Principais Organizações Comerciais — CYGNAR

Rafão Araujo
Reduto do Bucaneiro
19 min readMar 16, 2021

As economias de Immoren ocidental passaram a depender bastante de suas principais organizações mercantis. A Era Moderna gerou uma sociedade corporativa. Afinal, existe segurança em associações. Irmandades voluntárias de trabalhadores e artesãos apóiam-se e protegem-se mutuamente, e geram lucros com mais facilidade. Especialmente em épocas turbulentas como a época atual, as coalizões lucram mais que os indivíduos.

A industrialização acelerou em gerações mais recentes, permitindo que alguns grupos contratassem dúzias ou mesmo centenas de trabalhadores para transportar ou manufaturar mercadorias com rapidez inédita. Comunidades em todos os Reinos de Ferro estão praticamente estourando devido à introdução de organizações comerciais, guildas mercantis, indústrias, moinhos e fábricas.

A primeira corporação digna de nota talvez seja a Liga Mercariana — uma imensa parceria comercial com donos anônimos por todo o continente. Precisando de capital extra para financiar seus esforços, os administradores e donos da Liga compram e vendem cotas para pagar por suas inúmeras viagens. Ao longo dos anos, a Liga adquiriu licenças de Cygnar não apenas para fazer comércio, mas também para guerrear contra aqueles que interferem com suas práticas. Isto às vezes significa capturar e fortifiar território, e armar seus navios, o que é muito caro. Por causa do capital necessário para proteção, mais parceiros sempre são bem-vindos.

A recente explosão das linhas férreas significa que companhias como a Sociedade Ferroviária Caspiana estão se benefi ciando do modelo corporativo da Liga Mercariana. Também as maiores fábricas e indústrias começam a adotá-lo, inserindo-se na sociedade immoresa. A seção a seguir apresenta alguns dos maiores poderes mercantis dos Rei-nos de Ferro.

Aliança Transportadora Cygnarana

Cartas e pacotes há anos são despachados a cavalo ou em carruagens pela Aliança Transportadora de Cygnar, mais co-nhecida como ATC ou simplesmente “a Transportadora”. A companhia conta com a sanção da Coroa e os mensageiros, chamados de ofi ciais de despacho ou ofi ciais da ATC, muitas vezes são membros das forças armadas de Cygnar. Eles viajam com sua correspondência de uma estação de redireciona-mento à próxima, onde mensageiros descansados esperam, para continuar viagem. Os registros mostram que as mensa-gens podem viajar até 250 quilômetros em um período de 24 horas. Nem sempre se pode contar com essa presteza, devido aos perigos dos ermos e a pouca confi abilidade de um siste-ma de endereços sem muita precisão.

Durante anos, este sistema foi reservado a despachos reais. Em 526 D.R., o Rei Vinter Raelthorne II percebeu quanto dinheiro poderia ser ganho pela abertura do serviço não apenas aos mercadores, mas também a pessoas privilegiadas com dinheiro e infl uência sufi cientes. Por 50 anos, a ATC enviou correspondências tanto para a Coroa quanto para os mercadores, até que Raelthorne, o Velho, deu um basta a seus serviços quando assumiu o trono, em 576 D.R.

O Rei Leto, com seu bom senso, desde então reabriu os canais, não apenas para mercadores, mas para o povo em geral. Qualquer cidadão cygnarano agora pode entregar uma carta em uma estação de redirecionamento da ATC, onde ela será levada a cavalo, de trem ou de barco a qualquer lugar em Cygnar. O preço depende do tamanho e destino do pacote, e pode variar de uma ou duas coroas até várias centenas. A ATC atualmente conta com pouco pessoal, e as entregas não são tão efi cientes ou confi áveis quanto há uma geração. Existe pressão sobre a Coroa para resolver esta inconsistência, mas a melhora da ATC para benefício do povo não está no topo da lista de prioridades do rei hoje em dia.

