Gigantes A Vapor

Rafão Araujo
Reduto do Bucaneiro

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Um gigante-a-vapor é um construto mekânico com a capacidade de raciocinar através de um cérebro mágico, conhecido como córtex. Ele não possui alto poder cognitivo, mas pode executar comandos simples e tomar decisões lógicas básicas. Nos Reinos de Ferro, gigantes-a-vapor realizam várias tarefas pesadas ou perigosas que seriam impossíveis para um humano.

Gigantes-a-vapor são divididos em duas categorias: gigantes -de-trabalho e gigantes-de-guerra. Gigantes-de-trabalho são máquinas relativamente simples, construídas para o trabalho físico, enquanto gigantes-de-guerra são armas de guerra sofisticadas, repletas de armas e armaduras de ponta. Na época atual, na qual gigantes-de-guerra usados passaram a puxar arados após décadas de serviço e gigantes-de-trabalho são blindados e adaptados com equipamento militar por tropas mercenárias, estas distinções podem ficar obscuras.

Gigantes-de-trabalho são fortes e robustos, utilizados para o trabalho físico, como retirar carga de navios ou em construções, onde a sua força enorme é um grande trunfo. Estas máquinas têm mentes mekânicas rudimentares, voltadas para seguir instruções simples. Elas não têm raciocínio rápido e não são adequadas para funções complexas no campo de batalha.

Gigantes-de-guerra, por outro lado, são máquinas de combate, com os reflexos e a capacidade cognitiva para diferenciar o amigo do inimigo facilmente e para operar uma bateria de armas complexas. Gigantes-de-guerra são construídos tendo força, velocidade e inteligência em mente; eles possuem autonomia limitada em combate e podem selecionar os seus próprios alvos para combater. Eles protegem seus controladores e são dedicados à localização de seus inimigos.

ANATOMIA DE UM GIGANTE-A-VAPOR

Para os fi ns de Reinos de Ferro RPG, um gigante-a-vapor é constituído por um chassi, um córtex e armamento. Os gigantes-a- vapor produzidos pelas nações humanas dos Reinos de Ferro e a maioria daqueles produzidos por Rhul são bípedes, com dois braços. Equipamentos e modificações adicionais podem ser adicionados à máquina para melhorar seu desempenho ou dar capacidades especiais. A tecnologia de Cryx e Ios é exclusiva e funciona a partir de princípios diferentes da tecnologia e mekânica dos nações humanas e anãs. Embora a tecnologia compartilhe semelhanças superficiais, os gigantes-a-vapor dessas nações não são compatíveis, em alguns casos, utilizando fontes de energia completamente diferentes. Como resultado, as peças de gigantes-a-vapor humanos não podem ser integradas a mirmidões, gigantes-do-inferno ou gigantes-de-ossos.

A mekânica rhúlica é baseada nos mesmos princípios usados pelos humanos, mas sua engenharia e design são significativamente diferentes e muitas peças não são facilmente intercambiáveis . O mesmo vale para equipamentos militares especializados; gigantes-de-guerra construídos em um reino podem não usar facilmente as peças de um reino diferente. Gigantes mercenários são projetados com flexibilidade em mente e podem, às vezes, serem consertados com peças encontradas em campo.

Logística do Gigante-a-Vapor

A operação de gigantes-a-vapor durante um período prolongado requer uma logística onerosa, uma vez que o carvão se esgota e água para caldeiras a vapor deve ser reposta. Em viagens longas, é comum que gigantes-a-vapor sejam rebocados por trens ou vagões até o mais perto possível do seu destino para economizar carvão. A maioria dos gigantes-a-vapor pode funcionar sem reabastecimento pela maior parte de um dia, se for utilizada apenas para viagem ou atividades leves, mas atividades pesadas (como combate) queimam o combustível com maior rapidez. Um gigante-a-vapor deve ser reabastecido todo dia que estiver em funcionamento, seja em combate ou não.

