Antigo Código de Duelos

O Duelo e Seus Códigos

Rafão Araujo
Reduto do Bucaneiro
9 min readFeb 20, 2019

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O duelo é uma parte essencial da vida de pessoas honradas, seja por pura diversão ou motivos nobres, os duelos sempre estiveram enraizados na cultura dos homens. Suas formas são variadas, um dos primeiros dilemas de um duelo são as regras que serão estabelecidas, afinal ambas as partes deverão estar cientes, pois desafiantes e desafiados podem pertencer a nações diferentes e por isso precisam entrar em um consenso. Para adicionar ainda mais caos aos duelos, com o tempo nasceu as Lutas Premiadas, onde lutadores combatiam de forma não letal apenas por valores em dinheiro ou prêmios valiosos, como a mão de uma princesa. Alguns mestres da esgrima fazem das Lutas Premiadas um estilo de vida, ganhando a vida através de sua arte, muitas vezes conhecidos como gladiadores de palco. Estes gladiadores costumam ser esnobes e não costumam ter piedade daqueles que os desafiam.

Duelos

A maioria dos duelos são atos poucos formais e muito violentos. Porem os combatentes verdadeiramente honrados respeitam regras antiguíssimas do duelo. Porem existe uma contradição onde dizem que lutar fora do código é uma desonra, entretanto aquele que não derrama o sangue do desafiante na hora é um covarde, afinal, o que é a vida sem caprichos. Não é incomum duelos tornarem-se um banho de sangue com vários amigos e conhecidos dos combatentes envolvendo-se mortalmente na batalha. Alguns duelos ocorrem praticamente sem regras, os piratas costumam resolver os seus desafetos em uma praia solitária ou em uma colina sombria. O que se segue são alguns parâmetros das principais regras dos Duelos na historia dos espadachins, porem o Mestre tem o direito de retirar/adicional qualquer regra que seu capricho permitir.

Regras do duelo

O Código do Duelo substituiu muito códigos anteriores, incluindo o Flos duellatorum (240 AR) e Il duello (251 AR), ambos códigos de duelos Órdico e Llaelese, bem como as regras dos duelos Khárdicos definidos pela escola de duelos Kettshulen

Em 450 DR, um comitê de esgrimistas de Llael escreveu um código de duelo que viria a ser muito usado em toda Immoren. O código foi chamado de Código de Duelo. Esse código tornou-se tão popular que até hoje as pessoas o vêem como as regras “oficiais” do duelo. Na verdade, a Marinha Órdica incluiu o texto do Código de Duelo no manual do estudante de academia naval até que os duelos realizados pelos oficiais da marinha finalmente fossem banidos em 580 DR.

Desculpas

É dada a oportunidade de retratação, onde um pedido de desculpas será feito frente as testemunhas. Aqueles que recebem as desculpas costumam deixar o combate de lado, porem poucos ainda decidem lutar, porem isso não é bem visto em uma sociedade civilizada. Muitos duelos iniciavam-se pela ofensa de um homem para com o outro. O Código de Duelo dita um método complexo para decidir quem deve se desculpar primeiro:

Regra 1: A primeira ofensa pede a primeira desculpa, embora a réplica mordaz possa ter sido mais ofensiva do que o insulto. Exemplo: A diz a B que ele é impertinente, etc. B responde que ele está mentindo, porém A deve pedir a primeira desculpa porque ele fez a primeira ofensa e então, depois de um tiro, B pode dar satisfação com a réplica se desculpando subseqüentemente.

As regras também ditam quando uma desculpa pode ser aceita, evitando assim o duelo e quando nenhuma desculpa verbal será suficiente:

Regra 5: como um soco é extremamente proibido sob qualquer circunstância entre cavalheiros, nenhuma desculpa verbal pode ser recebida por tal insulto. As alternativas: o ofensor, empunhando uma arma para a parte ofendida, para ser usada em suas próprias costas, ao mesmo tempo implora perdão, começar o tiroteio até que um dos dois esteja incapacitado ou trocar três tiros e, em seguida, pedir perdão sem oferecer a arma…

Etiqueta do duelo

Um duelo não é uma briga de taverna nem um evento de barbárie. É uma batalha nas mãos de cavalheiros honrados. Dessa maneira, espera-se um nível de dignidade por parte dos participantes. A regra 13 descreve o comportamento digno do duelista. A regra 13 diz:

Nunca se deve atacar um inimigo que não esta ciente do inicio do duelo. Assim como não serão aceito que portem armas até o inicio do duelo.

