Besta Enjaulada

Mini Conto

A jaula foi construída com as melhores especificações, fortemente reforçada, destinava-se a ser capaz de conter até mesmo o mais enfurecido dos titãs. No entanto, suas laterais já haviam sido distendidas e varias barras dobradas pelas pancadas da fera contida. A enorme e musculosa criatura olhava para fora malignamente dos espaços entre as ripas de metal, liberando de tempos em tempos um urro de raiva.

A criatura de pele azul na gaiola, era tremendamente pesada; mesmo com vários ciclopes puxando a cadeia com rodas, o transporte era lento, tiveram que engatar um titã. O chão da gaiola estava salpicada com o sangue de muitos cortes e estocadas feitas pelos doadores-de-agonia¹ quando testaram sua anatomia .

Os tratadores de bestas doadores-de-agonia estavam reunidos em torno do exterior , um mais exitado que o outro enquanto discutiam suas teorias de tortura, e as ferramentas que iriam usar. Hastes longas com laminas na ponta, feitas para causar cortes muito precisos à uma distancia segura. Outros tinham comprimentos semelhantes, dentes finos e afiados, afixados em uma vara de madeira à serem revestidas com misturas alquímicas.

“A musculatura é única, diferente em vários aspectos, dos menores”

“Ele parece ter parado de regenerar os cortes menores”

Não é alimentado há três dias, o que pode estar diminuindo sua capacidade de recuperação”

“As toxinas quase não surtem efeito, mesmo em doses que matariam um titã “

“Reduziu um pouco a sua velocidade, mas devemos tentar aumentar a quantidade do extrato de jevisha na lixívia de mercúrio vital”

“A ingestão é a chave , é preciso mantê-lo vivo até desvendarmos esse…”

Houve um baque pesado e um grande pedaço de madeira derrubado por um cabeça de ferro, bateu na gaiola , assustando todos os doadores-de-agonia que saltaram para trás em surpresa. Ninguém tinha sido atingindo por aquela enorme lança, mas ela se quebrou com o impacto, diretamente na pesada fechadura da gaiola. A consciência de que estavam em perigo começou a surgir na face dos doadores-de-agonia enquanto observavam o balanço gaiola, que se abria lentamente , rangendo alto.

O Dakar de alta patente, um pretoriano da escolta pessoal, chamou á entrada para a tenda de Makeda, e ela o mandou entrar . Ele inclinou a cabeça profundamente, com o punho em seu peito . “Archdomina , Atormentador Koltesk quer uma audiência com você. Ele afirma que é um assunto urgente” .

Ela tinha acabado de seus exercícios hoksune , um ritual profundamente enraizado, e estava terminando de fechar as cintas em sua armadura, com a ajuda de dois escravos presentes. Ambos eram mansos e bem treinados, skornes da casta mais baixa, ela se quer pareceu notar a presença do Dakar por mais tempo. “Muito bem , deixe-o entrar . Posso saciar-lo por um momento antes de prosseguir”.

Koltesk era um de seus tratadores de bestas mais apreciados, ainda lhe faltasse um pouco da disciplina esperada, ela estava disposta a conceder-lhe algum tempo. Ele era um torturador mais velho e propenso a entusiasmos estranhos. Ela não achava que ele iria durar muitos mais, mas ela esperava extrair serviço adicional dele, antes que ele perdesse seu valor.

“Arquidomina, eu tenho boas notícias . Nós capturamos um espécime singular tem de ver em primeira mão”

“Esteja pronto para enfrentar o chicote se você me interrompeu por conta de outra besta de carga enorme”

“Não, este é um novo duzusk”

Este era um termo os tratadores de bestas tinham dado as feras de resistente pele azul, derivados do nome de uma dura planta carnívora do império oriental, conhecida pelas suas capacidades regenerativas . “É facilmente três vezes o peso de qualquer outro temos combatido. Esta pode ser a mesma espécie que Tyrant Noraxes relatou que vem causando-lhe problemas no norte”

Seus olhos se estreitaram com interesse inflamado . Ela virou-se para seus escravos , apontando para seu par de lâminas ancestrais, que foram postas prontamente junto com cinto à cintura delgada. “Lamentável que lorde Tyrant Hexeris não esteja aqui. Talvez eu possa mantê-lo cativo, como um incentivo para ele para melhorar seus ataques sem brilho, através da passagem do sul”

Ela seguiu Koltesk, ele continuou a explicar as qualidades da criatura capturada, que tinha sido encontrada vagando leste do rio, e foram necessários dois titãs e quatro ciclopes para pacificar e o forçar em uma gaiola. A guarda pessoal Makeda de pretorianos acompanhado ela, seus olhos atentos ao horizonte, sabendo que eles eram vulneráveis, tão perto do limite ocidental de seu território explorado.

Eles avistaram o acampamento, local onde a gaiola estava assegurada, assim como a sua porta se abrindo e a besta saindo livre com um uivo de triunfo. Os doadores-de-agonia em torno dele se atropelaram ao tentar correr, mas ele agarrou um em cada mão carnuda, amaçou os dois em um todo skorne, que levou à sua boca escancarada, fechando sua mandíbula em uma mordida doentia e suculenta, o sangue flui espesso e escarlate para baixo seu queixo. Ele saltou para a frente, atrás da skorne que corria cegamente para longe, e como se espantasse uma mosca, arremessou o pequeno corpo inerte e quebrado no ar, que pousou em uma nuvem de poeira e deslizou pelo chão, imóvel.

Makeda estendeu sua mente para chamar um titã e um ciclope nas proximidades, que estavam descansando depois de puxar a jaula. Ela forçou-lhes a investir contra a besta liberta, que agora mastigava com suas enormes presas um, enquanto outro skorne se contorcia em sua mão esquerda. Com seu estômago visivelmente distendido e empanturrado, suas muitas feridas que escoavam sangue fecharam quase que instantaneamente.

Makeda gritou ordens para seus homens à medida que avançavam, quando viu os recém-chegados que se deslocam em direção à gaiola de outra direção. Duas figuras altas saindo de um bosque de árvores nodosas e retorcidas na extremidade do acampamento, um tendo um enorme machado e o outro uma lança rude. Entre eles caminhava uma criatura curvada, inclinado sobre um longo cajado. Makeda sentiu uma estranha pontada de pavor ao ver-los, considerando o quão vulnerável ela estava, com tão poucos de seus soldados à mão. A consciência de estar insegura, uma sensação que não sentia a muito tempo.

Fonte: No Quarter 6

¹Paingiver traduzido como doadores-de-agonia, de acordo livro 2 da Trilogia do Fogo das Bruxxas