Os jogadores e o mestre devem discutir em como lidar com esses detalhes. Gigantes-a-vapor são uma parte importante dos Reinos de Ferro e a logística não deve interferir com a diversão de jogar com eles. Tramas específicas podem transformar isso em um desafio, mas essa deve ser a exceção, não a regra. No geral, o reabastecimento pode ser tratado junto aos ciclos de descanso normais entre as aventuras e não ser amplamente mencionado.

Existem momentos e lugares, como ao entrar em cavernas estreitas, que um gigante-a-vapor seria inadequado e deveria ser deixado para trás. Em geral, as campanhas devem permitir que um conjurador de guerra ou controlador de gigante inclua suas máquinas como um elemento vital da aventura.

Chassi

Feito de um esqueleto de aço e uma musculatura de tubos pneumáticos, o chassi mantém os componentes do gigante-a-vapor sobre uma armação de armaduras e articulações metálicas. Os gatilhos de reflexos do gigante se encontram ao longo do chassi principal, passando pela coluna vertebral e entre as várias ligações pneumáticas para as pernas. Conduítes que voltam até o gabinete do córtex conectam todos os gatilhos em um sistema que permite que o córtex controle cada movimento do gigante.

Os membros do gigante-a-vapor são extremamente formidáveis. Com os braços e pernas de aço e ferro, unidos por válvulas de bronze e cobre, a força de um gigante repousa em seus apêndices. Muitos são projetados tendo em mente ferramentas ou armas modulares; a substituição dos membros pode mudar drasticamente a capacidade da máquina. Lentes focais e dispositivos mekânicos conectados ao córtex por conduítes permitem que o gigante-a-vapor perceba e interprete seus arredores. Estes aparelhos complexos são, obviamente, de natureza mekânica.

O chassi determina a forma, a força e a integridade estrutural do gigante-a-vapor, além de sua agilidade e velocidade. Como regra geral, quanto mais pesado for o chassi, maior será a fornalha e a caldeira que impulsionam a máquina. Enquanto a maioria dos gigantes-de-trabalho é construída com menos força bruta em mente, gigantes-de-guerra são construídos para atravessar todos os tipos de terreno hostil no meio da batalha. Os chassis dos gigantes-de-guerra têm articulações maiores e caldeiras mais pesadas, projetados para ter velocidade e potência.

Existem duas classes de peso de chassis, pesado e leve. Gigantes a-vapor pesados são máquinas robustas construídas para a força e com a capacidade de suportar muito dano. Gigantes-a -vapor pesados têm mais do dobro da altura de um homem. Gigantes-a-vapor leves são menores e mais manobráveis, mas não têm o poder físico dos gigantes-a-vapor pesados.

Motor a Vapor

Se o chassi é o esqueleto de um gigante, o motor é o seu coração. Por trás de todos os gigantes-a-vapor, existe um poderoso motor a vapor composto de uma fornalha a carvão, uma caldeira e uma turbina arcana a vapor. A maioria dos gigantes-a-vapor pode funcionar por horas com um recipiente cheio de carvão. Gigantes leves queimam uma fornalha cheia de carvão e um tanque cheio de água em cinco a dez horas, dependendo do modelo, enquanto gigantes pesados queimam seu carvão e água em quatro a oito horas. Quando forçado, o consumo de carvão aumenta de forma dramática. Sob ação intensa, gigantes leves queimam suas reservas entre cinquenta a cem minutos, enquanto gigantes pesados funcionam por quarenta a oitenta minutos. Totalmente carregado com carvão e água, um gigante-a-vapor ganha de 200 a 375 kg, dependendo do tamanho da sua fornalha e caldeira.

A queima de carvão aquece a água na caldeira, transformando-a em vapor que move pistões, fornecendo energia para válvulas pneumáticas no chassi — convertendo calor e pressão em força motriz. O vapor também gira as turbinas arcanas do gigante, que por sua vez geram um campo de energia que percorre os conduítes do córtex.