Por mais defeitos que tenham, eu acho que os sindicatos de comércio fi zeram mais por nós do que qualquer outra organização que já existiu. Digo até que empurraram mais a honestidade e a educação e a melhora do caráter da raça humana do que qualquer associação que existe ou já tenha existido.
— Gunner Wadock, mercador cygnarano.

Durante o governo do Velho, surgiram alguns sistemas postais clandestinos, assim como mensageiros independen-tes que arriscavam-se, entregando correspondência particu-lar para aqueles dispostos a pagar o preço. Algumas dessas operações menores ainda existem, como os Mensageiros do Centro-Leste, a leste da Muralha da Serpente, e a Compa-nhia de Entregas Algures — cujo nome não é exatamente acurado, já que os pacotes podem ou não chegar ao seu des-tino dentro de quatro dias, ou quatro anos.

Armas Mecânicas

Uma armeria pequena mas avançada, a Armas Mecânicas é administrada por seu dono, o mestre armeiro Silas Fonworth. Com base em Gruta da Engrenagem, a ofi cina obteve reputação como fabricante de armas de fogo de qualidade, com projetos inovadores. Com uma pequena e bem-treinada equipe de armeiros e mekânicos, a Armas Mecânicas expandiu muito o mercado para armas de fogo de múltiplos tiros, com seus singulares e engenhosos mecanismos de engrenagens. Como projetista líder de armas de fogo de ponta, a Armas Mecânicas é uma das principais contratadas das forças armadas cygnaranas, e recentemente vem se tornando mais e mais produtiva.

Armeria Radliffe

Burke Radliffe (caspiano Esp9), o fundador e armeiro chefe da Armeria Radliffe, é um dos principais detentores de contratos militares cygnaranos. Fundada na capital de Cyg-nar, a Armeria Radliffe é famosa por sua qualidade e atenção aos detalhes. A equipe de Radliffe inclui mais de uma dúzia de habilidosos e estafados armeiros, assim como vários alqui-mistas gobbers, cruciais no desenvolvimento de alguns dos novos projetos de munição para as armas Radliffe. Com a recente revelação do fuzil de dois disparos e a pistola qua-drangular, a Armeria Radliffe está na posição certa para se tornar o principal fabricante de armas de fogo militares para a Coroa de Cygnar.

Consórcio Agrícola de Mercado Bain

O Consórcio Agrícola de Mercado Bain negocia princi-palmente gêneros alimentícios, como seu nome sugere. Des-de sua fundação, estabeleceu rapidamente boas relações de trabalho com os donos das ferrovias de Cygnar, o que assegu-ra a entrega rápida de mercadorias a todas as cidades conec-tadas. Além disso, o conselho de diretores do Consórcio con-ta com vários ex-ofi ciais militares cygnaranos, que mantêm-se em contato com as forças armadas do reino, e usam isso para obter contratos de suprimentos militares — um trabalho im-portante e lucrativo na situação atual do reino.

Entre a seca de 605 D.R. e os ataques cryxianos contra depósitos de comida, o Consórcio vem experimentando uma época difícil. Vários dos ex-ofi ciais no conselho recen-temente voltaram à ativa, e a Coroa mandou soldados para defender suas propriedades. Com recursos escassos, Cygnar está em uma situação sinistra, e Mercado Bain é um local de grande importância.

Ferrovias Água de Aço

Não existe companhia mais intratável em Cygnar do que as Ferrovias Água de Aço. Sediada na cidade lacustre de Bai-xios da Água de Aço, a companhia ferroviária opera trens de carga que transportam carvão e outras mercadorias para fora de Baixios da Água de Aço. Além disso, as Ferrovias Água de Aço operam as principais linhas cargueiras das minas em Posto Cabeça-de-Ferro e Orven. Uma companhia progressis-ta e mekanicamente avançada, possui um alto padrão de manutenção de seus trens e outros aparatos mekânicos movidos a vapor. As Ferrovias Água de Aço são o destino certo para consertos em grandes mecanismos de engrenagens. Seus mekânicos podem ser contratados, e são capazes de quase qualquer conserto.

