A certeza dos incertos superada em fatos

#GoplanThinking
Revista ReaB
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4 min readJul 15, 2017

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Antes de entrar no mérito do conteúdo deste post, cabe um paralelo entre o comportamento humano e de outras espécies quando o assunto é liderança.

Os líderes de mamíferos sociais, como o elefante, podem ser descritos como ditatoriais e exercem um poder despótico sobre o grupo. As semelhanças com humanos são profundas e fazem parte da estrutura inata do cérebro, sendo comum a todos os mamíferos a dominância, subordinação, capacidade para formar alianças e o processo de formação de decisões, fatores intrinsecamente condicionados pela biologia. Contudo, esse estilo de liderança corporativa está ultrapassada, sendo baseada no medo e geralmente associada a inabilidade como líder.

Talvez seja melhor caracterizar as estruturas mais tradicionais de liderança como os grupos de hienas. Não entenda mal, nessa espécie, as fêmeas são líderes matriarcais do grupo, cujo poder é hereditário, como em pequenas empresas familiares. Corporativamente, esse paralelo permite ainda identificar como dominam ‘n’ subordinados pelo simples fato de serem donas do negócio, pouco inspiram.

O melhor seria comparar liderança moderna com os leões, ou muita pretensão?! Vejamos: O leão atua em conjunto com leoas do grupo, cada qual responsável pela sua tarefa mais eficiente como a proteção ao grupo e a caçada, respectivamente. Ignorando a estereotipagem do machismo, pode-se afirmar que compartilham responsabilidades e traçam metas em comum. O leão pode ser visto como líder nato pois desempenha o papel de estrategista e gere a organização grupal, entende que o grupo é que faz a diferença. Na divisão da caça é o primeiro a se alimentar, por respeito das leoas; protege o grupo já que costuma se deparar com bandos menores, compostos de machos, que lutam com o líder para demovê-lo de sua posição; como estrategista e visionário, elimina concorrentes tanto atuais quanto potenciais (filhotes de guepardos, matriarcas hienas, grupos inteiros de cachorros-do-mato, …).

{aqui começa minha opinião dentro do post}

Liderança é obtida com respeito e humildade, por experiência e habilidades construídas, pelos ensinamentos ao grupo e como podem atingir seu potencial, pela identificação de perfis e concretização do grupo como equipe entrosada!

A despeito de desempenhar esse papel, assim como os leões e os neandertais, são desafiados por outros grupos, ou até mesmo pelo próprio grupo. Esse é o desafio moderno, esse foi o desafio do homo sapiens.

O líder corporativo moderno é tão capacitado quanto o grupo liderado — ou menos até — independente da escola primária em que estudou, o perfil dos profissionais corporativos apresenta tendência a formação superior, dedicando-se ao trabalho no período diurno e vespertino, enquanto estuda à noite. Os profissionais graduados são mais bem aceitos como líderes das equipes dado a diversidade de assuntos e dificuldades para superar a problemática, mas claro, Steve Jobs mostrou que isso não é exclusividade. Por isso, os recém formados acreditam que podem ser os novos líderes, que apesar da juventude são muito experientes, que tomariam decisões mais assertivas e revolucionariam seus nichos de trabalho, e talvez toda a empresa. Afinal, para eles, tudo está em completo desacordo de como deveria realmente funcionar.

Assim como o líder humilde precisa reconhecer quando a opinião/ideia do liderado é superior a sua, o liderado precisa reconhecer que há inteligência na liderança, estão ali porque neles foi creditada confiança e poder para discernir fatos e especulações. Sobretudo, os bons líderes permanecem humanos, ouvem mais e corrigem seus atos falhos, enquanto os maus liderados são tóxicos, disseminam mentiras e especulações, se alimentam de ódio e obsessão pela cadeira do líder — talvez uma promoção insignificante e desmerecida também. O mau liderado é por vezes aquele que fala muito e produz pouco, apresenta um tipo de desvio de caráter, pode até convencer o líder hierarquicamente mais afastado que é um ótimo profissional, mas o tempo mostra suas verdadeira facetas.

Então, se pergunte: Por que não identificar esses maus liderados e demiti-los (You’re fired!)? Esse seria um bom líder?

Na iniciativa privada seria fácil, funcionário sai pela porta dos fundos! As start-ups talvez se preocupariam um pouco mais com o ambiente de trabalho antes da ação. No setor público, todos conhecem a resposta. Portanto, qual a melhor opção quando há estabilidade? Até mesmo mudar de setor dentro da empresa pode ser uma dificuldade, seja pela estrutura organizacional, seja pela identificação do grupo ou líderes afastados pelo mau liderado — Cabe lembrar que essa identificação do líder mais afastado pode prejudicar o relacionamento do líder imediato com a equipe e até deteriorá-lo.

Essa resposta o bom líder conhece: Comunication, comunication!

Os maus liderados acreditam sempre ter certeza do que dizem e respondem de maneira incerta quando questionados, cabe então se comunicar constantemente com a equipe liderada, mostrar fatos e dados e principalmente ouvir a todos. Dar crédito aos bons liderados, desvirtua, desmistifica a fama do outro. É preciso agir como o leão, preservar a autenticidade do grupo, o coletivo é promovido.

Concluo a reflexão desse meu primeiro post perguntado aos leitores: Qual modelo de gestão mais lhes agrada, dentro dos panoramas apresentados, focada em resultados ou em pessoas?

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Ciência | Tecnologia | Inovação, escreve para o Ciência Descomplicada, TRENDR e Subjetiva