Gigantes-de-guerra exigem mais energia e tipicamente têm um alimentador de carvão maior para permitir longos períodos de atividade. Durante a atividade intensa, um mecanismo mecânico complexo dentro do gigante alimenta o motor para atender às demandas crescentes por energia. Se um gigante-a-vapor fica com pouco carvão, começa a ter falhas de alimentação, perdendo força, mobilidade e percepção. Ele responde mais vagarosamente e, por fim, desliga completamente.

Cortéx

O córtex é o cérebro mekânico do gigante-a-vapor. Existem várias classes de córtices, representando a sua sofisticação, bem como o seu custo e dificuldade de produzir. Córtices para gigantes-de-guerra são capazes de interpretar informações rapidamente e tomar decisões táticas, enquanto que córtices para gigantes-de-trabalho são projetados para responder a comandos simples e não são destinados para o combate. Entretanto, a arquitetura de quase todos os córtices modernos permite algum nível de aprendizagem e adaptação.

O córtex é uma matriz complexa de padrões arcanos, desenvolvida a partir da tecnologia de runas mekânicas. Embora possa ser dito que um córtex é semelhante à placa rúnica de um dispositivo mekânico, essa comparação é injusta com a arte complexa da construção do córtex. Córtices contêm vislumbres de consciência. Em teoria, o córtex está em branco na criação, permitindo que comportamentos e padrões de resposta sejam aprendidos. Mas, com o tempo, alguns gigantes ganham personalidade, com os mais antigos exibindo comportamentos peculiares, excentricidades estranhas e até mesmo certa independência. Esses gigantes-a-vapor mais velhos costumam ser mais espertos e saber mais, mas não aceitam bem novos controladores ou novas ordens.

Fisicamente, o córtex é uma esfera construída de vários metais, cristais e oligoelementos raros. Cada córtex tem várias camadas, muitas vezes contendo vinte a trinta esferas de folha de cobre, prata ou ouro tratadas alquimicamente. Espinhos de metal interligam essas camadas, atuando como meridianos arcanos. O foco principal, um orbe de cristal, fica no centro da esfera. Ao longo dos três eixos principais do córtex, estão as tomadas de conexão: uma que se conecta aos conduítes da turbina, outra que se conecta ao conduíte do gatilho de reflexos e uma terceira que se conecta ao equipamento sensorial do gigante. Vários defletores e molas protegem o córtex contra impactos e proporcionam estabilidade. Os controladores de gigantes sabem que um gigante-a-vapor novo é como um filhote inocente. Gigantes novos seguem lealmente seu controladores para todos os lugares, a menos que recebam ordens para “sentar” ou “ficar”.

Os controladores devem treinar seus gigantes-a-vapor para caminhar suavemente, não pisar em ninguém e se comportar. Esse processo leva tempo. Mesmo nos estágios iniciais do desenvolvimento cognitivo, alguns gigantes-a-vapor mostram sinais misteriosos de consciência, muitas vezes tomando a iniciativa para proteger seus controladores ou antecipar reações. A classe do córtex do gigante-a-vapor indica o nível de inteligência e capacidade de decisão que ele possui. Córtices classe cupernum e ferrum são mais simples, usados em gigantes-de-trabalho. Os córtices aurum e arcanum são mais sofisticados e são usados em gigantes-de-guerra.

CÓRTEX CLASSE CUPERNUM

Descrição: um gigante-a-vapor com córtex classe cupernum é capaz de seguir apenas as instruções mais simples. Esses gigantes precisam de muita manipulação e de um olho vigilante.

CÓRTEX CLASSE FERRUM

Descrição: córtices classe ferrum são normalmente passados para gigantes-de-trabalho. Um gigante-a-vapor com córtex classe ferrum pode executar os seguintes comandos sem supervisão: fique, mova-se, pegue, procure, siga e trabalhe. Ordens mais complicadas exigem a orientação de um controlador de gigante.

CÓRTEX CLASSE AURUM

Descrição: gigantes-a-vapor projetados para tarefas que exigem inteligência e capacidade de resolver problemas são normalmente equipados com córtices classe aurum. Embora alguns gigantes-de-trabalho sofisticados sejam equipados com córtices classe aurum, a maioria desses córtices é reservada para gigantes-de-guerra.

