Diário Musical #4— Ebony And Ivory (Paul McCartney & Stevie Wonder)

Instruções:

• Dê play na música ai do lado
• Enquanto ouve a música, leia o texto o que eu escrevi falando a respeito.
• Crie uma conexão comigo, compartilhe as suas impressões, vamos fazer o mundo sentir a musica de uma forma diferente.

Durante essa semana foi confirmado um boato que já estava rolando a alguns meses, de que em Março/2019 teríamos Sir Paul McCartney retornando a Curitiba após 26 anos. Minha primeira reação foi: “Esse cara fez parte da história da música mundial, mais do que isso, ele foi um dos pilares responsáveis por mudar o curso da música, e a forma como se era feito arte no mundo. Esse é um show que não da pra perder ”.

Ele passará pela América do Sul como uma das pernas da atual turnê “Fresh Up!”, em suporte ao seu último disco lançado, “Egypt Station”, o qual ouvi e gostei de pouca coisa. Inclusive, um dos singles desse trabalho foi uma música chamada “Back In Brazil”, que poderia ser considerado um spoiler do que iria ser anunciado posteriormente.

O que eu acho mais impressionante, é que aos 76 anos de idade, herdeiro de um dos catálogos mais venerados da história da música(Beatles), e com uma coleção imensa de hits em sua carreira solo, ele continua lançando discos. Mais do que isso, ele sempre está buscando se reinventar e estar em contato com gente nova como Kanye West, Rihanna, Ryan Tedder(OneRepublic), Dave Grohl entre outros.

Algo que o torna ainda mais louvável, é essa sede que ele demonstra de buscar sempre se manter relevante no cenário musical com o que ele produz atualmente, e não “apenas” pelos seus feitos no passado. Arriscando, acertando ou errando, não podemos dizer que ele é um cara “acomodado”, pelo contrário, ele me parece muito disponível e muito disposto a fazer coisas novas. Como por exemplo, gravar a bateria da faixa “Sunday Rain”, presente no último disco do Foo Fighters, "Concrete and Gold" de 2017.

Vi algumas entrevistas dele falando que “…ainda adora viajar e fazer shows, e enquanto as pessoas quiserem o ver se apresentar, ele continuará”, o que é uma excelente noticia para nós, fãs.

Bem, eu escolhi essa canção que abre o post por uma razão bem especial. Foi uma música que eu cresci ouvindo em uma coletânea de outro artista que eu adoro também, Stevie Wonder, e eu não fazia idéia que era o Paul McCartney que cantava junto, e mais ainda, é uma composição dele.

“…Ebony and ivory live together in perfect harmony, Side by side on my piano keyboard
Oh, Lord, why don’t we?…”

A história dessa música é muito bonita, pois ela fala de “Ebony and Ivory”, Ébano e Marfim, que são os materiais que constituem as teclas pretas e brancas do piano, respectivamente. Não por coincidência ele chamou Stevie Wonder para gravá-la, que é um musico negro. Essa música evidência uma característica muito presente nas suas composições, que é o de escrever sobre coisas simples, banais e até inocentes em uma primeira audição, mas que na verdade são metáforas para tratar de assuntos muito mais profundos. No caso dessa música em especial, equidade e descriminação racial.

Se você, assim como eu, não conhece muito da carreira solo do nosso querido Macca e ficou curioso para conhecer, eu posso indicar tranquilamente dois discos que eu adoro. São eles:

"Band on The Run" de 1973, talvez o disco mais famoso da sua carreira solo. Um destaque especial para faixa que da título ao disco, que possuí 3 partes totalmente distintas ao longo da música e igualmente empolgantes.

"Flowers in The Dirt" de 1989, que traz canções que lembram bastante suas composições da época dos Beatles. É um disco super leve, relaxante, com uma sonoridade super agradável. Ótimo para deixar rolando num final de tarde na companhia de um belo vinho.

Também criei uma playlist com as músicas que eu considero as mais legais da sua fase solo, e a algumas parcerias que ele fez ao longo desses anos.

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