Embora a companhia não controle todas as ferrovias cyg-naranas, opera as maiores vias sediadas em Baixios da Água de Aço. Alguns dizem que isto é a mesma coisa, já que a com-panhia domina as vias que correm a Orven, no noroeste, e a Mercado Bain, no nordeste, com trens constantemente cheios de carvão e minério bruto. Infelizmente para as Fer-rovias Água de Aço, a competição com a Sociedade Ferroviá-ria Caspiana prejudicou seu controle sobre as vias férreas.

Depois de muitos anos de confl ito, a competição entre as duas companhias fi nalmente atraiu a atenção do rei. Agora existe um posto de troca de trilhos em comum em uma im-portante intersecção em Fharin, controlado pela Coroa de Cygnar, para impedir que as duas companhias acabem inter-rompendo todo o tráfego ferroviário. Desde essa decisão, as Ferrovias Água de Aço protegem cada vez mais seus interesses. Linhas rivais operadas pela SFC sofreram acidentes que já che-garam a ser fatais. Embora ninguém possa provar que as Fer-rovias foram responsáveis por esses acidentes, é bastante claro que seus agentes tiveram algo a ver com os infortúnios.

A jóia de Immoren, a mais farta bolsa do mundo, Cygnar — minha casa. Amo Cygnar pela abundância de mercadorias, pelas localizações de várias das principais cidades mercantis, e pela riqueza que existe nessas cidades. Mas boa sorte para encontrar um preço padronizado para o trigo. A estrutura de comércio de Cygnar mantém as coisas mais ou menos igualitárias entre as cidades, mas você vai ver que os mercadores viajam bem armados aqui, mesmo esta sendo uma das nações mais civilizadas. Com a civilidade vem a traição, e bandidos gobbers, e bandidos trollóides, e sucateiros, e até soldados em campanha… Todo tipo de sujeitos insalubres que pode fazer da vida de uma caravana despreparada um inferno.

— Gunner Wadock, mercador cygnarano.

Guilda de Caravaneiros de Corvis

O livre comércio há muito é um modo de vida para milhares de cidadãos de Immoren ocidental. Contudo, uma vida de riscos, viagens e barganhas constantes pode cobrar seu preço até mesmo do mais astuto mercador livre. A Guilda de Caravaneiros de Corvis foi fundada para aliviar essas preocupações dos viajantes, atuando como um mediador em contratos mercantis e disputas por rotas, e contratando mercenários para guardar e proteger caravanas comerciais.

Fundada em Corvis, em 595 D.R., no ano seguinte ao exílio de Vinter, o Velho, a guilda cresceu rapidamente de algumas poucas dúzias de membros a quase trezentos mercadores, e prosperou muito tanto do comércio fl uvial quanto do transporte de mercadorias a áreas em terra fi rme. Nesse curto tempo, a guilda tornou-se um importante empregador em Corvis. Suas mercadorias enchem mercados e armazéns pela cidade, e seus estandartes são uma visão bem-vinda para aventureiros e mercenários em busca de dinheiro.

A despeito de sua pouca idade, a Guilda dos Caravanei-ros é respeitada social e profi ssionalmente. A organização goza de uma relação saudável com a Igreja de Morrow e a Guarda da Cidade de Corvis, e é reconhecida por ambas como legítima e confi ável. Forjou laços fortes com a Guilda de Mercadores de Corvis, que transformou-a no principal detentor de contratos de transporte mercantil entrando e saindo da cidade.