CÓRTEX CLASSE ARCANUM

Descrição: este córtex de classe militar sempre é escolhido pelo seu alto desempenho para projetos de gigantes-de-guerra.

Personalidade do Gigante e Limpeza do Córtex

Córtices são dispositivos mekânicos sofisticados que usam técnicas arcanas complexas para simular uma mente viva. Com o tempo, córtices aprendem e recolhem uma variedade de informações do ambiente. Um gigante experiente se torna cada vez melhor em suas tarefas, mas também desenvolve peculiaridades e hábitos inesperados. Durante décadas, esses traços deram origem a personalidades distintas que, em casos extremos, podem interferir com o funcionamento do gigante ou até mesmo transformar uma máquina anteriormente útil em um perigo letal. Quando um gigante desenvolve peculiaridades que ameaçam sua confiabilidade, seu córtex pode ser apagado para eliminar o problema.

A limpeza do córtex é um processo complexo que exige extraí-lo do chassi de um gigante e colocá-lo em uma caixa especial vedada de ferro. Um mekânico arcano com treinamento completo pode usar acumuladores para sujeitar o córtex a uma barragem de energias destruidoras por horas. Isso limpa e coloca o córtex em seu estado de fabricação original. Este processo apaga a personalidade do gigante assim como as perícias desenvolvidas durante sua vida útil de serviço. Por isso, córtices são apagados apenas quando é absolutamente necessário. A maioria dos conjuradores de guerra tem uma forte aversão a limpezas de córtex, uma vez que a experiência de combate é valiosa e difícil de ser reproduzida. Conjuradores de guerra estão dispostos a suportar peculiaridades de um gigante-de-guerra preferido, desde que ele se mostre capaz de lutar de forma eficaz. Gigantes-de-trabalho são mais propensos a ter seus córtices apagados periodicamente, como a cada vinte ou trinta anos de serviço ativo. Dito isto, este procedimento tem um custo proibitivo e é comum que gigantes-de-guerra mais velhos sejam vendidos com um desconto, permitindo personalidades extremas e um acúmulo de hábitos peculiares.

Córtices também são apagados caso precisem ser instalados em chassis diferentes, caso o córtex e o gigante tenham que desempenhar um papel diferente ou se um gigante-de-guerra militar precisar ter suas travas de córtex reiniciadas e reconstruídas. A mesma capacidade de aprender e se tornar habilidoso em tarefas específicas pode deixar mais difícil para um córtex experiente dominar um chassi, armas, ou tarefas desconhecidas. O nível dessa necessidade varia, particularmente com as classes de córtex. Os córtices de mais alto nível militar não têm problemas no ajuste para uma troca de armas, por exemplo. E, no caso de um chassi que foi destruído, se o córtex for recuperado, ele pode ser colocado em um novo chassi similar e manter suas perícias, personalidade e peculiaridades acumuladas.

Arsenal

Os governos dos Reinos de Ferro gastam grandes quantias pesquisando e desenvolvendo armamentos novos e cada vez mais terríveis em uma corrida armamentista perpétua. Ao longo dos anos, à medida que novas armas são desenvolvidas e as mais velhas se tornam obsoletas, elas passam para as mãos de forças mercenárias e tropas irregulares que as compram avidamente.

Polido e remodelado, esse arsenal antigo também pode ser adaptado para gigantes-de-trabalho, criando alternativas de baixo custo. Embora gigantes-de-trabalho raramente sejam capazes de competir com gigantes-de-guerra, ainda assim podem trazer uma vantagem para a força que os utiliza em campo. Gigantes-de-guerra são plataformas para uma ampla variedade de armas, e são armados e blindados com alguns dos arsenais mais avançados já desenvolvidos. Mesmo um gigante-de-guerra desarmado ainda é um combatente destrutivo, seus punhos sendo capazes de atacar com a força de uma locomotiva.

