Ele tem cuidado de vós

Cléber Zavadniak
Reformados
Published in
5 min readMar 7, 2012
Leaozão e filhotinho

Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte;
Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
1 Pedro 5:6–7

Essa semana coisas incríveis (mas nas quais eu creio firmemente) aconteceram na minha vida. Algo excelente aconteceu hoje, mas preciso contar o que aconteceu durante a semana.

No domingo fiquei ciente de que, empolgado com a igreja, com os livros e com o site, estava desprezando o ensino da minha esposa. Fiquei envergonhado com isso, pedi perdão a Deus e a ela, e então começamos um estudo.
Eu já havia sugerido que dedicássemos um tempo antes da última hora acordados para estudarmos a Palavra. Mas eu mesmo fui bem negligente com isso.
Ela me contou que tem dificuldade em entender o Velho Testamento. Então peguei minha Bíblia e fui abrir no índice de livros, para começar o estudo. Ela me interrompeu e pediu para que usássemos a Bíblia dela. Tudo bem. Entretanto, ela havia deixado a Bíblia dela na casa do pai e trazido a do irmão. Sem problemas. Usamos a do irmão dela, então.
Foi um estudo muito bom. Vimos desde a criação até Abraão, além do propósito geral do Velho Testamento e um pouco da história e geografia de Israel.

Pois bem, estávamos num período de pobreza aqui em casa. Estou com dois vales-refeição (ou seja: de dois meses inteiros) por receber e, tratando-se de janeiro e fevereiro, sabe como é, né? Um monte de contas e dinheiro a menos. Resumindo, estávamos contando as moedas, aqui, esperando vir esse dinheiro atrasado e/ou o meu salário (eu recebo dia 15).

Ontem, conversando com meu pai, no almoço, dei-me conta de quão omisso eu tenho sido quanto à pregação do Evangelho. Eu não compartilho da mensagem da cruz com as pessoas à minha volta. E fiquei muito triste com isso. Passei o dia com isso em mente, esperando ansiosamente por chegar em casa e orar.
Cheguei e orei. Derramei meu coração diante de Deus com relação à minha vida e ao meu proceder. Sentia-me como a maior farsa do mundo cristão, como um grande hipócrita, uma fraude. Implorei a Deus por oportunidades de falar de Cristo, por uma vida de oração real, por uma vida de piedade e pus em dia as orações e súplicas que eu devia fazer há muito tempo mas não havia feito.
É bom derramar a alma perante Deus. =)

Hoje, voltando para casa, minha esposa pediu para passar num mercado aqui perto, onde há um caixa eletrônico do Banco do Brasil, para ela retirar, para o pai dela, um dinheiro dele. Ao lado há um caixa eletrônico da Caixa Econômica Federal, onde ela tem conta. Naquele estudo de domingo, ela achou, dentro da Bíblia que usamos, um cartão que ela havia feito há não muito tempo, quando teve que ir na Caixa resolver uns problemas relacionados a seu FGTS. Ela foi checar se funcionava e se havia alguma coisa nele. Só para ver.
Checamos o saldo. Quinhentos e sessenta e nove reais! Não acreditamos, porque aquilo não fazia o menor sentido. A conta era nova, ninguém sabia o número dela (nem eu mesmo), nunca havia sido usada para receber salário ou algo assim e, enfim, não deveria haver quinhentos e sessenta e nove reais lá! Mas lá eles estavam.
Sacamos o dinheiro, felizes da vida. No carro, minha esposa chegou a cogitar um erro do banco. Mas, pelo extrato, o dinheiro estava lá desde, no mínimo, janeiro desse ano. E o banco nunca deixa passar esses erros por tanto tempo. Dá uma semana, no máximo, e eles corrigem. Então não era erro no banco.

Depois é que fomos saber que é dinheiro do PIS. Ela tinha direito a ele e, mesmo sem correr atrás, foi depositado na conta dela da Caixa. Havia já um tempo.

Dinheiro sobrenatural? Não, perfeitamente natural. Um milagre? A meu ver, sim.

Durante a semana passada eu andei pensando: e se Deus me chamasse, por exemplo, para me dedicar integralmemte ao ministério? Nos meus tempos de solteiro seria fácil. Eu confio em Deus sem reserva alguma na questão de sustento. Mas hoje sou casado. Minha esposa talvez se desesperasse com a idéia. Eu mesmo fico apreensivo por causa das novas responsabilidades. Não é algo assim muito simples, admito.
Pois hoje eu vi Deus confirmando novamente para mim (e para ela): Ele é Senhor do dinheiro e Ele lida com suas riquezas da maneira que quer, quando quer, e sem esforço algum. Não é algo difícil para ele. E não confiar que o SENHOR é capaz de nos sustentar é um grande absurdo!

Bendito seja o nome do Senhor. Essa semana eu recebi:

- uma grande benção em minha vida espiritual, pois meu coração foi quebrantado como eu há muito tempo desejava.
- uma grande benção no meu casamento, pois a verdade da minha negligência veio à tona e o problema está sendo resolvido.
- uma grande benção material, pois o SENHOR proveu minhas necessidades (e com fartura).
- uma grande benção à minha alma, cuja confiança no prover de Deus foi renovada.
- uma pequena benção à minha igreja, já que desse dinheiro tiramos o dízimo e uma oferta para a construção do templo (antes mesmo de eu sugerir, minha esposa já havia separado).
- outras bençãos que não posso contar aqui, mas são muito boas também. =)

p.s.: como sempre há quem distorça textos assim simples, alguém pode achar que eu, mesmo que subjetivamente, passei a mensagem que Deus dá quinhentão para seus servos quando estes se humilham. JAMAIS! Primeiramente, porque a benção maior foi espiritual. Foi minha humilhação perante Ele e a solução da minha falta no ensina à minha esposa. Eu apenas menciono o “episódio financeiro” porque acho muito bonito que Deus seja um pai amoroso, bondoso e, especialmente, misericordioso e gracioso. Deus tem o direito de tirar e, quando o faz, devemos nos alegrar nisso e glorificá-lo. E Deus também tem o direito de dar e, quando o faz, é justo e correto que também nos alegremos nisso e o glorifiquemos. Não há vergonha em receber. A vergonha está no apego ao que é recebido e não o apego ao doador, que é Deus. Glorificado seja seu santo nome!

Livro recomendado: Em Busca de Deus — Piper.

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