto em resolução de problemas. E além de tudo, esbarramos em problemas externos, como o imediatismo das questões atuais e a alta competitividade e internos, como a manutenção da produção da equipe e do clima organizacional como um todo.

🌚 Quando a estratégia vira o bicho-papão

Pra cego ver: Homem jogando videogame de corrida com uma tela grande a sua frente e uma cadeira que se move de acordo com o jogo.

Apesar dela ter um enorme potencial de disrupção onde é implementado, a maioria das empresas vão aplicar ela de forma errada por conta do mau planejamento em design — digo isso não só de forma visual. Como todo hype, ela é bem possível de ser mal interpretada em algumas situações.

Muitas organizações tem sido levadas a acreditar que a gamificação vai magicamente manipular e conquistar todo mundo a fazer o que elas querem. Esquecem que o que eles desejam envolvem pessoas e que esforços precisam ser feitos para se lidar com cada perfil que existe, se não, o fracasso pode ser um caminho.

🕹 A gamificação pode ser usada para motivar mudanças de comportamentos, desenvolver habilidades e incentivar a inovação, seja ela de competências ou no ambiente. O legal pra funcionar direito é justamente acontecer o alinhamento de objetivos pessoais de quem está inserido no contexto com os objetivos organizacionais envolvendo o campo emocional. Esse é o combustível para a gamificação dar certo.

🌎 Há um mundo de possibilidades para a gamificação nas empresas.

É possível implementar até mesmo em ambientes formais onde existe um desafio constante de se manter clientes, funcionários e parceiros envolvidos com os valores da instituição. A gamificação não existe de agora e pode aparecer de outras formas que o acúmulo de pontos como pensamos de primeira quando falamos no tema.

_ As técnicas mais utilizadas

Atualmente envolvem programas de pontos — como os jogos normalmente ou programas como o Dotz — , desafios, que são etapas a serem concluídas, conquistas de medalhas e badges — como o aplicativo Waze e o Snapchat fazem — , rankings, entre outros. Na prática, recompensas são oferecidas aos participantes que realizam tarefas já pré-estabelecidas — comportamentos que levarão a objetivos estratégicos. Isso é o que acontece com Universidades corporativas, conhecidas como uma plataforma LMS (Learning Management System).

_ Alguns cases

  • Case mamíferos da parmalat: A ação fez sucesso na década de 1990 com a distribuição de mascotes super fofinhos. Na campanha original, a Parmalat lançou uma promoção de troca de brindes que distribuiu mascotes de pelúcia, em troca da compra das embalagens de leite.
    🌟 Ganho pra empresa: As vendas aumentaram drasticamente.
  • Case Tim beta: A empresa criou um jogo para novos usuários, motivando eles a explorarem a cidade e ganharem pontos com ações no celular.
    🌟 Ganho pra empresa: A base de dados aumentou.

E os benefícios da implementação da gamificação nos seus processos podem ser bem amplos!

Ilustração de Xoana H.

Mensuração de desempenho: um usuário de um programa gamificado não conseguirá notar o seu progresso sem um indicador como níveis, badges, conquistas ou algum ponto de interação montada na estrutura. Com a gamificação, é possível avaliar e mensurar os resultados podendo ter uma prévia das tendências existentes no mercado e até mesmo das necessidades do jogo.

Ilustração de Xoana H.

Sentimento de conquista: ao se atingir um determinado objetivo, desperta-se um sentimento de conquista, que é um importante estímulo para as para que o participante continue engajado e interessado nas próximas etapas.

Ilustração de Xoana H.

Competitividade saudável: A competitividade já faz parte do comportamento humano e é que motiva as pessoas a partir da vontade de melhoria e/ou de superação (sentimento ligado a outra pessoa ou a si mesmo) em algum aspecto.

E tudo isso, é graças a um processo de empatia, que é bem diferente de simpatia. É saber o que o seu funcionário quer para criar uma jornada clara e gerar um feedback interessante sobre a experiência. É criar menos respostas prontas e maiores conexões para trazer retornos positivos para todas as partes envolvidas.

⚡️ Referências

Pra finalizar, vou deixar de referência um vídeo super bacana que eu adoro mostrar quando falamos desse processo de empatia:

Obrigada por ter lido até aqui! ❤

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Rayssa Araújo
rayssaraujo

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