“A Autoridade em que confiamos!”
A igreja se ergue sobre o fundamento dos apóstolos e profetas. Toda suposta revelação nova, qualquer acréscimo à doutrina, havemos de rejeitar. Cumpre asseverarmos que todo ensino, toda a verdade e doutrina, precisam ser auferidos à luz das Escrituras. Aqui está a auto-revelação de Deus, dada sucessivamente no Velho Testamento com cada vez mais clareza e com finalidade culminante, chegando “na plenitude dos tempos” à revelação perfeita, absoluta, final, em Deus Filho. Este por sua vez ilumina os apóstolos, revelando-lhes a sua vontade e o seu ensino, imbuindo-os de autoridade ímpar, revestindo-os da necessária capacidade e virtude, e entregando-lhes o ensino essencial para o bem-estar da Igreja, o povo de Deus. Sobre essa única autoridade é que podemos edificar.
A alternativa que está diante de nós no dia de hoje é realmente tão clara e simples quanto o era para aqueles primeiros cristãos: ou aceitamos essa autoridade, ou a do “conhecimento moderno”, da ciência moderna, do entendimento humano e da capacidade humana. É uma coisa ou outra. Não nos deixemos confundir pelo moderno argumento da nova situação. Achamo-nos onde os crentes sempre se acharam: ainda é “Cristo ou os críticos”.
Para nós, pelas razões que expusemos, não existe realmente qualquer alternativa. Na confiança, na capacidade e no entendimento humano, de um lado, tudo é instabilidade e mudança, incerteza e insegurança, perigo de fracasso. Do outro lado está não somente a ‘’Rocha inexpugnável das Sagradas Escrituras”, mas também a luz do mundo, a Palavra de Deus, a própria Verdade.
‘’À Tua Palavra, Senhor, permanece;
Ela nos guia os passos.
Quem crê na sua verdade,
Luz e alegria recebe”.
O Senhor da Igreja declarou: “ Passarão os céus e a terra, porém a minha Palavra não há de passar’’. É uma Palavra que perdura através do tempo, que permanece (viva) na morte, e que se nos defrontará na eternidade. Pois o próprio Filho de Deus declara: “Eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue: a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (João 12.47–48).
Trecho do livro “Autoridade e Poder” de Martyn Lloyd-Jones Série Doutrina e Vida — Renovação Espiritual, 1961, Belo Horizonte Tradução: W. J. Goldsmith p.55