Itens usados em partidas são receitas inexploradas no Brasil
Buscar novas fontes de receita é vital para clubes de futebol pelo mundo, ainda mais com a incerteza de como serão os negócios pós-vacinação. No caso do Brasil, existe uma oportunidade à disposição, prontinha para ser colocada em prática, mas que ainda segue inexplorada: a venda e/ou o leilão de itens usados por jogadores em partidas oficiais.
Não se trata de novidade. Nos EUA, por exemplo, todas as principais ligas possuem sites próprios onde você pode fazer um lance ou comprar uma camisa, casaco, boné, chuteira ou bola usados por atletas. Na imagem abaixo é possível ver que a camisa usada por Zion Williamson na estreia da atual temporada da NBA, no último 23 de dezembro, está sendo leiloada, com lances na casa de US$5.695. Assim como ela, existem diversas outras opções disponíveis e estas plataformas são atualizadas a cada rodada. Alguns itens não são nem lavados; você pode compra-los com manchas de sujeira, de sangue ou com eventuais rasgos frutos de contatos físicos durante os jogos, o que dá ainda mais valor.
No futebol europeu isso tem sido comum também. A La Liga anunciou esta semana acordo para autenticar peças usadas em jogos com o objetivo de monetiza-las. Outros sites oferecem itens autografados por jogadores de grandes clubes, como Liverpool, Real Madrid e Manchester United. Uma camisa de Luka Modric usada em um simples jogo do campeonato espanhol foi leiloada por mais de 5 mil euros recentemente. No caso do clube espanhol, o valor dos leilões é voltado para a Fundação Real Madrid, mas há várias entidades que criaram um negócio com receitas interessantes.
No Brasil, atualmente as camisas de jogo são de propriedade dos jogadores. Eles costumam dar para familiares e amigos, e depois estes itens acabam comercializados no mercado secundário, sem que o clube ou o atleta ganhem um real. Imagine o quanto o Flamengo não poderia ter feito com camisas usadas na final da Libertadores 2019, por exemplo, ou quanto valerão camisas usadas por atletas do Santos e do Palmeiras nas semifinais da edição atual da competição continental. Entendo que pode haver empecilhos jurídicos em contratos de alguns jogadores, mas nada que não possa ser negociado, afinal seria receita nova para clube e atleta; e se há algum empecilho nos contratos atuais, talvez os clubes possam enxergar esta oportunidade de faturamento e fazer mudanças em contratos futuros que os permitam comercializar tais peças.
Um novo ano está aí e mais do que nunca novas fontes de receita serão necessárias. A venda e o leilão de itens usados em jogos estão aí, prontos para serem testados, com baixíssimo custo de implementação. Fica a dica.