O trabalho da guilda alcança muito além dos confi ns da Terra-do-Meio. Antes da invasão de Llael, caravanas da guilda freqüentemente viajavam pela Grande Via Comercial do Norte até Merywyn, às vezes até Leryn e, ocasionalmente, à cidade anã de Ghord. A Estrada do Rei e outras vias menores são agora mais freqüentadas pela Guilda dos Caravaneiros, e seus vagões empoeirados viajam para oeste, até partes do Ord inferior, por meio da Estrada Espinhosa. Seus membros podem contratar guardas aprovados pela guilda para essas longas jornadas, e recebem descontos preferenciais em alguns postos de pedágio.

É necessário o pagamento de uma taxa única e de uma anuidade para se tornar membro da guilda, além de um juramento. Em troca, os membros recebem um símbolo da Guilda dos Caravaneiros, que isenta-os de taxas cobradas pelos Conselhos Mercantis em Cygnar e Ord (e, antigamente, Llael), um contrato inicial da guilda e escolha de rotas possíveis. O símbolo da guilda é um medalhão gravado com uma balança em equilíbrio de um lado e uma imagem da Ascendida Shevann do outro. Os membros oferecem lances por rotas de comércio através da guilda, e contratam guardas com sua aprovação. A guilda também exige que os candidatos provem possuir um vagão de caravana, sejam viajantes hábeis e esclarecidos e possuam conhecimento de preços e padrões de comércio.

As rotas da Guilda dos Caravaneiros freqüentemente cruzam território hostil ou perigoso, e assim não é de se admirar que muitos aventureiros comecem suas carreiras como guardas. As caravanas que viajam para oeste, até Ceryl, Cinco Dedos ou Orven, em geral aceitam ansiosa-mente um clérigo de Morrow, além de guardas ou aventu-reiros hábeis, para cuidar dos mortos inquietos que assom-bram muitas das rotas que atravessam ou beiram velhos campos de batalha. Embora algumas rotas do sul, para For-te Falk ou Fharin, destinem-se a clientes militares, e sigam vias comerciais estabelecidas, a guilda às vezes contrata aventureiros para desencorajar a competição de mercado-res gobbers, sucateiros e outros concorrentes, vistos como intrusos. Os confl itos atuais entre os reinos de Immoren ocidental não tiveram grande impacto sobre a movimenta-ção de mercadorias cruzando fronteiras, pelo menos para a guilda — algo que muitos aventureiros e mercenários vêem como oportunidade de lucro.

Guilda dos Mercadores de Corvis

Outrora uma entidade independente, a Guilda dos Mer-cadores de Corvis tornou-se uma associação de comércio de posse da Liga Mercariana, em todos os aspectos, exceto em seu nome. Esta guilda historicamente regulava o fl uxo de mercadorias, carvão e outros produtos para dentro e para fora da Cidade dos Fantasmas. Tradicionalmente, a Guilda dos Mercadores trabalha com diversas companhias de ca-ravanas e barcos fl uviais, para enviar mercadorias à região toda. Contudo, seguindo ordens da Liga, recentemente entrou em um acordo com a Guilda dos Caravaneiros de Corvis, para alcançar áreas mais remotas, ainda inacessíveis por ferrovias ou rios. Estes acordos parecem mutuamente benéfi cos, mas existe tensão entre os membros mais velhos da Guilda dos Mercadores e os “novatos mercarianos”.

Isto se deve principalmente aos membros mercarianos — que, em geral, não são nativos da cidade — que possuem mais cotas na aliança, e usam seus lucros para comprar companhias an-tigas e terra dentro de Corvis. Esta tensão aumentou ainda mais pelos boatos de que os membros mais velhos da guilda estão envolvidos no envio de armas aos guerrilheiros que lutam no norte, com motivações políticas. Isto vem criando turbulência crescente dentro da guilda — uma preocupação cada vez maior para seus novos líderes.

A Liga Mercariana

Fundada na cidade de Mercir como uma confederação de negociantes e investidores nobres, a Liga Mercariana é uma organização infl uente e poderosa. Embora exista em uma ou outra forma há séculos, sua consolidação legal e formal sob a lei cygnarana ocorreu há apenas 80 anos, em 526 D.R. Originalmente uma organização frouxa para comércio mútuo entre cidades mercantis, a Liga tornou-se uma entidade que afeta quase todos os estilos de vida. Mesmo assim, a maioria das pessoas de Immoren ocidental sabe muito pouco a seu respeito.

