Principais Organizações Comerciais — RHUL

Rafão Araujo
Reduto do Bucaneiro
9 min readMar 16, 2021

As economias de Immoren ocidental passaram a depender bastante de suas principais organizações mercantis. A Era Moderna gerou uma sociedade corporativa. Afinal, existe segurança em associações. Irmandades voluntárias de trabalhadores e artesãos apóiam-se e protegem-se mutuamente, e geram lucros com mais facilidade. Especialmente em épocas turbulentas como a época atual, as coalizões lucram mais que os indivíduos.

A industrialização acelerou em gerações mais recentes, permitindo que alguns grupos contratassem dúzias ou mesmo centenas de trabalhadores para transportar ou manufaturar mercadorias com rapidez inédita. Comunidades em todos os Reinos de Ferro estão praticamente estourando devido à introdução de organizações comerciais, guildas mercantis, indústrias, moinhos e fábricas.

A primeira corporação digna de nota talvez seja a Liga Mercariana — uma imensa parceria comercial com donos anônimos por todo o continente. Precisando de capital extra para financiar seus esforços, os administradores e donos da Liga compram e vendem cotas para pagar por suas inúmeras viagens. Ao longo dos anos, a Liga adquiriu licenças de Cygnar não apenas para fazer comércio, mas também para guerrear contra aqueles que interferem com suas práticas. Isto às vezes significa capturar e fortifiar território, e armar seus navios, o que é muito caro. Por causa do capital necessário para proteção, mais parceiros sempre são bem-vindos.

A recente explosão das linhas férreas significa que companhias como a Sociedade Ferroviária Caspiana estão se benefi ciando do modelo corporativo da Liga Mercariana. Também as maiores fábricas e indústrias começam a adotá-lo, inserindo-se na sociedade immoresa. A seção a seguir apresenta alguns dos maiores poderes mercantis dos Rei-nos de Ferro.

É mais fácil arrancar os dentes de um dracodilo do que fazer um anão gastar seu ouro. A maior parte do comércio em Rhul é feita através de acordos complicados e contratos fundamentados na cultura legal do Debate. Felizmente, parece que forasteiros fazem parte de uma cláusula nas leis do debate, e um bom comerciante com um aliado anão em geral consegue mercadorias rhúlicas por um bom preço. E consegue vendê-las por um lucro ainda maior.
— Gunner Wadock, mercador cygnarano.

Armamentos Pesados dos Filhos de Ghord

A Armamentos Pesados dos Filhos de Ghord — muitas vezes apelidada de “Armas Ghord” — está entre os mais bem-sucedidos negócios em Ghord, e é uma inspiração aos clãs sofredores em todo Rhul. A companhia tem fortes la-ços com o Grande Clã Hrord, por razões óbvias: depois que seus compatriotas foram considerados desonrados e perderam seus títulos por atos de banditismo, um anão sem clã chamado Pulgar foi acolhido pelo clã Hrord. En-vergonhado, Pulgar esforçava-se para ter sucesso, e logo tornou-se o maior mecânico de Hrord. De fato, Pulgar foi considerado um prodígio.

Depois de décadas de serviço, o anão pediu permissão para iniciar seu próprio clã, patrocinado pelo próprio Se-nhor das Pedras de Hrord. O pedido foi aprovado, e Pulgar adotou o nome Filho de Ghord como sinal de seu amor pela cidade e lealdade a seus habitantes. Nos últimos sessenta anos, o clã ascendeu consideravelmente, e deve se juntar ao Debate das Cem Casas. Pulgar Filho de Ghord assumiu um risco há cinqüenta anos, construindo sua primeira fundição de gigantes-a-vapor, que logo se tornou uma das principais fontes de renda de sua família.

Pulgar faleceu há trinta anos, mais foi sucedido pelo mais velho de seus seis fi lhos e cinco fi lhas, um anão chamado Durgarl (rhulês Esp6/Gue2), que atua como líder do clã e administrador da companhia de Pulgar, a Armamentos Pesados dos Filhos de Ghord.

Quando a companhia realmente começou a prospe-rar, inicialmente fi cou conhecida por seus canhões e rifl es pesados, mas logo expandiu-se para todos os aspectos de armamentos e engenharia de gigantes-de-guerra. De fato, o Grande Clã Hrord depende bastante das fundições da Ar-mas Ghord para componentes de gigantes, e para auxílio com novos projetos. Seus serviços também foram contratados pelos clãs Udo e Uldar, em operações de mineração pe-sada em Drotuhn. Este último empreendimento empurrou a Armas Ghord para os círculos de alguns dos mais ricos clãs de Ghord.

Embora a maior parte do equipamento que a compa-nhia produz permaneça em Rhul, existem vendas ocasio-nais para clientes humanos. Isto exige bolsos fundos e pa-ciência duradoura, mas a Armas Ghord fornece o que há de melhor, e suas mercadorias são feitas para durar. Vários canhões, gigantes de mineração e algumas brocas pesadas a vapor com o selo dos Filhos de Ghord já chegaram a Cyg-nar e Khador. Por um adicional de 10 a 25% (dependendo do destino), a companhia garante a entrega, e envia seus próprios trabalhadores com suas armas e armaduras para proteger o pedido em sua jornada.

