Lifelong learning & hábitos atômicos

Maurício de Azevedo
Ship It!
Published in
7 min readJan 10, 2022

O que é “lifelong learning”?

Em uma tradução simples, lifelong learning significa “aprendizado ao longo da vida”. Tanto em âmbito pessoal quanto profissional, para tudo há ações que são consideradas como necessárias para estar em situação mediana.

Estudos corroboram que o “estar na média” é o fator primordial para coibir a evolução do ser humano. Com isso, aqueles que buscam ser bem sucedidos traçam meios que os capacitem a estar acima da média. A tendência é que a média se torne cada vez maior, refletindo na perda de espaço por aqueles que decidem não se aprimorar e nem estar evoluindo gradativamente.

Aprender de forma contínua é algo que traz vários benefícios, sendo alguns deles: novas habilidades, estímulo à criatividade, domínio de novas tecnologias e surgimento de oportunidades. Com isso sua evolução se dá de uma forma natural e imperceptível.

Há uma organização chamada Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ) que fundamenta o conceito de lifelong learning em 4 pilares:

  • Aprender a conhecer, que defende que o conhecimento é adquirido para criar questionamentos que o permita ter um posicionamento melhor em diferentes situações;
  • Aprender a fazer, onde temos de ter a consciência de que tudo muda a todo momento, sendo adaptáveis e termos a iniciativa em nossas ações;
  • Aprender a conviver, que nos desafia a praticar a empatia com o objetivo de tornar as trocas de experiências oportunidades de conhecer melhor uns aos outros;
  • Aprender a ser, que fala da importância da evolução do senso crítico como reagente na busca de novos conhecimentos.

Conhecendo os 4 pilares, vamos entender um pouco sobre conceitos básicos dos hábitos atômicos, desta forma poderemos perceber a ligação existente entre esses dois conceitos.

Falando sobre Hábitos Atômicos

Antes de falar sobre os hábitos atômicos, é necessário deixar claro que todo hábito é principado em quatro estágios, sendo eles:

  • Estímulo: Aqui, fala-se de busca de sinais de recompensas em cima de algo que estamos fazendo, funcionando como um gatilho comportamental ao nosso cérebro;
  • Desejo: O desejo da mudança é o motivador do hábito, que nos leva a refletir o que ele hábito irá mudar na nossa forma de ser, na nossa identidade;
  • Resposta: Este estágio se relaciona a ação que fazemos, seja ela física ou mental, e que será ou não realizada de acordo com a capacidade nossa para aquilo que queremos fazer;
  • Recompensa: Aqui temos o resultado final ou objetivo, dependendo como você se refere. Ela tem o propósito de satisfazer os nossos desejos e, além disso, nos trazem ensinamentos que nos capacitam a definir quais ações devemos ou não dar continuidade.

Um aspecto importante enquanto falando de hábitos atômicos, é que o termo se refere a criar rotinas onde nossas ações sejam feitas de uma forma repetitiva, invés de vistas como objetivos e metas com início, meio e fim. Pois, assim como tudo muda a todo momento, nós precisamos estar sempre nos reinventando e, aqui nesse ponto é onde os hábitos atômicos se ligam diretamente ao conceito de Lifelong Learning.

Tendo isso em mente, trago 4 aspectos que James Clear traz em seu livro Hábitos Atômicos, como sendo as Quatro Leis da Mudança de Comportamento para que você saiba de uma forma mais precisa, construir e manter hábitos que te levem a se tornar um lifelong learner.

As Quatro Leis da Mudança de Comportamento segundo James Clear

Toda mudança pode ser fácil ou difícil, tudo depende da forma como a conduzimos. Não é diferente e não é mais fácil quando estamos falando da mudança de nossos comportamentos, visto que sair da zona de conforto para muitos é um bicho de sete cabeças.

Para tal, James Clear trouxe 4 leis necessárias para você criar bons hábitos:

  • Torne-o claro: Onde você precisa se colocar em uma posição, onde você saiba exatamente qual é o objetivo a ser alcançado com aquele hábito;
  • Torne-o atraente: Tudo que está ao redor de um hábito funciona como um facilitador, sendo necessário preparar de uma forma que você sinta prazer de estar fazendo algo;
  • Torne-o fácil: Leve em consideração que para que algo não se torne algo ruim de se fazer, você precisa conhecer a si mesmo, suas limitações, forças e fraquezas, para que não faça algo que exija de você mais do que você consiga oferecer naquele momento;
  • Torne-o satisfatório: Mesmo que seja algo fácil, é importante ser algo prazeroso para você que eleve o seu grau de dopamina, caso contrário seu hábito irá diminuir e sumir tão naturalmente que você nem se dará por conta.

Sabendo o conceito de lifelong learning e um pouco sobre hábitos atômicos, trago algumas técnicas em cima de cada uma dessas leis, para que você concilie com seu ciclo de aprendizado contínuo.

Torne seu hábito claro

Para tornar algo claro, você precisa ter dois pontos em mente: primeiro, busque ter uma clareza dos benefícios do hábito que tá buscando e por fim para tornar uma ação um hábito ela deve estar com duração, horário e local bem claros como podes perceber nas duas afirmativas a seguir:

Eu vou meditar durante 1 minuto às 7 horas da manhã na cozinha

Eu vou estudar espanhol durante 20 minutos no quarto às 18 horas

Tendo deixado um hábito claro, veremos a seguir formas de tornar algo atraente para nós.