Até mesmo gigantes-de-trabalho que não foram ajustados para a guerra podem ser equipados com ferramentas pesadas com algumas aplicações de combate, como garras de carga esmagadoras, tochas de solda ou brocas industriais.

CONTROLANDO GIGANTES-A-VAPOR

Gigantes-a-vapor possuem uma ampla variedade de chassis, configurações e funções, e pessoas com treinamento para controlá-los são altamente valorizados. Uma das maravilhas dos gigantes a-vapor modernos é que eles são parcialmente autônomos e podem realizar trabalhos sem supervisão constante. Assim que uma tarefa for definida, eles conseguem fazer pequenos ajustes para vê-la concluída. Ainda assim, um controlador é necessário para garantir que eles estejam onde são necessários e priorizem escolhas quando surgirem obstáculos. Em todos os aspectos, um gigante controlado e direcionado é mais eficiente do que um deixado por conta própria, seja ao descarregar um navio ou lutar no combate corporal caótico ao lado de soldados.

É comum que um gigante-a-vapor seja comandado por instruções verbais, uma tarefa conhecida como controle de gigante. Várias medidas de segurança (veja a seguir) garantem que o gigante obedeça apenas aos comandos do seu controlador autorizado e ignore as palavras ditas por outros. Um gigante-a-vapor tem um aparato sensorial para permanecer ciente dos seus arredores, evitar pisar acidentalmente ou esbarrar em transeuntes ou atacar soldados aliados, mas as palavras do seu controlador têm prioridade. Um controlador de gigante sabe a melhor forma de atrair a atenção de um gigante e comandá-lo em meio aos ambientes mais caóticos. Isso exige um protocolo de construção de sentenças precisamente delineadas, combinadas com gestos, para transmitir as prioridades imediatas a um gigante.

Para forasteiros, as ordens de um controlador para um gigante podem parecer com a forma que uma pessoa ensina um animal ou uma criança pequena. Na prática, esta é uma perícia avançada e sutil que exige o conhecimento de como os córtices interpretam o ambiente e o vocabulário que o gigante pode compreender. A classe do córtex tem um grande impacto na forma em que o gigante interpreta instruções complicadas, assim como em quantas tarefas podem ser colocadas em ação sem exigir ordens subsequentes. Os córtices de classe militar mais avançados se adaptam bem às mudanças nas circunstâncias e podem receber uma cadeia de comandos de longo alcance.

Conjuradores de guerra podem controlar gigantes-a-vapor mentalmente, o que permite uma supervisão mais precisa e constante e também elimina as distrações ambientais, como ruídos altos. Existem dois tipos de controle exercido por um conjurador de guerra, dependendo das circunstâncias: ordens mentais e controle direto. Um conjurador de guerra pode dar sequências de comandos a um gigante, da mesma forma que um controlador de gigante, se quiser dar autonomia ao gigante e não governar cada movimento dele. Como alternativa, o conjurador pode assumir o controle direto sobre o gigante e executar suas funções como se estivesse movendo os próprios braços e olhando através dos seus olhos. Ao controlar diretamente um gigante a-vapor, o conjurador de guerra pode realizar um controle mais refinado, como mirar uma arma de ataque à distância em um alvo pequeno e específico, executar movimentos complexos que seriam difíceis de descrever, como levantar gentilmente uma viga caída sobre uma pessoa que ficou presa debaixo dela sem causar lesões adicionais.

SEGURANÇA DE GIGANTES-A-VAPOR

Todos os gigantes-a-vapor têm um nível de segurança para evitar o uso não autorizado. Essas medidas variam com base na classe do córtex e no uso planejado para a máquina, mas até o mais simples gigante-de-trabalho tem uma proteção básica. Para simplificar, dois níveis de proteção são descritos, um para gigantes de-trabalho e outro para gigantes-de-guerra. Antigos gigantes de-trabalho modificados para o combate por companhias mercenárias geralmente são melhorados para incluir travas de córtex e são, portanto, tratados como gigantes-de-guerra.

