A glória do segundo templo

Cléber Zavadniak
Reformados
Published in
3 min readApr 12, 2013

Esses dias eu estava lendo Ageu com minha esposa. Começamos em Samuel e já estamos no pós-exílio. Reparei, então, em algo interessante:

A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos.
— Ageu 2:9

Ora, não é curioso isso que foi dito? Como pode ser isso? Porque bem sabemos que o segundo templo nunca chegou perto da glória do chamado “templo de Salomão”. E nem tinha como: as condições eram completamente diferentes. Num caso, Israel estava no auge como nação. Em outro, o povo estava voltando de um exílio, tentando reconstrui-la. Antes, havia abundância de ouro. Agora, havia escassez.

Me parece, então, que não é exatamente do templo que o Senhor fala por meio de Ageu. Pelo que entendo, o Senhor está falando sobre Jesus Cristo. Explico:

O primeiro templo foi algo glorioso, cheio de pompa, cheio de ouro, enorme e teve um evento de dedicação memorável. Da mesma forma, quando a Lei foi entregue, o monte encheu-se de fumaça e relâmpagos, Moisés ficou lá por dias, o povo ficou na expectativa e tremendo de medo. Foi uma grande comoção.

Já o segundo templo não era tão glorioso. O povo que viu o primeiro templo e depois viu os alicerces do segundo chorou de tristeza, pois, exteriormente, era muito inferior ao que haviam visto antes. Da mesma forma, Jesus, quando nasceu, não veio num berço rico, cheio de riquezas mundanas. Ele nasceu numa estrebaria, lugar de guardar animais, fedido, e foi colocado numa manjedoura, o lugar reservado à comida dos animais.

Enfim, ao contrário da glória do monte Sinai, o nascimento e a vida de Cristo se deram em extrema humildade. A Lei foi escrita pelo próprio Deus e isso era algo a se orgulhar, a se falar com a boca cheia. Mas Jesus Cristo morreu numa cruz, loucura para os gentios e loucura para os judeus!

Entretanto,

E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito?
Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.
Porque também o que foi glorificado nesta parte não foi glorificado, por causa desta excelente glória. Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.

Por isso podemos dizer que a glória de Jesus Cristo, embora aos olhos humanos pareça muito inferior à Lei, é certamente muito mais gloriosa! Jesus veio em humilhação, mas sua obra é absolutamente gloriosa. E, repare: a Lei era transitória, não a glória do rosto de Moisés. Ela é contraposta ao próprio Cristo, que é o que permanece.

E Paulo diz mais sobre a glória:

Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.

Reparou em “o evangelho da glória de Cristo”? Interessante, não?

Graças a Deus pelo Senhor Jesus Cristo. O segundo templo é mais glorioso que o primeiro. Amém.

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