Homem de rixas e homem de contendas

Cléber Zavadniak
Reformados
Published in
3 min readJul 10, 2013

Ai de mim, minha mãe, por que me deste à luz homem de rixa e homem de contendas para toda a terra? Nunca lhes emprestei com usura, nem eles me emprestaram com usura, todavia cada um deles me amaldiçoa.
Jeremias 15:10

Não é esse o caso do crente no mundo de hoje? Se ele tem um compromisso com seu Senhor, o que ele se torna? Homem de rixa e homem de contendas! Em qualquer assunto, dada a diferença de cosmovisão entre o crente e o mundano, a possibilidade de rixa é evidente. O vegetariano não entende que Deus deu a carne para o homem comer e os animais para serem dominados, o homossexual não entende que Deus faz todas as coisas direito e o homem lascivo não entende que Deus quer as primícias de tudo para si.

Mas o que fazemos? Nós agredimos as pessoas? Nós, por pura diversão, ofendemos as pessoas? Não! Somos desonestos? Não! Mas o simples fato de erguer um estandarte e proclamar uma ideologia, um ideal de vida e um conceito do que é bom e correto, nos faz inimigos públicos. Vide as apologias dos santos do passado! Em que os crentes fazem mal à sociedade? Não seria excelente se cada bar e cada casa noturna da cidade se convertesse em uma igreja? O incentivo à honestidade, bondade, benignidade, hospitalidade, justiça, verdade e amor são prejudiciais à nossa sociedade atual?

Mas é o que somos: homens de rixas e homens de contendas. Cá estamos, sendo menosprezados pelas nossas “concepções antiquadas”. Mas por que isso? Pedro explica:

Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este pensamento, que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado; para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.
Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; e acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.

1 Pedro 4:1–4

Eis o grande problema: o desenfreamento de dissolução. Os homens não querem ser refreados, mas correm em direção ao pecado e às suas próprias concupiscências.

Mas Jesus não foi um homem de rixas e homem de contendas, foi? Pois bem, me parece que ele foi, inclusive com as multidões que o seguiam. O povo queria pão novamente, mas Jesus não lhes deu. Os gregos queriam vê-lo, mas ele recusou-se e passou a falar sobre sua morte. O jovem rico queria um sinal de aprovação, mas Jesus outorgou-lhe uma missão sacrificial. Ele chegou a ensinar por parábolas justamente para que as pessoas não entendessem o que lhes era dito. Xingou os fariseus de hipócritas, serpentes, sepulcros caiados e assassinos.

Então, que nos resta? Primeiro: saber que não é coisa de se admirar que sejamos perseguidos. Segundo: agradecer a Deus por podermos sofrer como santos, não por sermos delinquentes. Terceiro: sejamos sóbrios e vigiemos em oração.

Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse;
Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.
Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado.
Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios;
Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte.

1 Pedro 4:12–16

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