Duelo com um toque feminino

Geralmente, quando as mulheres participavam dos duelos, isso era visto como uma excentricidade, um espetáculo estranho que era mais um divertimento do que uma competição mortal. As armas que as mulheres usavam eram geralmente alteradas para que as duelistas não prejudicassem uma a outra ou a competição era interrompida antes que o sangue fosse derramado.

Entretanto, houve pelo menos uma duelista famosa, uma cantora Llaelese de ópera chamada La Maupin. Pelo que consta, seu pai a treinou para lutar com espada, enquanto alguns afirmam que ela tinha um caso com um mestre esgrimista que a ensinava. Para sustentar sua família, ela começou a fazer apresentações em hotéis e tavernas, cantando e esgrimando vestida de garoto, embora ela não parecesse esconder seu verdadeiro sexo. Era muito fácil lutar com espada sem saias com babados e vestidos para se preocupar.

Histórias lendárias contavam suas façanhas. Diziam que ela havia despachado uma sala inteira de jovens nobres que reclamavam que ela havia insultado uma senhora com quem eles estavam dançando. Suas aventuras também incluíram enterrar o corpo de uma freira morta, colocando-o em um quarto de hospedaria e ateando fogo no quarto para que ela pudesse fingir sua própria morte e escapar de um convento com sua amante. Ela morreu em 385DR depois de se aposentar da ópera.

Como manter o duelo geralmente seria o suficiente para satisfazer a honra, alguns duelistas usam balas de festim ou declarar antecipadamente que vão atirariam para o ar ou em uma área não vital do corpo de seus adversários. O Código de Duelo desaprovava isso.

O Código aconselha que os combatentes se isolem e durmam sobre o orgulho ferido, e que combatam somente ao amanhecer. A regra 15 diz:

Os desafios nunca devem ser realizados à noite, a menos que as partes tenham o intuito de abandonar a cidade ao amanhecer após a vitoria.

Espera-se que com isso nenhuma atitude seja tomada com a cabeça quente.

Padrinhos

Os padrinhos é uma unanimidade em todos os Códigos de Duelos existentes.

Regra 18: os padrinhos são responsáveis pela limpeza, recarga e apresentação das armas

Regra 21: os padrinhos devem se empenhar em tentar uma reconciliação antes do encontro acontecer ou depois de tiros ou golpes suficientes ser desferidos, conforme especificado.

O Código de Duelo reconhece que os próprios padrinhos devem se envolver na briga, como mencionado na seção anterior. O Código é extremamente específico quanto a como esse envolvimento deve ocorrer:

Regra 25: quando os próprios padrinhos discordam e resolvem trocar tiros, isso deve ocorrer ao mesmo tempo e em ângulos reto com relação ao oponente.

Ou seja, caso os padrinho queiram resolver suas diferenças também, eles devem ficar frente a frente, geralmente com dez passos de distancia, e sem o direito da mira, devem dar o seu melhor tiro.

Quando um duelo acaba

Duelar “até a morte” não é considerado algo desejável no Código de Duelo, embora muitas vezes os nervos fiquem a flor da pele ninguém consiga mais se controlar. Lembre-se: duelar diz respeito a recuperar a honra, não matar. A regra 5 diz:

… se são usadas espadas, as partes empenham-se no combate até que um esteja sangrando muito, incapacitado ou desarmado, ou até que, depois de ser ferido e o sangue derramado, o agressor implore por perdão.

A regra 22 também fala dessa questão:

…qualquer ferida suficiente para agitar os nervos e necessariamente fazer a mão tremer, deve encerrar o embate.

No caso de duelos a pistola, a cada parte podia disparar um tiro. Inclusive se nenhum acertava o disparo, se o desafiante se considerasse satisfeito, o duelo podia se declarar terminado. Também um duelo a pistola podia continuar até que um dos duelistas fosse ferido ou morto, mas um intercâmbio a mais de três séries de disparos era considerado bárbaro, além de ridículo pela falta de pontaria. Regras de Duelo você encontra na Sem Trégua #1 e + regras vc confere AQUI !!!!

