Detalhes | Manchester United 2 x 1 Villarreal
Seja olhando pelo lado positivo ou negativo, a primeira vitória do Manchester United na Liga dos Campeões de 2021/2022 veio graças aos detalhes. Aquele elemento que, em relação a um todo, é menor e, muitas vezes, passa despercebido.
Decerto que o detalhe principal dos 90 minutos, ou podemos dizer Fergie Time, foi Cristiano Ronaldo. O detalhe que, de fato, faltava para o Manchester United vencer jogos como o desta quarta-feira. Um gol achado por um jogador que sempre o encontra. Não é por acaso que é conhecido como Mr. Champions League.
Para além de CR7, é necessário detalhar não só, mais uma, grande atuação de David De Gea, como também a inteligência e frieza de Jesse Lingard na assistência do gol da vitória. É, assim como o goleiro espanhol, Lingardinho mais uma vez roubou a cena.
Tal qual na goleada contra o Newcastle, e até na virada contra o West Ham, Jesse entrou sabendo o que precisava ser feito e não deixou que suas incertezas se sobressaíssem em relação a sua qualidade. Talvez tenha sido o único acerto de Ole Gunnar Solskjaer no jogo — ou até mesmo nos últimos tempos.
O trabalho de Solskjaer é limitado, não é mais uma questão de errar em detalhes. O baque pode ser maior para novos torcedores. Afinal, com a chegada de Cristiano, muitos fãs o acompanham e caem de paraquedas por aqui. A pressão só aumenta, é automático. Até certo ponto, consideramos como exagero. Mas dando atenção aos detalhes, é de fácil compreensão ver que algo não está bom.
O respeito e admiração pelo OGS treinador não muda. Sejamos justos. O norueguês se atentou a detalhes que ninguém se deu o trabalho de atentar desde a aposentadoria de Sir Alex Ferguson. Mas, assim como em seus tempos como jogador, não existe aquele ingrediente a mais.
No jogo contra o Villarreal, por exemplo, pouca criação. Tal qual contra o Aston Villa, Young Boys, West Ham… São poucos jogos na temporada, novos rostos. Mas o time, de certa forma, é o mesmo. E se você não chegou agora, sabe que tais limitações residem por aqui desde o início da trajetória do norueguês.
Seu espírito, talvez, seja a sua maior qualidade. Assim como quando era jogador, em que entrava e decidia jogos. Como treinador, se mostrou resiliente o suficiente para sair da forca em momentos que o cenário de demissão pareceu irreversível.
A ideia aqui não é apontar se ele deveria ser ou não o treinador, mas, se a intenção é alcançar voos maiores, talvez ele não seja o nome ideal. Difícil imaginar que isso possa acontecer, mas caso deixe o cargo, não precisaria sair, de fato, do clube. Seu papel é e, visando o planejamento a longo prazo, será importante. Entretanto, talvez não na beira do gramado.
É importante não deixar que os detalhes passem batidos. Apesar de a temporada ter começado há pouco mais de um mês, detalhes já mostraram o caminho que terá que ser percorrido caso queiramos atingir o tão esperado sucesso.