Carvoaria Cabeça-de-Aço

Esta pequena mas confi ável empresa de mineração de carvão opera em Ulgar. Os anões mineram as colinas de carvão próximas à cidade, e transportam as mercadorias por tri-lho até Rhul. Recentemente, realizaram uma prospecção nas profundezas dos Picos de Vidro, e tiveram problemas com ruínas ancestrais, encontros com cephalyx e um longo pe-ríodo de má sorte que impediu sua expansão. Atualmente, estão contratando mercenários e aventureiros para ajudá-los a progredir na área que apelidaram de Leito da Sombra.

Companhia de Peles de Rhul

A longeva Companhia de Peles de Rhul é uma coalizão de caçadores e mateiros anões, e um dos principais compe-tidores dos muitos comerciantes de peles de Czavyana, na luta pelo domínio do mercado do norte. Postos de comér-cio habitados por anões podem ser encontrados aqui e ali em Khador, e alguns deles devem ser defendidos de ataques de mercadores rivais. A Companhia de Peles de Khador tem uma presença forte nas Planícies do Gelo Ardente e na Flo-resta Malgur, assim como controle fi rme sobre várias passa-gens montanhosas para Llael e Ios. Diferente dos mercado-res de Czavyana, a Companhia de Peles de Rhul faz pactos com os habitantes locais para garantir um fl uxo constante de peles, e mantém seu monopólio pela prática de comprar ou esmagar quaisquer novatos. A Companhia de Peles de Rhul já preparou o terreno para estabelecer um povoado permanente, e abriu o Lago Água da Tumba para pesca co-mercial, transporte a vapor e comércio de chumbo.

Ousel de Ghrd

A riqueza tende a atrair atenção indesejada de muitos cír-culos, especialmente daqueles ansiosos por aliviar um indi-víduo do peso de sua bolsa. Guardas contratados costumam estar muito interessados em preservar a própria pele, ganhar dinheiro, e cochilar. Ousel de Ghrd é um estabelecimento especializado em desencorajar esse tipo de atenção indese-jada. Administrada por Ousel Parido-da-Terra (anão Clr8/Lad10), esta companhia bancária é famosa entre os ricos como o local mais seguro para armazenar dinheiro e rique-zas. Por uma taxa anual simbólica, a casa bancária assegura a armazenagem e transporte de fortunas.

Ousel é um clérigo dos Grandes Patriarcas que parece particularmente apegado ao Grande Patriarca Ghrd, patrono da riqueza e das jóias. Parece que Ousel dedicou sua vida a aumentar a riqueza de Immoren. É honesto, e lida com to-dos os valores em seus cofres com reverência e cuidado. Sua reputação como guardião da riqueza em nome de Ghrd é len-dária entre os anões. Um mestre engenheiro e armadilheiro, emprega seu ofício a serviço daqueles que precisam construir cofres e câmaras secretas com máxima discrição e segurança.

A casa bancária de Ousel é sediada num pequeno setor de Ghord conhecido como Gildheim. A fortaleza de Ousel é um prédio de pedra com poucas janelas. Sob o atarracado forte, existem mais de cem cofres escavados na terra. Os me-canismos dos salões dos cofres e dos túneis são mantidos por mekânicos de confi ança, e guardados por guerreiros anões. Cada cofre possui armadilhas tão intrincadas e mortais que nunca nenhum foi arrombado — embora muitas tentativas tenham sido letalmente frustradas. Diz-se que os salões e tú-neis profundos do complexo são patrulhados por mecagár-gulas (veja o MN1) e outros construtos mekânicos projetados para desencorajar intrusos e assegurar que não se possa usar encantamentos para evitar os guardas.

Quem não precisa dos salões subterrâneos pode utilizar vários cofres e caixas-fortes mantidas na própria fortaleza, em uma série de câmaras maiores, nos níveis superiores. Peque-nas quantidades de dinheiro, jóias preciosas, itens mágicos e livros costumam ser guardados com Ousel, e a companhia também lida com a troca de mercadorias entre clientes. A clientela de Ousel inclui poderosas casas mercantis cygnara-nas, corsários ricos, nobres importantes de todos os reinos e até mesmo a Liga Mercariana. Quando ocorre uma tran-sação entre clientes, o próprio Ousel administra a transfe-rência, por uma pequena taxa. Em assuntos comerciais, o estabelecimento é algo bastante raro — terreno neutro.

