‘Autoridade Apostólica — única e decisiva!’

Osvaldo Zavadniak Filho
Reformados
Published in
2 min readJul 22, 2016

“Assim porém, falavam todos (os apóstolos), repreendendo, reprovando, ordenando, convidando os homens a segui-los, concordar com eles e “andar segundo o modelo” que eles apresentavam.”

Ademais, os apóstolos reconheciam uns nos outros esse direito. É notável nesse sentido a referência de Pedro aos escritos de Paulo. Referindo-se à segunda vinda de Cristo e ao fim do mundo, ele escreve: “…como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (II Pd 3.15–16). Pedro assim atribui aos escritos de Paulo a categoria de “Escrituras”.

Ainda mais interessante: os primitivos cristãos todos o reconheciam. Submetiam-se, aceitavam a palavra e as decisões dos apóstolos.

Podemos avançar mais: se a primitiva igreja aceitava a autoridade dos apóstolos, é essa a razão porque a prova da canonicidade era a prova da apostolicidade. Em outras palavras, a afirmação feita em todo lugar é que a igreja é edificada e consolidada sobre “o fundamento dos apóstolos e profetas” (Ef 2.20–22). E não possuímos nenhuma outra autoridade. Que sabemos do Senhor Jesus Cristo a não ser pelo testemunho desses homens e pelos seus ensinos? A autoridade dos apóstolos é que está subjacente à dos Evangelhos, das Epístolas, do livro dos Atos, sim, de todo o Novo Testamento. E essa, ou aceitamos ou deixamos de aceitar. É a autoridade única e decisiva.

A ela nada se pode acrescentar, pois por definição os apóstolos não podem ter sucessores. Asseveramos isso desmentindo o catolicismo romano, o anglicanismo e quantos outros ensinem a doutrina espúria da “sucessão apostólica”. Uma vez que um apóstolo é um homem que, por ter visto o Senhor depois de ressurreto, pode testemunhar de sua ressurreição, ipso facto não pode haver sucessores. Aqueles que de início foram escolhidos não tiveram sucessores; não houve outros chamados, imbuídos, inspirados para falar e ensinar com autoridade diretamente pelo próprio Senhor ressurreto, nem pode haver, pois não haverá nova revelação, por desnecessária. A fé foi entregue, uma vez por todas, aos apóstolos (ver Judas 3).

continua… Trecho do livro “Autoridade e Poder” de Martyn Lloyd-Jones Série Doutrina e Vida — Renovação Espiritual, 1961, Belo Horizonte Tradução: W. J. Goldsmith p.54

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