‘Porque eu sei em quem eu tenho crido!’
A Lógica de um apóstolo
Extraído do devocional “Mensagem para hoje — Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” — sob autorização da Editora PES.
Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Filipenses 4:10–12
Paulo tinha chegado a aprender esta grande verdade (Filipenses 4.10–12) mediante a elaboração de um grande argumento… Acho que a lógica do apóstolo foi algo assim: Ele disse a si próprio:
1. As condições da vida estão sempre mudando. Logo, é evidente que não devo ficar dependendo das condições.
2. O que importa suprema e vitalmente é minha alma e minha relação com Deus. Essa é a coisa principal.
3. Deus Se interessa por mim como meu Pai, e nada me acontece à parte de Deus. Até os cabelos da minha cabeça estão todos contados. É preciso que eu jamais esqueça isso.
4. A vontade de Deus e os caminhos de Deus são um grande mistério, mas eu sei que tudo que Ele quer ou permite é necessariamente benéfico para mim.
5. Toda situação da vida é o desdobrar de alguma expressão do amor e da bondade de Deus. Logo, o que me compete é buscar esta peculiar manifestação da bondade e benignidade, e ficar preparado para surpresas e bênçãos porque «os Seus caminhos não são os meus caminhos, e os Seus pensamentos não são os meus pensamentos». Qual foi, por exemplo, a grande lição aprendida por Paulo referente à questão do espinho na carne? Foi esta: «Quando estou fraco, então estou forte». Através da fraqueza física, Paulo foi instruído sobre esta manifestação da graça de Deus.
6. Devo, então, considerar as circunstâncias e condições, não como elas são em si mesmas, mas como uma parte das formas pelas quais Deus me trata na obra de aperfeiçoar a minha alma e de me conduzir à perfeição final.
7. Quaisquer que sejam as minhas condições no presente momento, são apenas temporárias, são passageiras, e jamais podem despojar-me do gozo e da glória que, no final, me aguardam em Cristo.
Sou de opinião que Paulo raciocinou e argumentou mais ou menos dessa maneira. Ele havia encarado as condições e circunstâncias à luz da verdade cristã e do Evangelho de Cristo, e tinha pensado nestes passos e estágios. E, havendo feito isso, ele diz: «Aconteça o que for que vós julgueis que possa acontecer-me, continuo exatamente onde estava. Aconteça-me o que acontecer, não me abalo».
Devocional recebido de:
http://www.cristoemnos.com.br/2016/11/20-de-novembro-a-logica-de-um-apostolo/#more-542