A capacidade de se auto sabotar | RB Leipzig 3 x 2 Manchester United

Lucas Pires
redarmybrasil
Published in
3 min readDec 8, 2020
Imagem: REUTERS/Annegret Hilse

Passou a ser rotineiro apontar culpados no Manchester United. Primeiro, nomes fora do gramado: desde a saída de SAF, com Moyes e Mourinho, até a chegada do, regularmente criticado, Solskjaer. Depois, jogadores: Pogba, De Gea, Martial, etc. Neste meio, a diretoria sempre se mostrou presente também. Porém, e o conjunto como um todo?

O principal adversário do Manchester United é ele mesmo. Seja na janela de transferências com barreiras impostas pela diretoria para reforçar o elenco; a escolha equivocada de escalações para partidas; a falta de objetividade dos jogadores. Tudo isso culmina onde o United se encontra agora.

Em dezembro, a temporada já acabou. A eliminação na competição mais importante do continente não só prejudica o planejamento — se é que ele existe — mas também coloca o time em um limbo de necessidade de se impor ainda mais em âmbito nacional que, apesar dos bons resultados, passa longe do favoritismo.

A queda na UCL teve um culpado: o Manchester United. A auto sabotagem que teve início na terceira rodada explanou todos os problemas que o time precisa superar se quiser voltar ao topo do mundo. A derrota para o Basaksehir custou caro, mas o time teve oportunidades de superá-la.

Contra o Paris, em casa, soberba. Inúmeras chances foram desperdiçadas e a derrota aconteceu. Além das escolhas erradas ao longo da partida, como manter Fred em campo, por exemplo. Desfalque de peso na Alemanha.

O resultado colocou o time em uma situação ruim frente ao Leipzig. A goleada no primeiro turno poderia servir de motivação, no entanto, foi esquecido que estávamos frente a um semifinalista europeu.

Se a intenção de OGS era conter o adversário com essa dupla, não funcionou muito bem

Solskjaer errou ao escalar o time no 3–4–1–2, sendo McTominay e Matic os único meio-campistas frente a defesa. Assim, o treinador investiu as fichas da criação de jogadas nas lateais que, supostamente, seriam o ponto fraco do adversário que costuma ceder espaços por lá. A auto sabotagem apareceu mais uma vez.

Wan-Bissaka e Alex Telles não só foram expostos com dois gols em 13 minutos, como também se auto sabotavam no ataque, sem espaço e pouca inspiração para contribuir na criação. Precisou a chegada do segundo tempo para que o United, de fato, entrasse em campo.

Na ficção científica, normalmente um impostor sabota sua equipe e, no fim, um herói aparece. Mas estamos falando de vida real. Quem se auto sabota, paga caro. O time melhorou, a técnica aumentou. Jogamos no bom losango. Não por acaso que o United pressionou até os minutos finais e quase arrancou o empate da classificação.

A eliminação começou contra o Basaksehir, ficou clara contra o Paris Saint-Germain e aconteceu contra o Leipzig. Esta foi apenas a quinta vez em 28 vezes que os Red Devils caíram na fase de grupos, a segunda nas últimas quatro aparições.

Hoje, mais uma vez, o Manchester United foi o principal culpado pelo fracasso do Manchester United.

--

--