Nos últimos tempos, as transações com o sul tornaram-se mais difíceis, já que as rotas entre Rhul e Cygnar estão sob o controle de Khador. De acordo com Ousel, este pro-blema já foi contornado por várias contingências engenho-sas, pois a situação já fora prevista. O anão possui muitos agentes no estrangeiro, assim como outros modos de pro-teger a riqueza de seus clientes, mas está em uma posição peculiar, lidando com muitas indagações. Ele assegura aos clientes que sua riqueza está tão segura quanto antes. Mes-mo assim, ultimamente foi obrigado a tolerar relações mais agressivas — sem nunca perder a calma ou o comportamen-to amigável.

Logo antes do início das hostilidades abertas, Ousel co-meçara a construir um segundo complexo, na cidade de Caspia. Dizem os boatos que estava construindo o prédio para uma casa de câmbio comercial ou possivelmente uma câmara de cofres bancários para a Liga Mercariana. Qual-quer que seja o resultado, o banqueiro e armadilheiro pas-sa muito tempo na Cidade das Muralhas, ultimamente. A construção foi atrasada porque as atenções da Coroa volta-ram-se para a guerra, mas Ousel é um enviado bem-vindo nas cortes de Cygnar, passando o tempo com conselhos humildes aos membros da Assembléia Real — alguns dos quais tornaram-se seus amigos ao longo dos anos.

Dizem os Boatos…
O Grande Clã Ghrd despreza Ousel, por usar o nome para seu negócio. Acreditam que ele lucra pela reputação do clã, e que está insinuando uma afiliação. O clã Ghrd é responsável pela casa da moeda de Rhul, e também protege as finanças do Debate, além de oferecer seus próprios serviços bancários para as Cem Casas. Isto pode ser um simples caso de tentativa de desencorajar a competição, e os outros Senhores das Pedras não parecem se importar. Sempre que o clã Ghrd traz assunto ao Debate, a decisão é em favor de Ousel.

O clã Ghrd pode ter planos para um ataque contra Ousel, enquanto ele está fora de Ghord. Alguém com bolsos fundos vem recrutando arrombadores de elite e mestres chaveiros para um projeto especial. Pode ser que o clã esteja reunindo uma equipe de criminosos para testar a pretensa invulnerabilidade de Ousel. Caso isto seja provado, seria considerado uma grave quebra das leis de Ghord, e criaria um enorme escândalo.

Forja Stirn Manufatura e Comércio

Os anões são mestres artesãos, e a companhia Forja Stirn não é diferente de qualquer outra casa de manufatura e comércio sediada em Rhul. Orgulho pelo trabalho, tradição e aderência às regras e padrões da manufatura são suas marcas registradas. Embora outras casas comerciais rhúlicas produzam mercadorias de igual qualidade, pode-se dizer que nenhuma outra tem tanto orgulho por fazê-lo. A famosa garantia da Forja Stirn diz que, se o produto apresentar defeito dentro do tempo de vida do comprador, a companhia realiza a troca gratuitamente.

A Forja Stirn fabrica de tudo, de adagas a pontas de fl echas, de espadas a chaleiras. Se algo exige trabalho de ferreiro de precisão e dobra de aço especializada, a Forja Stirn pode fazê-lo, com um estilo próprio muito valorizado nos reinos. Por causa da qualidade mantida pela casa, as mercadorias que ela produz são consideradas valiosas e duráveis. Este sucesso deixou outros clãs com interesses similares bastante descontentes, e já surgiram alguns problemas.

A política dos anões complica o progresso do comércio em Rhul, por vezes. A Forja Stirn recentemente começou a sofrer com as manobras de três casas comerciais competido-ras. O Clã Stirn passou a depender de assistência humana para enviar mercadorias para fora de Rhul, simplifi cando o processo de exportação. Os clãs competidores passaram a contratar mercenários para atacar caravanas da Forja Stirn, mas isso foi enfrentado com a tenacidade férrea e determi-nação que talvez tornem seus produtos tão valiosos. Parece que o clã Stirn fi ca alegre em fornecer armas de fogo e mu-nições para as caravanas que transportam seus produtos, as-segurando a entrega.

O clã Stirn e a Forja Stirn Manufatura e Comércio são liderados pelo Mestre Construtor Hasevord Stirn (anão Gue12). Através dele, o clã e seu negócio mercantil mantêm as fundições da casa trabalhando o ano todo. O clã Stirn é sediado em Ghord, junto às Fundições Forja Stirn, e pode-se dizer que é impossível separar a companhia do clã. As fundi-ções são parte da fortaleza do clã, com apenas algumas ofi ci-nas e depósitos fora de seus domínios.

O ramo comercial da Forja Stirn controla minas de car-vão em Guarda Gridden, assim como minas de prata e ferro no sopé das Montanhas da Ponte do Céu. Esses recursos vi-tais são bem guardados por mercenários ogrun e guerreiros anões leais ao clã. Stirn possui vários navios lacustres para transportar o minério e recursos através do Lago Braçada-Funda, das cidades mineradores da Ponte do Céu até Ghord. Equipes anãs operam a maior parte desses navios, mas al-guns homens trabalham com os anões, em geral servindo como mekânicos ou especialistas em barcos.

Fonte: Guia do Mundo de Reinos de Ferro

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