A Liga tem origens humildes, emergindo da simples necessidade de mercadores juntarem-se por proteção e interesses mútuos. Na época de sua criação, a Liga Mer-cariana incluía comerciantes da costa e uma rede de dis-tribuição organizada com base em Mercir. Ao longo do tempo, a Liga cresceu, através de gerenciamento astuto, e alguns de seus membros mais bem-sucedidos compraram títulos e postos de nobreza. Estes membros consolidaram seu poder, estabeleceram uma rede de contatos infl uentes dentro das grandes cidades, e passaram a ter certo con-trole sobre as grandes rotas comerciais cygnaranas. Du-rante esta época, a Liga começou a negociar suas cotas, para adquirir capital de investimento para suas viagens ex-tensas. A Liga cresceu muito desde seu início, devido aos investidores que abriram grandes escritórios em Caspia, Nova Larkholm, Ceryl e em cidades portuárias de Ord, como Berck e Carre Dova, onde tentam recrutar capitães e pilotos hábeis. Contudo, o centro da Liga Mercariana continua onde começou — em Mercir.

Decisões comerciais e mercantis são administradas pelo maior investidor da Liga, a Aliança Mercantil Mercariana. Este conselho é composto de delegados acionistas, sob a li-derança de um líder executivo, o chefe regedor Barão Ethan Starke (caspiano Ari6/Esp10). Como atual chefe regedor da Aliança Mercantil, Starke poderia ser considerado o homem mais infl uente no mundo do comércio. Também é presiden-te da Guilda de Mercadores de Caspia, e dono de várias com-panhias comerciais e mercantis. Embora tenha infl uência em cada pequena casa de comércio de uma maneira ou de outra, a Liga não se preocupa mais com linguados, carvão ou rabanetes. A moderna Liga Mercariana ocupa-se de negó-cios, do fl uxo de capital e da troca de insumos através de Immoren ocidental. As escolhas de Starke determinam o preço do pão em Corvis e o custo do carvão em Korsk — embora esses tipos de decisões não sejam tomados todos os dias.

Uma vez por ano, a Aliança Mercantil realiza uma reu-nião em Caspia, com a presença da maioria dos membros infl uentes da Liga Mercariana. Durante este encontro, os eventos do ano anterior são avaliados, e são tomadas deci-sões sobre como a Liga irá lucrar com o comércio no ano seguinte. Estas reuniões são importantes, pois toda sorte de politicagem, espionagem e diplomacia ocorre nos bastido-res, e fortunas podem ser roubadas ou obtidas.
A Liga tem contatos dentro do Sancteum — a cidade soberana da Igreja de Morrow. Místicos da Ordem de Ilu-minação e várias das principais famílias nobres de Cygnar, incluindo os Raelthorne, também encontram-se entre os aliados da Liga Mercariana. Com tais amigos, a Liga é po-derosa além das aparências. Seu departamento de inteli-gência é conhecido como o Olho de Mercir, e a manei-ra como opera é um mistério. Contudo, rumores de sua existência podem ser ouvidos em cada antro de ladrões de Caspia a Cinco Dedos.

Dizem os Boatos…
O monopólio da Liga sobre diversas rotas de comércio é talvez o maior ponto de conflito entre Ord e Cygnar, especialmente porque as casas comerciais dos castelães órdicos recusam-se a reconhecer os direitos mercarianos. Reclamam ao Rei Baird, dizendo que não pediram e nem aceitaram conceder exclusividade das águas aos novatos mercarianos. Isto não só criou tensão mas também já causou conflitos abertos nos mares, envolvendo navios órdicos e mercarianos.