A medida de proteção fundamental para todos os córtices é uma série de frases de código usadas para destravar o comando e permitir que o gigante reconheça o usuário específico. O controle do gigante exige o conhecimento dessas frases, que estão no idioma do país de origem do córtex. Um gigante pode ser colocado em um estado “receptivo” para receber a frase de travamento de córtex através de uma chave ou alavanca — que pode ser colocada em um local de fácil acesso no caso de gigantes-de-trabalho, que exigem mudanças frequentes no controle, ou em um local mais seguro (como dentro do painel de acesso ao córtex, na parte superior do chassi), no caso de gigantes-de-guerra. Enquanto o gigante-a-vapor estiver receptivo, uma pessoa adjacente que fale essa frase passa a ser reconhecido como um controlador de gigante autorizado e seus comandos verbais são obedecidos.

SEGURANÇA DE GIGANTES-DE-TRABALHO

Gigantes-de-trabalho são feitos para serem comandados por controladores de gigantes. Por isso, são protegidos apenas contra comandos verbais não autorizados e ficam desprotegidos contra conjuradores de guerra, que podem passar pela proteção associada aos comandos verbais e dar instruções diretamente ao córtex. Um conjurador de guerra que possa falar o idioma nativo do córtex pode se vincular a um gigante-de-trabalho desvinculado ao tocar o seu chassi e gastar algum tempo.

Controle de Gigantes

Embora até mesmo o mais simples gigante-de-trabalho possa entender o idioma do seu país de origem, conseguir que um gigante faça um trabalho útil exige a habilidade Controlador de Gigantes. Tentar controlar o gigante sem esta habilidade é algo imprevisível e potencialmente perigoso. Um gigante é receptivo apenas a um usuário autorizado de cada vez.

SEGURANÇA DE GIGANTES-DE-GUERRA E VÍNCULOS

Gigantes-de-guerra e outros gigantes com a ampliação adequada de córtex possuem medidas de proteção adicionais, conhecidas como travas de córtex, que exigem um código mental mais complexo para permitir o acesso. Os códigos usados para destravar córtices de gigantes-de-guerra desvinculados são longos e incluem imagens mentais específicas que devem ser lembradas na sequência correta. Entender esses códigos exige uma instrução específica, incluindo o foco nos elementos visuais necessários. Os exércitos dos Reinos de Ferro atualizam suas travas de córtex com frequência como uma segurança adicional contra interferências. É por este motivo que gigantes-de-guerra de Cygnar não podem ser controlados por conjuradores de guerra khadoranos, por exemplo, mesmo se forem capturados e manuseados extensivamente e mesmo se espiões escreverem uma transcrição da frase senha. O córtex deve ser totalmente limpo e reconf gurado antes que possa ser convertido para uma trava de córtex militar diferente.

Quando um conjurador de guerra envia o código de travamento de córtex apropriado a um gigante desvinculado, ele estabelece seu próprio vínculo (desde que tenha espaços livres para fazê-lo). No processo, o conjurador de guerra cria uma camada pessoal de código mental através do qual o gigante-a-vapor o reconhece, efetivamente colocando uma trava de córtex adicional que cria uma conexão mais robusta entre o gigante-a-vapor e seu conjurador de guerra. Um conjurador de guerra pode liberar o controle do gigante-a-vapor e quebrar seu vínculo à vontade.

Caso o conjurador seja morto ou perca a consciência, a separação entre a sua mente e o córtex cria uma reação psíquica que reinicia o córtex do gigante. Esta reação quebra o vínculo, remove as travas de córtex adicionadas e deixa o gigante-a-vapor inerte. Esta conexão é mantida quando o conjurador de guerra dorme; apenas uma separação repentina e violenta entre a mente do conjurador de guerra e o gigante-a-vapor reinicia o córtex. Um gigante-a-vapor inerte está desligado.

