Será que é fácil ou difícil virar uma deva?
Depois de mais de 10 anos trabalhando na área financeira, sendo expert em impostos e legislações tributárias, como entrar no universo das linguagens de programação?
Primeiramente, acho que é fundamental ter uma noção de SQL, pois os bancos de dados relacionais a utilizam e vai te auxiliar bastante para os aprendizados.
O SQL é uma linguagem utilizada para fazer consultas, inserções, atualizações e deleções nesses bancos. Por exemplo, você pode fazer um SELECT em uma tabela, seguido de um WHERE idade=20, e então serão retornadas as informações das pessoas que estão armazenadas no banco que possuem a idade de 20 anos. Esse é um exemplo bem superficial do que é feito, já que tem a comunicação entre chaves estrangeiras para relacionar uma tabela a outra, mas a ideia aqui é só dar um contexto mesmo.
No meu caso após o SQL, tudo começou com Python, impulsionada pela vontade de trabalhar com ciência de dados para aprimorar métricas e análises financeiras, afinal tinha mais afinidade com o tema.
A linguagem Python é mais usada para análise de dados e programação backend. Se o interesse é maior em frontend, é interessante começar por HTML, CSS e JavaScript.
Após alguns meses de curso, utilizando o Colab, enquanto estava aprendendo a manipular dados com pandas e matplotlib, apareceu a oportunidade de ajudar em um projeto fazendo a correção de pequenos bugs em um sistema de fibra ótica, com o framework Django, e me apaixonei pela programação! A alegria de executar algumas ações e já ter um resultado visual fez os meus olhos brilharem.
Então fazendo alguns Models e API’s em Python com o Django, fui entrando de fato na prática do mundo da programação. Descobri o stackoverflow e documentações das linguagens como grandes aliados. Afinal, o que você não sabe fazer tem que buscar! E o Postman me ajudou bastante na etapa de testar se os métodos POST, GET e PUSH, estavam funcionando como o esperado na verificação do funcionamento das URLs.
Dicas de algumas plataformas e sites
O Datacamp é uma plataforma paga com cursos em inglês com um enfoque maior em Python, foi por onde comecei e achei bem bacana por ter os exercícios práticos e estudos de casos. Já o Free Code Camp é uma plataforma gratuita e bem interativa para um primeiro contato com alguma linguagem.
Falando um pouco de oportunidades, no site de bolsas do Santander tem vários programas que você pode se inscrever para concorrer a bolsas de estudos, o que acho que vale bastante a pena. Eu fiz um programa básico de Javascript e curti bastante. Aparecem alguns bootcamps também, então recomendo sempre verificar se tem alguma oportunidade interessante.
Uma dica de evento online e com opção gratuita é o TDC — The Developers Conference, vale muito a pena para se ambientar com a área, fazer networking, verificar oportunidades, ou até mesmo se aprofundar em algum tema.
Sobre canais no YouTube, indico o Código Fonte TV, que possui assuntos variados. Mais na parte de frontend achei bem bacana o curso de Angular 9 da Michelli Brito.
E claro, não poderiam faltar os tutoriais das documentações dos frameworks. No meu caso, fiz alguns, começando por esse de Django (python). O do Rails (ruby) também é muito bom, são excelentes para ter uma visão geral de como funcionam.
E como a RD Station entra nessa transição?
Foi em novembro de 2020 que criei a coragem, também impulsionada pelo apoio e incentivo do meu marido, que é desenvolvedor sênior, para me candidatar a uma vaga na RD, empresa tão famosa por sua cultura incrível de oportunidades de aprendizagem, flexibilidade e muito humana. E não é que deu certo?!
Desde o primeiro contato na seleção, só ia crescendo a vontade de fazer parte dessa empresa, pois em todas as conversas com funcionários, era possível ver toda a atenção e o cuidado com o próximo, além de muito profissionalismo.
Então em janeiro se iniciou minha caminhada na RD Station, em um time extraordinário que é a Hydra, onde as pessoas trabalham como uma verdadeira equipe, e com a liderança atenta, sempre impulsionando o crescimento e estimulando a aprendizagem. Ainda, sem falar na oportunidade de fazer mentoria com um desenvolvedor mais experiente de outro time, que te dá várias dicas e explicações de como as ferramentas que nós trabalhamos funcionam.
Mas mesmo com todo o apoio, o sentimento de pensar que você não é boa o suficiente está ali presente querendo te sabotar. É preciso fazer um esforço e se localizar das pequenas conquistas que vão sendo feitas ao longo do processo, porque senão pode parecer que você não é capaz o suficiente para ser uma deva. Assim, minha dica aqui é traçar uma linha do tempo e ir colocando pequenos marcos para acompanhar a evolução.
E quando você faz o seu primeiro PR (pull request) e o Principal Engineer faz o code review dele, você fica como?
E além disso, você descobre que ele é uma pessoa super disponível, que dá várias dicas de melhorias e ainda te ajuda a fazer o spec para o novo cenário de testes. Então só por aí já dá para perceber como todos os devs e devas são por aqui! Utilizamos aqui o Slack como ferramenta de comunicação e os times possuem seus canais, e funciona muito bem para tirar dúvidas e pedir ajuda.
E será que precisa falar inglês?
Se você não tem nenhum conhecimento de inglês, então a dica é começar a estudar, porque muitas documentações bacanas são em inglês e temos uma prática de criarmos branchs e commits em inglês, então vejo que é interessante ter um conhecimento intermediário de inglês.
Porque também vai te auxiliar na hora de programar, já que os métodos, classes, modelos, serviços e demais definições, são geralmente escritos em inglês. Além de alguns comandos utilizados com o git, que é uma ferramenta de controle de versões, como commits, checkout em branchs, pull e push.
Temos uma branch principal que é a master, e quando precisamos implementar alguma melhoria, fazer alguma correção ou modificação, criamos uma branch específica para não “bagunçarmos” a nossa main (master) e, dessa forma, vamos tendo um controle das modificações feitas no software.
Concluindo
Então é fácil ou difícil ser uma deva?
Posso dizer que certamente não é fácil, mas com dedicação, estudo e iniciativa a probabilidade de se tornar uma deva é bem alta. Eu ainda sou uma baby deva, mas sigo motivada nessa jornada cheia de desafios e aprendizados constantes.
Sendo assim, se você gosta de desafios e gosta da área tech, comece seus estudos e venha para a área! Super recomendo, aqui na RD não vejo competitividade, vejo muita colaboração e compartilhamento de conhecimento. Acesse nossas vagas e venha trabalhar com a gente!