[Parte 8 — Bônus] Saiba os desafios do Recruta Arpex e confira dicas dos participantes

Trazemos hoje a surpreendente história do Marcelo Schucman, reprovado no Recruta 2015.2, mas aprovado no Recruta 2016.2.

Recruta Stone
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10 min readJun 2, 2017

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Para você que achou que havíamos terminado nossa série de entrevistas com alguns dos nossos recrutas, te fazemos uma surpresa agora! Conheça a história única Marcelo Schucman, reprovado na viagem final da edição do Recruta Arpex de 2015.2. No entanto, ele entrou na empresa mesmo assim e, em 2016.2, quando estava participando do processo como avaliador, recebeu uma surpresa da turma: ele faria a final novamente para ter a chance de conquistar o título de Recruta. Oportunidade concebida, oportunidade aproveitada. Marcelo, 24 anos, formado em Direito e que trabalha na área de Relações Institucionais da Stone, em São Paulo, é hoje oficialmente um Recruta.

Ficou curioso para entender o que rolou com ele, os desafios e as reviravoltas que enfrentou em ambos os processos e como conseguiu se superar e se provar novamente para a companhia? Leia a conversa que tivemos com ele e os conselhos que ele dá para lutar e conquistar o título de Recruta.

Conta um pouquinho como foi seu processo:

É, eu fui aprovado, mas foi uma aprovação diferente, ? Eu fui inicialmente reprovado, lá em 2015.2, mas eu entrei da companhia da mesma forma. O Augusto [um dos líderes da Arpex], que até hoje eu trabalho com ele, achou que meu perfil tinha a ver com o time dele, me fez uma proposta, a gente conversou um pouquinho e aí eu vim para Stone. Eu fiquei basicamente trabalhando com ele ao longo do ano, teve uma outra edição do Recruta, a de 2016.2, e eu fui como avaliador. Eu participei de todas as fases como avaliador, até a viagem. Chegou na viagem e eu tive uma surpresa lá, que o pessoal fez. Eu realmente não tinha a mínima ideia porque eu não apliquei de novo, nem nada do tipo. Quando tavam chamando os recrutas, apareceu minha foto lá e eu participei de novo da última fase, que foi onde eu tinha sido reprovado, na viagem. Deu tudo certo e eu acabei aprovado. (…) Realmente, no dia a dia, não teve uma grande mudança, mas foi muito legal o reconhecimento.

Por quê você participou do processo lá em 2015.2?

Então, eu sou advogado de formação e aí eu já trabalhava com M&A (Fusões & Aquisições). Era advogado já há um tempo, um ou dois anos. Antes eu tinha passado por empresa, por outros escritórios. Eu sempre tive muita facilidade para aprender a maioria das coisas, nunca tive muita dificuldade na escola ou na faculdade. Nunca me esforcei muito também. Então, eu fiz uma boa faculdade, mas fui um aluno mediano. Não aparecia na faculdade, eu passava mais porque eu tinha o meu jeito e acho que eu sou minimamente inteligente. E aí, como eu nunca tive muita dificuldade, eu fui passando e sempre fui trabalhando. Eu decidi trabalhar desde o primeiro ano, então eu tava sempre enrolado com trabalho e faculdade. E uma vez que eu me formei, eu comecei a trabalhar como advogado.

Eu sempre tive uma questão que eu nunca me senti muito dentro do direito. (…) Eu acho até que, com 18 anos, você escolher algo que vai fazer para o resto da vida é um pouco cruel. A escolha da faculdade foi mais por exclusão do que uma escolha propriamente dita. E eu nunca me senti muito advogado, nunca fui advogado efetivamente. E isso foi se transformando mais em um monstro dentro de mim que, dois anos depois de formado, eu acabei me sentindo um pouco medíocre no ambiente em que eu tava. Não que eu fosse ruim no trabalho, mas eu nunca consegui transcender para onde eu queria. Me sentia diferente, não sentia que tava fazendo nada de efetivo. E aí é uma questão total de perfil, meu perfil nunca foi aquele.