Ele fica temporariamente estagnado, esperando um novo controlador para reativá-lo e assumir seu controle. A maioria dos gigantes-de-guerra tem uma chave de reinicialização, em um local acessível e conhecido por mekânicos e controladores de gigantes qualificados, que pode ser acionada se o conjurador de guerra controlador ficar inconsciente ou for morto. Quando um gigante sem um vínculo é ativado, ele espera os comandos orais e pode ser controlado por qualquer personagem que saiba como passar por suas travas verbais.

VISÃO ATRAVÉS DOS OLHOS DO GIGANTE

Um conjurador de guerra pode usar os vínculos que compartilha com os gigantes-a-vapor em seu grupo de batalha para literalmente ver através dos olhos deles, ainda mantendo a sua própria visão. Isso pode ser inestimável para conjuradores em patrulha ou em circunstâncias hostis. Tentar perceber o mundo através de múltiplos pontos de vista pode ser confuso para conjuradores de guerra iniciantes, sendo necessária muita prática. Conjuradores mais experientes não têm dificuldade em integrar a visão de vários gigantes-a-vapor para ter uma perspectiva abrangente do campo de batalha.

Enquanto um gigante vinculado estiver na área de controle de um conjurador de guerra, o conjurador pode usar uma ação rápida para ver através do aparato visual do gigante. Essa visão pode ser mantida indefinidamente. Um conjurador de guerra pode perceber qualquer coisa que seus gigantes vinculados veriam, embora uma magia que melhore a visão do conjurador não melhore a visão através de um gigante, a menos que a magia diga o contrário. Enquanto um conjurador de guerra estiver mantendo a habilidade de ver através dos olhos de um ou mais gigantes-a-vapor, sua percepção fica em penalidade devido à sua atenção dividida.

CONTROLADORES DE GIGANTES

Desde os primeiros gigantes-a-vapor construídos, existe uma necessidade de pessoas que possam controlá-los, mandando-os fazer o trabalho de levantar caixas de carga ou investir em combate usando um machado. Os controladores de gigantes têm o treinamento e o dom para comandar e instruir verbalmente os gigantes-a-vapor. Um controlador de gigante habilidoso pode conseguir mais eficiência e desempenho de um gigante, realizando tarefas em uma fração do tempo e, às vezes, sendo a diferença entre a vitória e a derrota em tempos de guerra.

ESTABELECIMENTO DO CONTROLE

Para controlar um gigante, você deve conhecer o idioma nativo do seu córtex e saber os códigos de proteção verbais para assumir o controle do gigante.
Um gigante-a-vapor só pode ser comandado por um controlador de gigante de cada vez. A menos que o controle do gigante seja passado por seu controlador atual para outro, ele não aceita as senhas ou instruções verbais de outro personagem enquanto estiver acompanhado por seu controlador atual. Um conjurador de guerra que saiba o idioma nativo do córtex ainda pode se vincular ao gigante-a-vapor e tirar o comando do controlador.
Gigantes-a-vapor vinculados não podem ser afetados por controladores de gigantes e ignoram senhas verbais.

CONTROLE DE UM GIGANTE-A-VAPOR

Um controlador de gigante pode dar instruções verbais simples a qualquer gigante-a-vapor que controlar em seu alcance de comando. Assim que o gigante-a-vapor recebe suas instruções, as segue da melhor maneira possível até receber novas instruções.

MANOBRANDO UM GIGANTE

Além de instruir os gigantes-a-vapor que controla, um controlador de gigante também pode manobrá-los para a ação. Uma manobra é um comando verbal rápido que guia o gigante na execução de uma ação específica. Um controlador de gigante dar uma ordem para manobrar qualquer gigante-a-vapor que ele esteja controlando.

CONJURADORES DE GUERRA, VÍNCULOS E O GRUPO DE BATALHA

Um conjurador de guerra e os gigantes-a-vapor que ele comanda são coletivamente chamados de grupo de batalha. Um conjurador de guerra pode alocar pontos de foco para gigantes em seu grupo de batalha e pode canalizar magias através de qualquer gigante com um nodo de arco em seu grupo de batalha.

