Um textão sobre Gratidão…

Eu compartilho muita coisa na Internet, então acho que eu tenho o dever de compartilhar a Gratidão.

"… Não toque a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas…"

Dizem que não devemos falar do bem que fazemos, pois senão, não estamos sendo genuínos no ato de fazer o bem. Os antigos "líderes" religiosos Judeus faziam coisas boas em praças públicas apenas para se gabarem de serem justos e misericordiosos. E, segundo a mitologia bíblica, Jesus repreendeu esses "líderes" de forma dura.

Portanto, quando você der algo a um pobre, não toque a trombeta diante de si, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas para serem glorificados pelos homens. Digo a vocês a verdade: Eles já têm plenamente a sua recompensa. Mas, quando você der algo a um pobre, não deixe a sua mão esquerda saber o que a direita está fazendo, para que suas dádivas fiquem em segredo. Então o seu Pai, que observa em secreto, o recompensará. (Mateus 6:2–4)

http://wol.jw.org/pt/wol/b/r5/lp-t/nwt/T/2015/40/6

Por isso, gostaria que as pessoas que lerem este relato entendam que eu não busco receber nenhum tipo de “parabéns”. O que fiz foi minha obrigação moral, como ser humano e como pai. E se compartilho o que fiz é para encorajar outras pessoas a fazerem o mesmo. Quem sabe, se mais de nós tomarmos a decisão de ajudar, mesmo que com muito pouco, poderemos criar uma sociedade menos desigual, mais próspera e menos assistencialista, né?

Quem sabe, se todos nós nos comprometermos, HOJE, a fazer APENAS UMA COISA BOA pelo nosso semelhante, estaremos iniciando uma mudança sem precedentes na nossa história e, por conseguinte, na história da nossa sociedade…

Aqui vai uma inspiração:

E, apenas para reforçar, gostaria de dizer que o exercício da bondade e compaixão pode até não mudar o mundo, mas com certeza pode fazer a diferença na vida de alguém… pode fazer a diferença na vida de quem o faz.

E, depois disso, gostaria de deixar o meu relato. Espero que estes vídeos, junto com o relato que segue, ajude você, não importa quem você seja, o que esteja fazendo agora, e em que momento da vida você se encontre, a ser mais grato pelas inúmeras dádivas que você já alcançou na sua vida.

E agora, segue o relato de um pai, que ainda está emocionado enquanto escreve…

Hoje de manhã, quando eu estava descendo, um homem estava parado na porta do meu prédio, tocando o interfone de alguém. Eu ouvi o interfone tocar insistentemente, até que eu saí do prédio.

Quando saí, ouvi ele dizer que era morador de rua e precisava de roupas. Ele estava querendo ir pegar documentos no “Poupa Tempo” para trabalhar. Mas com as roupas que estava usando, sujo, não o deixariam entrar, nem conseguiria uma oportunidade de trabalho.

Quando passei por ele, ele — educadamente — me abordou. Com uma educação digna de qualquer um dos meus alunos de MBA, e uma reverência no olhar que há muito não via nos olhos de ninguém. Ele me contou sua história e me pediu uma ajuda simples: queria um short e uma camisa, para tomar banho e pegar seus documentos. Ele só queria um pouco de DIGNIDADE.

A Júlia olhou, meio confusa, sem entender porque eu disse para ela voltar pra casa, afinal, estávamos saindo para creche. Após um breve protesto, expliquei que a gente precisava ajudar o moço. Ela olhou para ele, sorriu e disse: “Vamos então, papai.”

Subi explicando para ela que aquele era um homem bom, mas que era muito pobre e precisava de ajuda. E disse que eu ia dar para ele algumas das minhas roupas, assim como peço que ela dê as roupas dela que não servem mais, para as crianças “pobres”.

Comecei a revirar o armário, joguei tudo no chão. Ela perguntou porque eu estava chorando. Eu respondi que, infelizmente, algumas pessoas têm muito pouco, às vezes, quase nada. E que nós devemos ajudar a essas pessoas, porque esse é o jeito certo de mudar o mundo. Ela não entendeu o que eu disse, mas olhando no rosto dela, eu percebi que ela entendeu que aquele momento era algo muito importante, muito sério e que ela precisava ajudar. Ela começou a chorar também.

Disse que ela não precisava chorar, porque eu estava bem. Disse que estava chorando porque é triste ver pessoas que não tem nada, enquanto nós temos tanto, e que por isso, precisamos ajudar, quando podemos, para que as pessoas tenham uma vida um pouco melhor e mais feliz.

Ela começou a separar alguns brinquedos, e eu fiquei olhando. Depois de um tempo, ela me disse: “olha papai… Eu separei alguns brinquedos para dar pro moço brincar. Coloca aí, junto com as roupas.

Expliquei para ela que ele não estava precisando de brinquedos agora, mas que eu ia manter os brinquedos separados para dar para as crianças que precisam. Ela sorriu e disse um simples “… tá bom, papai”.

Separei umas três calças jeans que estavam meio abertas entre as pernas, que eu sempre dizia que ia levar pra consertar, mas nunca levei. Separei bermudas, camisetas, uma camisa ainda em bom estado, para que ele possa procurar emprego. E estou me sentindo culpado por não ter lhe dado sapatos. Eu tinha pra dar. Mas esqueci. Minha cabeça estava tão confusa que não consegui pensar nisso.

Estava sentindo um misto de muita coisa naquele momento. Felicidade, por poder ensinar uma lição importante de vida para minha filha. Tristeza, por ainda ter que conviver com pessoas com tão menos do que eu. Gratidão, pela lição imensa que aquele homem, em sua humildade, me ensinou. Muita coisa para uma Segunda-feira.

Mas certamente, de tudo que senti, a gratidão foi o sentimento mais forte. Gratidão por perceber como sou abençoado. Gratidão por poder ensinar a minha filha que precisamos mudar o mundo com nossas próprias mãos. Gratidão por ser um agente de mudança na vida de outro ser humano, que pelas circunstâncias da vida , naquele momento, era um homem invisível, um “indesejável”, mas ainda assim um ser humano digno, merecedor de respeito.

E me senti muito envergonhado também. Me senti um ser humano menor, ingrato, mesquinho. Lembrei que recentemente eu havia dito que me sentia um fracassado. E quando esse homem, que não tinha nada para me dar, me abordou pedindo simplesmente pela DIGNIDADE de uma muda de roupa limpa, ele me deu o maior presente que recebi em muito tempo: ele me deu um tapa na cara. Daqueles que estala e marca. Ele me mostrou o quanto eu sou abençoado e o quanto sou ingrato.

Eu não sei o nome dele, mas seja ele quem for, esse homem, hoje, mudou minha vida para melhor.

Espero que você tenha um dia tão bom quanto o meu será, com certeza! :)

Não podemos mudar o mundo todo. Mas, com pequenos gestos de gentileza e ternura, podemos mudar o mundo que nos cerca.

Namastê!

Você não precisa de super-poderes para mudar o mundo. Só precisa de pequenos gestos de ternura.

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🎯 Renatho Siqueira MBA™®🎓
🎯 Renatho Siqueira MBA™®🎓

Estuda, então. Mas estuda, em primeiro lugar, aquilo que te habilite melhor a auxiliar os outros! http://t.me/renatho