O recente direito da Liga Mercariana ao continente de Zu, ao sul, aumentou ainda mais o problema. Os mercadores órdicos refutam essa decisão com tenacidade. Nos últimos anos, a Liga empregou navios de patrulha para atacar navios não-mercarianos abertamente nas águas do sul, abafando quaisquer boatos de hostilidades através de seus advogados e diplomatas cygnaranos. Para apaziguar os castelães, o trono de Ord recentemente autorizou “cartas de marca” a certos capitães, criando bastante tensão com Cygnar.

De fato, uma edição recente de AS NOTYCIAS SEMANAES (veja Gráfica, na página 58) reportou um navio mercariano atracando em péssimas condições em Mercir, afirmando que outros dois navios haviam sido perdidos e seu capitão fora morto numa batalha tríplice a 600 km a sul de Morovan. Os navios estavam a caminho de Zu, mas foram atacados muito antes de chegar a seu destino. De acordo com a tripulação, foram emboscados por três navios cryxianos e, pouco depois, dois brigues órdicos entraram na batalha. Os mercarianos não sabem se algum outro navio sobreviveu ao conflito, exceto o seu próprio.

A LIGA MERCARIANA (Texto do Reinos de Ferro — Regras Básicas)

Fundada na cidade cygnarana de Mercir como uma confederação de comerciantes e investidores nobres, a Liga Mercariana tornou-se indiscutivelmente o interesse mercantil mais poderoso em todo Immoren ocidental. A liga exerce um grande poder sobre os mercados financeiros dos reinos. Embora seja mais prevalente em Cygnar, ela tem participações significativas em Ord e influência até mesmo em Khador através de posses ocultas ou parcerias secretas. A maior parte da riqueza da Liga está relacionada com o transporte e, nos séculos desde sua fundação, acumulou uma marinha formidável e bem armada para proteger seus navios mercantes.

A liga mantém uma rede de contatos influentes dentro de muitas cidades grandes, e quase estabeleceu um monopólio sobre várias rotas comerciais marítimas de Cygnar. Ela também negociou ações para adquirir o capital de investimento para viagens longas e é um dos poucos grupos em Immoren ocidental que está disposto a investir na exploração além das costas mais próximas. O ramo de coleta de informações da liga é conhecido como o Olho de Mercir e, embora envolvido principalmente em espionagem comercial, não tem medo de se meter em política.

Um dos maiores ganhos recentes da Liga Mercariana aconteceu em 593 DR, quando venceu uma luta de poder pelo controle de uma empresa órdica chamada Casa de Importações Berck. Outrora possuída pela Casa Mercante Mateu, esta empresa foi a pioneira que estabeleceu comércio com o continente sul de Zu, trazendo de volta uma variedade de produtos importados exóticos, incluindo especiarias, tecidos, marfim e outros artigos de luxo. As lutas pelo controle dessa rota comercial resultaram em denúncias de sequestros, assassinatos e coisa pior. Os dois grupos mercantis permanecem como rivais amargos e perigosos, cada um fazendo quase qualquer coisa para sabotar os esforços do outro. Enquanto isso, a Liga Mercariana continua a investir em expedições adicionais no exterior, tendo sido contratada pela coroa cygnarana para encontrar outros recursos inexplorados e possíveis rotas de comércio. Os primeiros assentamentos immoreses em Zu surgiram nos últimos anos, atraindo um número de aventureiros para arriscar suas vidas, viajando para o exterior para iniciar uma nova vida.

Sindicato dos Trabalhadores do Vapor & Ferro

O Sindicato dos Trabalhadores do Vapor & Ferro co-meçou como um simples sindicato de operários e artesãos durante o período de reconstrução após a Rebelião. Seus membros incluíam vários dos mais confi áveis e hábeis enge-nheiros e artesãos dos reinos do sul. Tiveram papéis impor-tantes no refi namento dos motores a vapor considerados fundamentais para várias indústrias importantes, em espe-cial na manufatura de gigantes-a-vapor, barcos a vapor e locomotivas. Os trabalhadores não posicionam trilhos, mas aceitam contratos de grupos que o fazem, como as Ferro-vias Água de Aço e a Sociedade Ferroviária Caspiana. O Sin-dicato devota-se aos interesses de seus membros, obtendo contratos lucrativos e assegurando que seu pessoal receba pagamento apropriado.