Eu tive uma quebra, mais ou menos em Agosto [de 2015]. Eu saí do escritório, comecei a trabalhar com alguns freelas. Então, eu pegava contrato aqui e ali para me manter, eu tinha algum dinheiro guardado, para eu poder me encontrar. Eu não sabia o que queria fazer da vida. E aí, no quarto ou quinto mês, o dinheiro tava curto, os freelas tavam entrando cada vez menos, e eu decidi que eu tinha que fazer algum tipo de trainee, porque era algo que ia me poder me dar o dinheiro no curto prazo e eu ia poder continuar nessa busca por mim, por quem eu era mesmo. E aí, nessa procura, o meu irmão me indicou o Recruta porque ele fazia parte da Fundação Estudar, fez Insper e etc. Eu sinceramente entrei sem saber direito onde eu tava entrando. Eu vi que não era um trainee como qualquer outro, mas em um primeiro momento você não dá aquela importância. Você fala: ‘Ah, beleza, é o pitch dos caras e, no final, é um trainee como qualquer outro.’ E comecei o processo.

Quando eu comecei o processo, já foi muito engraçado porque, quando você já vai se inscrever, já é muito diferente de todos os outros. Nos outros trainees, parecia que eu estava na fila do gado e, na inscrição do Recruta, eu já vi que o cara estava querendo entender realmente quem eu era. E eu acho até engraçado, eu escrevi tanto na parte da minha vida que me falaram: ‘Cara, você escreveu tanto, a gente nem conseguiu ler tudo’. Porque eu fiz uma redação lá em todos os pontos. E o processo foi me cativando desde o começo. Então, eu acabei passando em outros trainees, que eu meio que descartei antes de ter qualquer resposta do Recruta, porque aquilo foi me cativando e eu meio que fui entendendo que talvez eu estivesse encontrando algo que fosse me fazer diferente. E aí o resto do processo foi demonstrando exatamente isso.

Obviamente, eu nunca tinha sentido pressão, nada parecido com o que eu vivi no processo. Mas isso, ao invés de me assustar, foi me animando. E aí eu fui passando pelas fases até a final, amarradão, literalmente. Nos outros trainees, você sempre procurava saber valor e tal, e eu nunca perguntei valor, nunca quis saber do valor. Eu estava mesmo querendo conhecer aqueles caras, porque no dia um que eu conheci o pessoal, a turma, eu falei: ‘Gente, o que eu estou fazendo com a minha vida? Porque olha esses caras, olha o que eles estão fazendo, olha quanta gente boa e eu aqui, parado no tempo.’

O que você achou mais legal no processo?

Cara, o que eu mais gostei do processo é que ele entrega o que ele promete. Quando eu comecei o processo, eles falaram: ‘(…) Esse é um processo de autoconhecimento absurdo’. E para mim foi exatamente isso, foi um processo de autoconhecimento. Eu saí dali outra pessoa. E o meu ano seguinte, na própria Stone, me provou isso, que eu literalmente me encontrei. E quem fez eu me encontrar foi o processo, o Recruta. Foi uma história, que muitas vezes a gente não acredita muito, mas de hora certa, pessoa certa, lugar certo. Me encontrei em um ambiente feito para mim.

A gente fala muito da parte de DNA, né? ‘Cara, você tem que ter o DNA Arpex’. E eu passei por muito lugar em que eu só não tinha o DNA, não tinha o perfil. E aqui eu encontrei um monte de gente com o perfil parecido comigo, com a diferença que eles eram, e são, muito melhores do que eu. Então, isso me cativa para eu melhorar, tanto no meu time quanto na empresa.

O que você achou mais difícil e desafiador?

O teste de lógica é incrivelmente difícil, mas eu acho que o mais desafiador é você tirar a máscara. E para mim principalmente, porque eu venho de um mercado e de um mundo em que eu vivia com a máscara. Eu sempre brincava que eu era muito bom de entrevista. Eu nunca fui em uma entrevista na qual eu não fui contratado por causa disso: falava exatamente o que o cara queria ouvir, no momento em que ele queria ouvir, mesmo que não fosse o que eu acreditasse.

E quando eu comecei a passar pelas entrevistas, sabatinas, as conversas com a turma, eu simplesmente entendi que isso não ia funcionar. E comecei a tomar porrada atrás de porrada, até que eu falei: ‘Acho que esses caras querem me conhecer.’ Então, essa foi uma dificuldade que eu tive de me abrir. Acho que, uma vez que eu me abri, deu tudo certo, mas essa primeira dificuldade de tirar a máscara e você falar ‘Tá, esse sou eu, esses são meus medos e essas são minhas qualidades’…, principalmente de onde eu vim e como eu aprendi na vida profissional, foi muito difícil.

