Marie Curie: a polonesa que inventou o raio X e descobriu a radioatividade

Rafaela Hermes
AGEX
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4 min readNov 22, 2018

O nome de nascimento de Marie Curie (1867–1934) era Maria Salomea Sklodowska. Ela nasceu no dia 7 de novembro de 1837, em Warsaw, na Polônia. Era a mais nova de cinco crianças e cresceu numa família pobre, mas com boa educação. Maria ia muito bem em seus estudos e ganhou vários prêmios. Quando tornou-se professora para ajudar nas despesas de casa, ela também participava clandestinamente na “universidade livre”, lendo em polonês para mulheres trabalhadoras que tinha praticamente nenhuma educação.

Seu pai era professor de matemática e física e ensinou Maria e suas irmãs em casa, principalmente quando o governo russo, que dominava a Polônia na época, fechou os laboratórios nas escolas e seu pai trouxe alguns materiais para casa. Em 1891, ela foi para Paris, quando começou a usar o nome “Marie”, e ver palestras de físicos e matemáticos como Gabriel Lippmann, na Universidade de Sorbonne.

Marie Curie, em 1898. Foto: Musée d’Orsay / Franck Raux

Marie conquistou seu diploma em física em 1893, passando em primeiro lugar. No ano seguinte, conquistou o diploma em matemática, ficando em segundo lugar.

Pierre Curie era um químico renomado e chefe do laboratório da Faculdade de Física e Química, e havia conduzido vários experimentos em cristais e eletrônicos. Marie foi pedida em casamento por Pierre e se tornaram inseparáveis até a morte dele, em 1906, num acidente de carro.

Marie buscou estudos em radioatividade, o que levou à descoberta de dois novo elementos, em 1989: o rádio e o polônio — o segundo ela nomeou em homenagem ao seu país natal. Então, os próximos quatro anos levaram a extensivos estudos para as propriedades do rádio. Os Curie usavam o urânio resíduos de urânio descartados numa mina próxima, com muito esforço e aos poucos, conseguiram extrair um decigrama de rádio.

Os experimentos com rádio levaram a impactos marcantes, com Marie sofrendo queimaduras pelos raios. Mas, com essas descobertas, a ciência da radiação se desenvolveu: descobriu-se que o rádio poderia queimar células mortas no corpo, o que mais tarde se transformou na radioterapia.

Os Curie conquistaram o Prêmio Nobel de Física em 1903, junto com o professor Henri Becquerel, pela descoberta da radioatividade.

Pierre e Marie, preparado para um passeio de bicicleta, em 1895. Foto: Encyclopaedia Britannica.

Em 1911, Marie ganhou um segundo Prêmio Nobel, desta vez em Química, pelo isolamento total do rádio e o estudo da natureza e componentes do elemento. Marie foi a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel, assim como a primeira pessoa a ganhar dois prêmios.

Após a morte de seu marido, em 1906, Marie ocupou a vaga de professor de Pierre, tornando-se a primeira mulher a dar aulas na Universidade de Sorbonne. E em 1914, foi construído o Instituto do Rádio na Universidade, devido às suas contribuições.

Durante a Primeira Guerra, Curie, junto de uma de suas filhas, Irène, dedicou-se ao desenvolvimento radiografia X. Em 1918, o Instituto do Rádio, em que Irène havia entrado, começou a operar de fato, e se tornaria um centro universal para física e química nuclear. Curie, desde 1922 sendo membro da Academia de Medicina e no maior ponto de sua fama, devotou suas pesquisas ao estudo de substâncias radioativas e suas aplicações médicas.

Marie tornou-se membro da Comissão Internacional em Cooperação Intelectual pelo Conselho da Liga das Nações. Ela também teve a satisfação de ver o desenvolvimento da Fundação Curie em Paris e a inauguração do Instituto do Rádio em Warsaw, em 1932. Marie também dava palestras especialmente na Bélgica, Espanha, Tchecoslováquia e nas nossas queridas terras tupiniquins.

Marie Curie em seu laboratório em Paris. Foto: Encyclopaedia Britannica

Uma de suas conquistas mais incríveis foi de entender a necessidade de acumular fontes intensas de radioatividade, não apenas para tratar doenças, mas, também, para manter uma quantidade abundante para a pesquisa em física nuclear. Os estoques foram instrumentos importantes até a chegada do acelerador de partículas depois de 1930. O fato do Instituto do Rádio em Paris ter um estoque de 1.5 gramas do elemento em que, com o passar do tempo, acumulou-se rádio D e polônio, teve uma contribuição decisiva para o sucesso dos experimentos feitos por volta de 1930, principalmente àqueles feitos por Irène Curie e Frédéric Joliot. Esse trabalho levou à descoberta do nêutron por Sir James Chadwick e, acima de tudo, da radioatividade artificial, em 1934, por Irène e Frédéric.

Marie Curie morreu de leucemia alguns meses mais tarde, devido à radiação a qual ficou exposta. Suas contribuições para a física foram imensas, não apenas pelo seu trabalho, mas pela influência nas gerações seguintes de físicos e químicos nucleares.

Fontes:

Biography Online

Encyclopaedia Britannica

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