VÍNCULOS

Para adicionar um gigante-a-vapor a seu grupo de batalha, o conjurador de guerra deve se vincular mentalmente a ele. O vínculo exige que um conjurador capaz de se vincular toque um gigante-a-vapor e gaste uma ação completa. O conjurador de guerra também deve conhecer o idioma nativo do córtex e as senhas para as travas do córtex. Um conjurador de guerra não pode se vincular a um gigante já vinculado a outro conjurador de guerra.

Enquanto um gigante estiver vinculado a um conjurador de guerra, o conjurador é seu único usuário reconhecido. Ele ignora os comandos verbais de um controlador de gigante. Gigantes-a-vapor vinculados não são afetados por manobras de simples controladores.

Um conjurador de guerra pode quebrar o vínculo com um gigante-a-vapor à vontade. Quando o conjurador quebra o vínculo, um controlador de gigante precisa reestabelecer o comando através de códigos de comando verbais, como de costume.

TRAÇOS DE PERSONALIDADE

Todos os gigantes-a-vapor, vinculados ou não, desenvolvem peculiaridades com o tempo. Gigantes com córtices de classe mais alta desenvolvem traços positivos com maior rapidez, e aqueles que têm muito contato com controladores de gigantes e conjuradores de guerra desenvolvem ainda mais rapidamente. Córtices de classes menores têm mais chance de desenvolver peculiaridades que interfiram com seu funcionamento ou que exijam, pelo menos, que seu controlador se esforce um pouco para compensar.

Exemplos de peculiaridades incluem: um gigante que ferve de raiva e assume uma postura ameaçadora quando estranhos se aproximam; um gigante superprotetor que está disposto a saltar para a defesa do seu controlador ou outros aliados; um gigante facilmente distraído que presta muita atenção em coisinhas brilhantes, mesmo que coisas mais importantes estejam acontecendo; um gigante imitador que adquire os maneirismos corporais daqueles ao seu redor, mesmo aqueles que acabou de conhecer; um gigante agitado que prontamente aponta seu canhão ou levanta sua alabarda contra indivíduos comuns que por um acaso estejam por perto, etc. Essas peculiaridades não têm impacto nas regras dos gigante-a-vapor, mas podem aparecer em jogo, principalmente durante interações sociais.

De forma ideal, todo gigante-a-vapor deve ter uma personalidade divertida e interessante, mesmo que simples. Às vezes, isso pode ser definido em uma única palavra ou sentença, como: superprotetor, mal-humorado, desajeitado ao lidar com coisas frágeis ou irritadiço. Gigantes manifestam sua personalidade através de comunicação não verbal, como postura, gestos e uso de sons primitivos, como sopro dos motores ou rangidos dos pistões.

A personalidade também pode ser manifestar na forma de requisitos incomuns para obedecer a comandos, como a preferência por sentenças com construção incomum, ordens que precisam ser gritadas (talvez porque o aparelho auditivo do gigante está com defeito), ou um gigante que tenha problema em perceber quando realmente concluiu uma tarefa recebida.

DESENVOLVIMENTO DE GIGANTES-A-VAPOR

Gigantes-a-vapor podem aprender e se desenvolver com o tempo. Mesmo aqueles com os córtices mais simples ocasionalmente desenvolvem traços de personalidade e podem ser treinados como animais particularmente inteligentes. Gigantes com córtices mais avançados começam a desenvolver personalidade assim que são ativados e adquirem alguns hábitos de postura corporal de seus usuários.

A personalidade também pode se desenvolver ao redor de um problema físico ou peça defeituosa que não seja consertada imediatamente, à medida que o gigante aprende a compensar. O processo de desenvolvimento de personalidade é acelerado para gigantes-a-vapor que compartilhem um vínculo com um conjurador de guerra. Esses gigantes não são apenas
capazes de aprender, mas seus próprios córtices são moldados pela conexão com o conjurador na forma de impressões.

FONTE: Reinos de Ferro — Livro Base

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