Torne seu hábito irresistível

Muitos se perguntam o porquê de se sentirem desmotivados para realizar alguma coisa, mesmo que queiram e entendam a importância para seu crescimento. Para responder esse aspecto vale trazer uma descoberta trazida pelos neurocientistas James Olds e Peter Milner, que perceberam a relação direta entre o nível de dopamina com a vontade e desejo de realizar alguma coisa.

Por meio destes experimentos, verificou-se que o nível de dopamina tende a crescer mais quando queremos algo do que quando estamos experimentando algo de fato. Para isto, uma técnica interessante descrita é o “empacotamento de tentações” que diz que algo tende a se tornar mais atraente quando definirmos uma atividade a ser realizada depois, a qual gostamos muito.

Para atuar desta forma, nós reunimos dois comportamentos, um menos provável e outro mais provável, pois segundo o psicólogo e professor David Premack descreveu no princípio conhecido como “Princípio de Premack”, que diz que agindo dessa forma conseguimos aumentar a probabilidade de algo que precisamos fazer, mas que ao mesmo tempo não queremos tanto fazer. Trazendo para prática:

Vou ligar para 3 clientes e depois assistir o resumo dos esportes

Desta forma, no momento que condicionar o “assistir a esportes” ao “ligar para clientes”, você conseguirá aumentar a probabilidade de realizar as ligações que são importante e ao mesmo tempo, não tão prazerosas para você.

Mesmo atraente, vamos ver a importância de garantir a não desistência de um hábito por conta de sua dificuldade.

Torne seu hábito fácil

Aqui há um paradoxo logo no objetivo, pois tornar um hábito fácil não quer dizer que você deve fazer apenas coisas fáceis, mas sim elaborar estratégias de tornar coisas difíceis de se realizar mais fáceis.

Nesse contexto, dá para fazer uma referência direta a um conceito trazido pelo método infantil Montessoriano, que defende que para tornar algo atrativo para uma criança, você deve preparar o ambiente, tornando uma atividade inicialmente chata para ela, atrativa.

Um exemplo prático é, se você deseja que seu filho pratique mais atividades que ajudem na psicomotricidade, você deve organizar a sua casa de uma forma que tenha objetos que sejam interessantes para ele, ao mesmo tempo de uma forma que não seja arriscado para ela se ferir.

Mesmo que tenhamos algo fácil, atraente e bem definido, não ter um retorno em cima daquilo que estamos fazendo acaba nos trazendo frustrações. Na sequência veremos como agir para que isso não aconteça.

Torne seu hábito satisfatório

Aqui temos o que podemos nos referenciar como a “galinha dos ovos de ouro” quando se refere a bons hábitos. Nosso cérebro armazena nossas experiências e aprende com elas, criando gatilhos que nos fazem lembrar de forma automática todos os hábitos que nos trouxeram algum tipo de prazer.

Este aspecto acaba por ser uma faca de dois gumes, visto que um hábito que seria bom continuarmos com ele, acaba entrando em nossa rotina por não ter os objetivos bem definidos, pois não sabíamos com exatidão o que esperar desse hábito.

O ponto mais complexo é que a natureza humana em sua essência é imediatista e escolhe ações que lhe dê um retorno imediato, não percebendo que aquilo que de fato lhe trará maiores benefícios é fruto de trabalho constante, já que, como diz o ditado “o que vem fácil, vai fácil”.

Para contornar esses aspectos, é útil buscar estratégias que façam como que você se beneficie de gratificações imediatas, como tendo uma conta de economias, onde toda vez que você deixa de gastar com algo supérfluo você coloque nela para uma futura viagem é um exemplo prático de como fazê-lo.

Há recompensas intrínsecas, como melhora de humor, redução de stress e aumento de energia que, quando se tornam perceptíveis acabamos nos livrando dos maus hábitos de forma natural.

Conclusões

Estes conceitos trazidos são aplicados diariamente na RD, pois temos um Culture Code que trás a premissa de 6 valores:

  • “A” Team: Todos RDoers são motivados e incentivados a serem ao seu “eu” de hoje ser melhor do que o de ontem;
  • Excellence: Busca pelo melhor, sem reinventar a roda, buscando resolver todos problemas propostos;
  • Lean: Utilizar o mínimo de recurso possível, focar em resolver o agora e não tentar prever situações;
  • Out-Teach: Crença de que o compartilhar o conhecimento é essencial, e que nada deve ser guardado só para si, sem egoísmos quanto falando em disseminar os seus aprendizados para o mundo;
  • Data-Driven: Toda hipótese deve ser baseada em métricas, sendo desafiado a buscar dados que contradizem sua solução, lhe trazendo insumos para melhorar a sua ideia;
  • Customer First: Atuar como consultores, sempre auxiliando seus clientes na resolução de seus problemas, bem como no entendimento caso não esteja bem claro por meio de um relacionamento transparente e duradouro.

Caso tenha gostado do artigo, ou queira estar colaborando de alguma forma, sinta-se a vontade em estar comentando…

Se houver despertado em você a curiosidade de como é estar em um ambiente onde lhe é provida oportunidades de crescimento pessoal e profissional, acesse o link e confira as vagas disponíveis, para saber se há alguma que lhe interessa…

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Muito obrigado pelo seu tempo de leitura… e até breve!

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