O Sindicato dos Trabalhadores do Vapor & Ferro às ve-zes parece ter mais riqueza e infl uência do que pode admi-nistrar. É uma presença forte na maior parte das grandes cidades de Cygnar e Ord, e sua base ofi cial localiza-se em Caspia, onde coopera com o Armorial Cygnarano na pro-dução de gigantes-de-guerra e outros aparatos, um negócio muito lucrativo. As divisões locais têm enorme liberdade para lidar com seus assuntos, o que por vezes leva a corrup-ção, por falta de uma liderança central. Os trabalhadores preferem esta abordagem subdividida. A sede em Caspia serve como o ramo principal do Sindicato; seu conselho de diretores supervisiona mudanças nas regras e procedimen-tos, e agentes do Sindicato asseguram que essas decisões sejam distribuídas a cada ramo local. Os agentes também recolhem taxas para o ramo caspiano, de cada fi lial, man-tendo a aparência de uma equipe central, mas o Sindicato de cada cidade faz mais ou menos o que quer. Sedes meno-res existem em Ceryl, Fharin e Merin, servindo mais para resolver disputas contratuais entre outros ramos em suas respectivas regiões.

O Sindicato tem contratos com a Ordem Fraternal de Magia, e costumava tratar com a Ordem do Crisol Dourado antes de sua absorção durante a ocupação de Llael. O Sindi-cato fornece matérias-primas para grandes projetos dentro da Ordem Fraternal. De fato, essa afi liação leva a casos de mekânicos arcanos que juntam-se tanto ao Sindicato quan-to a sua respectiva ordem arcana, tornando mais simples a obtenção de treinamento e recursos de ambos os grupos. Contudo, como já foi dito, as operações do Crisol Dourado foram dominadas por Khador, e isso reduziu as relações com essa ordem a quase nada.

O Sindicato em Llael
O Sindicato sempre teve uma presença bastante forte em Llael, assim como em Cygnar e Ord, e mantém uma sede re-gional em Merywyn. De fato, foi a presença do Sindicato em Llael que impulsionou a formação da Companhia dos Minera-dores Livres, na tentativa de negociar melhores salários e condições de trabalho para os mineradores de carvão. Por enquanto, os negócios continuam como sempre durante a ocupação khadorana, mas muitos temem que isto possa não durar. Embora muitos membros do Sindicato estejam tentan-do terminar contratos para clientes cygnaranos e órdicos, a liderança local recebe pressão do governo para voltar sua produção de suprimentos bélicos inteiramente às forças armadas de Khador. Até agora, o Sindicato tem permissão de completar contratos existentes, embora o transporte de mercadorias para fora de Llael tenha se tornado cada vez mais difícil. Os membros do Sindicato sabem que é ape-nas questão de tempo até que os khadoranos substituam a liderança atual por membros de alto escalão da Assembléia dos Mekânicos Khadoranos. Este medo levou a membros que apóiam secretamente rebeldes em Llael, e podem haver sérios problemas de sabotagem caso as oficinas do Sindicato rece-bam ordens de produzir gigantes-de-guerra e outros arma-mentos para seus opressores.

A participação no Sindicato é considerada uma prova de qualidade. Assim, a maioria dos profi ssionais que trabalha com motores a vapor ou indústrias relacionadas mantém seus pagamentos em dia. Ramos maiores fornecem treina-mento em forjaria, engenharia e outros ofícios, por uma taxa simbólica. Os mestres locais do Sindicato levam sua reputação muito a sério, e repreendem aqueles que fazem trabalhos de baixa qualidade enquanto aproveitam as van-tagens de ser um membro.

