Crianças copiam atos sexuais nocivos e comportamento sexual abusivo depois de assistir pornografia online, alerta relatório

Por DAVID BARRETT

Crianças estão praticando atos sexuais violentos depois de assistir pornografia online, alerta um relatório lançado na data de hoje.

Jovens estão imitando atos sexuais abusivos e degradantes retratados em vídeos da internet, segundo pesquisa do Children’s Commissioner for England.

Algumas crianças foram submetidas à esses tipo de aviltamento nas mãos de outros menores, incluindo-se asfixia, estrangulamento, tapas, chutes, chicotadas e socos. Outros contaram que foram forçados a participar de atos sexuais pervertidos.

Uma análise de entrevistas policiais com jovens vítimas de crimes sexuais descobriu que metade continha referências à práticas sexuais violentas da comuns na pornografia.

Duas crianças disseram que foram tratadas ‘como uma estrela pornô’ por seu agressor.

A representante da organização, Dame Rachel de Souza, pediu medidas mais duras contra a pornografia online.

“O que essa evidência convincente mostra é que esses atos comumente ocorridos na pornografia também estão ocorrendo em casos terríveis de abuso sexual e violência infantil”, disse ela.

“Quando combinamos isso com o que as próprias crianças e jovens nos dizem sobre a influência que a pornografia tem em seu comportamento e bem-estar, acredito que temos um ambiente mais favorável do que nunca para trazer proteções mais robustas para crianças no mundo online. Por muito tempo, jogamos a questão da pornografia para debaixo do tapete.”

“Mas não podemos mais deixar de discutir a natureza, a escala e os impactos da pornografia online.”

O relatório analisou quase 12 milhões de palavras de centenas de depoimentos policiais, bem como documentos de centros de referência de agressão sexual e entrevistas com agressores. Nas transcrições dos depoimentos policiais, 16% mencionaram tapas, 18% referiram-se a socos e 8% a estrangulamento.

Mais de um quinto — 22 %— mencionou xingamentos, 3% referiu ter sido abusado durante o sono e 2% ter sido abusado enquanto estava entorpecido. Ao todo, 35% mencionou atos de agressão física, 22% citaram atos de humilhação e 13% referiram-se a atos de coerção durante o sexo.

“Em várias entrevistas, as crianças que sofreram violência reconheceram que sua exposição à pornografia era excessiva ou insalubre”, disse o relatório. “A análise considerou atos sexuais violentos específicos comumente vistos na pornografia para ver se eles apareciam em entrevistas com crianças sobre abuso sexual infantil.”

“Muitos dos casos analisados (50%) de abuso sexual praticados por uma criança em outra incluem palavras que se referem a pelo menos um desses atos. As próprias crianças às vezes traçavam a ligação entre o que lhes acontecia, ou o mal que causavam, e a pornografia.”

Uma pesquisa da Children’s Commissioner for England publicada em janeiro constatou que 38% das crianças que viram pornografia de forma acidental se depararam com ela online. Em média, as crianças tiveram contato com a pornografia pela primeira vez aos 13 anos.

Dame Rachel acrescentou: “Nenhuma criança deve ser capaz de acessar ou assistir pornografia. Aprovar a Lei de Segurança Online tem que ser uma prioridade.”

O projeto de lei retorna à Câmara dos Lordes hoje, onde enfrentará mais emendas sobre a exposição de crianças à pornografia.

Um porta-voz do governo disse ontem à noite que o projeto de lei foi elaborado para cobrir todos os sites online que hospedam pornografia, acrescentando: “Essas empresas terão que impedir que crianças acessem pornografia ou enfrentarão multas pesadas.”

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