O que você descobriu sobre você?

Cara, eu descobri que eu tenho muito mais a dar do que simplesmente ler um bom contrato. [Descobri] que a minha visão não necessariamente é uma visão genérica, que todo mundo tem. Nunca é demais você dar um ponto de vista diferente. Acho que meio que sempre subestimei meu ponto de vista por alguém talvez já ter pensado naquilo. (…) Acho que o que eu aprendi sobre mim, principalmente, é a ter muito mais autoconfiança e meio que confiar no seu taco, não botar ressalva no que você fazendo. Que é algo que eu sempre acabei fazendo no direito, né? Não na Stone, porque aqui a gente tem um jurídico muito legal, mas principalmente em escritório, você acaba sempre colocando a sua opinião cheia de ressalvas. E aqui eu aprendi que não fazer isso é o melhor que eu posso fazer.

O que o processo mudou em você?

Cara, a gente costuma falar de chave, né? Por exemplo, o meu irmão… eu sempre tive um termo de comparação, uma curva muito alta. O meu irmão fez duas faculdades, fez Direito comigo na PUC e fez Economia. E ele sempre, desde os 18 anos, teve a chave virada porque ele sabia o que ele queria da vida. E eu meio que até os 22, 23, não sabia. Então, eu acho que o que o processo fez comigo foi exatamente virar essa chave. Minha chave virou e eu acho que hoje eu tenho bem claro o meu objetivo: onde eu quero chegar, como eu quero chegar e o que valorizo para chegar lá, entendeu? Acho que é exatamente isso o que o processo se propõe a dar para quem está disposto a se abrir para ele e se entrega.

Que dica você dá para quem está pensando em prestar esta edição?

Acho que tem algumas dicas legais de você dar. No meu processo, teve uma pergunta quando eu tava no final do Recruta do ano passado, 2016.2, na entrevista final (…): ‘Cara, o que você falaria para um candidato que não passou?’ E até hoje o pessoal brinca comigo porque minha resposta foi: ‘F***-se’. Eu falei isso porque eu realmente acredito que pouco importa no final se você passou ou não. Obviamente passar é muito legal, você vai ter as maiores missões e você vai ser aquele cara que pronto naquela hora. Mas, no final, o que gente procurando é gente boa para nos ajudar a construir um sonho. E esse sonho cresce de maneira exponencial e a gente precisa de mais e mais gente para construir com a gente. Então, meu conselho é: não se apegue a coisas pequenas, do tipo ‘Eu tenho uma dificuldade aqui, outra ali’. O que a gente procurando é gente disposta a aprender, a absorver muito, a trabalhar muito, e principalmente a construir com a gente aquilo que a gente crê de melhor não só para a companhia. Acho que a gente em uma busca de mudar o sistema econômico e o país como um todo.

Que mensagem final você deixa?

Difícil falar alguma coisa que vai preparar as pessoas para o processo, porque ele é realmente muito diferente, a gente não encontra nada por aí. Eu acho que ler tudo o que você puder para conhecer um pouco mais do nosso universo ajuda. É um universo complexo, tanto na parte de cultura quanto na parte do nosso próprio mercado. E, principalmente, chegou aqui, não tenta inventar um personagem. Eu falo de caso prático, não funciona e não é a ideia. E no final você vai sofrer mais, porque a gente vai descobrir. Não vai ser legal e efetivamente a gente não vai ter um casamento de ideias. Então, seja você mesmo. Se esse não for o perfil, a gente vai te falar logo de início. E se for, acho que você vai estar cometendo um dos maiores acertos da vida, que é se juntar com gente muito boa e crescer junto.

Curtiu a história do Marcelo? Deixamos esse super caso de superação para o final justamente porque ele traz muitas lições importantes: descubra o que te move e o que você quer; se esforce para conquistar; confie em si e seja você mesmo e não desista apesar das dificuldades e fracassos. Lembre que sempre podemos mudar a nossa história.

Agora sim, esse é o final (mesmo!) da série de histórias que fizemos com a nossa turma de Recrutas. Mas como já dissemos, você pode continuar conhecendo mais da nossa turma e cultura no blog da Stone. Estamos esperando vocês lá!

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