Tornando-se Membro
Não é incomum que aventureiros com interesse em engenha-ria ou mekânica juntem-se ao Sindicato dos Trabalhadores do Vapor & Ferro, em busca de mentores que os treinem ou dêem acesso a materiais, oficinas e ferramentas. As taxas para os membros variam com base no envolvimento nas tare-fas do Sindicato e na quantidade de contratos. Em geral, um aventureiro com interesse no Sindicato torna-se “companhei-ro não-contratado”, o que deixa-o livre de quaisquer obri-gações, exceto as taxas básicas. Esta modalidade acarreta uma taxa inicial de 100 coroas cygnaranas, e taxas anuais de 25 coroas. Taxas adicionais são cobradas por treinamento e materiais, mas o uso de oficinas e ferramentas é em geral gratuito, desde que estas não estejam em uso.
Para uma discussão completa do treinamento e educação use as regras para atividades em tempo livre. Programas de treinamento como aprendiz são voltados especificamen-te para a formação de profissionais e, desta forma, os indivíduos que treinam com o Sindicato podem aumentar suas capacidades.

Além de seus contratos normais, os ramos do Sindicato muitas vezes são chamados para localizar gigantes-a-vapor enlouquecidos ou outras ameaças, e empregam um grupo mercenário chamado Mãos-de-Ferro para isso. esses merce-nários também são regularmente empregados quando ope-rações importantes necessitam de proteção adicional.

Um aspecto notável dentro do Sindicato é sua diversida-de racial: inúmeros anões, gobbers, ogrun e trollóides são membros, pois habilidade e talento — não raça — são deci-sivos para um verdadeiro artesão.

Sociedade Ferroviária Caspiana

Consolidada a partir de um grupo variado de compa-nhias de tecnologia e transporte, a Sociedade Ferroviária Caspiana foi formada em 586 D.R. Hoje em dia, a Ferro-viária Caspiana, como é mais conhecida, opera linhas de passageiros e de carga entre Mercado Bain e Caspia, e já se estabeleceu como um importante fornecedor de transpor-tes, com base em Fharin.

Quando era relativamente nova no mercado ferroviário, a tensão entre a Sociedade Ferroviária Caspiana e as Fer-rovias Água de Aço rapidamente elevou-se até um confl ito direto, que durou mais de uma década. Problemas na cria-ção de uma via férrea padrão entre Mercado Bain e Fharin complicaram-se pela competição entre as duas companhias. Sabotagem e hostilidades eclodiam com freqüência, e foi ne-cessária a recente intervenção do Rei Leto em pessoa. Ainda existe ressentimento entre as duas organizações, e por isso o rei continua a impor a paz entre elas, com um supervisor real que media as disputas.

Os vagões de passageiros de elite da Ferroviária Caspiana são tão luxuosos como os salões de qualquer clube de cava-lheiros. Pessoas sofi sticadas que viajam a Caspia ou Corvis muitas vezes usam os trens da SFC. Sua segurança, rapidez e luxo tornam a viagem muito mais atraente do que uma des-confortável carruagem pelas rotas traiçoeiras do sul. Passa-geiros menos abastados também tomam os trens para o sul, e já houve quem entrasse clandestinamente nos vagões de passageiros menos luxuosos e nos vagões de carga.

A SFC domina o tráfego férreo que sai de Fharin. A ci-dade tornou-se recentemente um importante ponto de par-tida para o comércio. As caravanas vindas de Corvis tendem a descarregar mercadorias em Fharin e, já que as Ferrovias Água de Aço ocupam-se mais com carvão, cargas e gado, a Ferroviária Caspiana domina o transporte férreo de produ-tos comerciais e manufaturados. A SFC esforça-se para ser amigável às caravanas, muitas vezes oferecendo grandes des-contos ao transportar produtos mercantis.

Fonte: Guia do Mundo de Reinos de Ferro

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