Diário de Whitefield: Seção I, parte 3
Antes de completar quinze anos, tendo feito, conforme pensava, suficiente Progresso nos Clássicos e, no Fundo, desejando ficar Livre do Confinamento de uma Escola, eu um dia disse à minha mãe: “já que suas Circunstâncias não permitiriam-na dar-me uma Educação Universitária, pensei que mais Aprendizado eu teria vindo de um Comerciante; e, assim, julguei melhor não aprender mais Latim”. Ela, a princípio, recusou-se a consentir, mas minhas Corrupções logo foram mais fortes que sua boa Natureza. Aqui, por algum tempo, fui apenas para aprender a escrever. Mas as Circunstâncias de minha Mãe Decaindo muito, e sendo tratável dessa Maneira, eu de tempos em tempos comecei a ajudá-la ocasionalmente na Pousada, até que, com o tempo, coloquei meu Avental azul e minhas Espevitadeiras, esfregava o chão, limpava Quartos e, em uma Palavra, tornei-me professo e comum Atendente por aproximadamente um ano e meio.
Mas aquele que estava com Davi quando andava atrás do rebanho, ainda jovem, estava comigo mesmo ali. Pois a despeito de eu estar assim empregado numa pousada comum, e tendo, às vezes, o Cuidado da Casa toda sob minhas Mãos, ainda assim compus dois ou três Sermões, e dediquei um deles em particular ao meu irmão mais velho. Lembro-me que, uma vez, eu precisava muito de Auto-exame, e encontrei-me muito relutante a olhar para meu Coração. — Frequentemente eu lia a Bíblia ao sentar-me à noite. Ver os Garotos indo à Escola muitas vezes partia meu Coração. — E um Jovem querido (agora com Deus) às vezes vinha, enquanto eu servia no Bar, tentar convencer-me a ir para Oxford. Minha resposta, em geral, era “quisera eu poder”.
Depois de cerca de um ano nesse Emprego servil, minha Mãe viu-se obrigada a deixar a Pousada. Meu irmão, que fora criado para o Negócio, casou-se; para o qual tudo foi feito; e eu, estando acostumado à Casa, foi acordado que deveria continuar lá como Assistente. Mas os Pensamentos de Deus não eram como os nossos Pensamentos.
Pela sua boa Providência aconteceu que minha cunhada e eu não conseguíamos nos entender de forma alguma. E no fim o Ressentimento cresceu a tal Ponto que meu Coração orgulhoso mal me convencia a falar com ela por três Semanas seguidas. Mas, apesar de eu ter muita parcela de culpa, ainda assim eu costumava retirar-me e chorar diante do Senhor, como Hagar fugindo de sua Senhora Sara, pouco entendendo que Deus, por seus Meios, estava forçando-me para fora do negócio público e chamando-me, de servir Vinho para Bêbados, para servir Água das Fontes de Salvação para o Descanso de seu Israel espiritual.
(Continua.)