Talvez uma das mais importantes regras do duelo não envolva a mecânica do próprio duelo, mas sim quem têm autorização para duelar. Nos míticos impérios Tordor e Ryn, duelar era o esporte do homem nobre de berço, assim sendo, nunca pagavam pelas mortes quando cometidas em um duelo. Era a pura testificarão do ditado “faço o que quiser da minha vida”. Embora os plebeus lutassem e certamente se enfrentassem em competições que podiam ser chamadas de duelos, um duelo de honra tradicional tinha de ser realizado entre dois homens de posição nobre. A economia era umas das razões para isso: as espadas eram armas caras e nem todos os camponeses tinham uma, tempos depois, quando as espadas tornaram-se acessíveis, tornou-se normal o duelo usando armas de fogo. Mas isso também significava a distinção das classes superior e inferior. O império de Ryn tinha leis proibindo os plebeus de lutar entre si, enquanto se esperava que os duques, príncipes e reis duelassem; podem de maneira contraditória, o Império Tordor incentivava os desafios entre as classes, muitas vezes apostando um trono em uma luta de espadas.

Duelo Pirata

Duelos piratas são quase sempre os assuntos desesperadamente informais em relação ao duelos cavalheirescos, entretanto, por incrível que pareça, piratas costumam mais caprichoso e seus duelos muitas vezes podem ter mais regras que um duelo de nobres. Um luta pirata muitas vezes é uma mistura de luta de rua com regras mortais, principalmente por preferirem armas brancas à pistolas, e quando as usam, usam-nas em conjunto com seus sabres e espadas. Um duelo tradicional é amarrar uma das mãos de um dos desafiantes à uma das mãos do outro desafiante, assim eles não podem se afastar e faz com que o combate dure, pois mesmo estando próximos, raramente acertam golpes certeiros (-2 CA, -4 BBA).

Um tipo de duelo mortal e ironicamente divertido é chamado de “Homens Mortos na Areia”, onde os participantes recebem uma espada e têm a sua mão inapta amarrada nas costas, além disso, eles são encapuzados e guiam-se apenas por pequenos sinos que são amarrados ao pescoço dos desafiantes. (50% chance de erro e tem uma penalidade de -2 em testes de Ouvir, devido à capa. Os sinos impõem uma penalidade de -10 em Furtividade). Geralmente esse duelo é regado com muita bebida e sangue.

Lutas Premiadas

Duelos de espadas é uma forma popular de entretenimento para os ricos e até mesmo uma pequena parcela das classes mais baixas. Esses duelos ocorrem com o objetivo de ganhar algo e não de limpar a honra perdida. Dizem que essas lutas iniciaram-se em Cygnar, e até hoje é alimentado uma rivalidade entre as escolas de esgrima de Llael e Cygnar, afinal, os descendentes do Império de Ryn, acusam Cygnar de ter maculado a arte.

O código é levado a risca em eventos como esse, e a violação do mesmo significam a desclassificação automaticamente e a certeza da não participação nos próximos. Apesar das grandes somas de dinheiro, esses duelos são lutas controladas e frias, e mais da metade dos duelistas o faz não pelo dinheiro, mas sim para colocar o que aprendeu em pratica. Em casos raros, um dos duelistas pode perder a paciência e transformar a luta em algo mais grave, os juízes muitas vezes param o duelo, a não ser que percebam que podem lucrar muito com a luta sangrenta. O premio normalmente inicia-se com 1d4x5 dobrões, mais 1d4 por ataque bem sucedido. Apostas não fazem parte da tradição e nobres mentem que o fazem, porem todos sabem que os nobres despejam rios de dinheiro em duelos desse tipo. Para cada 10 ponto de dano que causar em um oponente, o duelista ganhará 1 ponto de Fama (caso use essa Vantagem), assim como ganhará 1 ponto para cada 5 duelos, porem só a receberá caso ganhe as disputas.

Combate entre Gladiadores

Gladiadores eram um lutador escravo, prisioneiros ou soldados problemáticos treinados nana arte da espada. Eles se enfrentam para entreter o público, e o duelo só termina quando um deles morre (o que não é o normal), ficava desarmado, ferido sem poder combater ou quando os patronos decidem. Os verdadeiros espadachins repudiam esse tipo de evento, pois não existe arte ou paixão, apenas dois brutamontes se enfrentando sem um motivo aparente.

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