“A gente não humaniza animais, a gente humaniza relações”
Os animais estão cada vez mais presentes na vida das pessoas bem como dentro de suas casas e o cuidado com eles é indispensável. Para isso, é essencial que hajam profissionais aptos a trabalhar em um hospital veterinário, necessário para a formação de estudantes de um curso de Medicina Veterinária.
Por Fabíola Barcelos, Marjorie Paula e Roberta Montiel
Em meio à rotina acelerada, Diego Norte, coordenador do Hospital Veterinário Universitário da UniRitter recebeu a equipe de reportagem. Das 2h em que estivemos nas dependências do HoVet, como é chamado pelos alunos e professores do curso, conseguimos conversar com o médico veterinário por cerca de 30 minutos. Ele não parou um minuto, sempre focado nos seres que estavam lá precisando dele naquele momento. “A gente não humaniza animais, a gente humaniza relações”, afirma Diego.
De acordo com as normas do Ministério da Educação (MEC), é indispensável que um curso de Medicina Veterinária possua um hospital escola, para que dessa maneira haja aprovação dos alunos no curso.
O HoVet começou a atender a comunidade em 2017. O hospital oferece uma oportunidade de atuação para estudantes de outros cursos, desde a publicidade, que envolve cursos da comunicação, até a área de moda, na criação das roupas de uso dentro das dependências do hospital.
Inclusive, no dia da entrevista, Diego Norte usava um uniforme vermelho e uma touca cirúrgica confeccionada pelo curso de moda da universidade. Também há oportunidades de atuação para as áreas de psicologia, engenharia, enfermagem e direito.
Como em outras universidades que possuem o curso de Medicina Veterinária, o HoVet atende a comunidade sem perder o foco nas aulas. “O nosso primeiro objetivo é o suporte ao acadêmico”, diz Diego Norte. “O hospital escola só existe para o aluno ver como se trabalha com essa rotina. A ideia é a gente não ter um hospital escola para ganhar dinheiro”, afirma.
Qual a importância de um hospital veterinário?
A professora do curso de veterinária da UniRitter Amanda Andrade explica que o HoVet disponibiliza diferentes especialidades de atendimento e experiências para os alunos. Mesmo não sendo o foco, o hospital também se torna importante por auxiliar uma população mais carente de recursos financeiros. “As aulas práticas, por exemplo, possibilitam o atendimento de pacientes reais. Lembrando que o principal objetivo é o ensino aos alunos, não existindo qualquer interesse comercial”, diz.
Aluna do curso de veterinária na UniRitter, Caroline Marques está na fase do trabalho de conclusão de curso. Ela acredita que a Medicina Veterinária se faz importante não apenas para cuidar dos animais, mas também para trabalhar no controle de zoonoses e alimentos. Além do amor pelos bichos, a estudante revela um outro motivo por ter escolhido a profissão: “É uma área que tem crescido muito nos últimos tempos”.
Do inglês à medicina veterinária
A estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Luciana de Jesus deixou a profissão de professora de inglês para se dedicar à nova profissão. Com 32 anos, conta que os animais estão cada vez mais saindo dos pátios e entrando nas casas e por isso a veterinária é muito importante para manter a saúde destes bichos que convivem tão perto das pessoas.
O curso na UFRGS também possui um hospital veterinário universitário, como exigência do MEC, e, assim como o da UniRitter, atende a comunidade. Luciana ressalta que a estrutura de um hospital é fundamental para complementar o aprendizado no curso. “É especialmente necessário para os alunos que pretendem seguir a área de clínica de pequenos animais. O hospital permite que acompanhemos consultas, exames e possamos desenvolver raciocínio clínico e por em prática o que aprendemos em sala de aula”, afirma.
A veterinária no trabalho voluntário
O projeto Patas Dadas existe desde 2009, e surgiu da necessidade de acabar com os maus tratos e envenenamentos que estavam ocorrendo em um dos campi da UFRGS. Em 2011 se tornou uma associação sem fins lucrativos. Atualmente o Patas Dadas se sustenta de doações, parcerias e conta com mais de 50 voluntários na ajuda com os cães abandonados.
A estudante de Engenharia Civil Gracielly Carollo se tornou voluntária da associação em 2016. Explica que atualmente existem alguns que estudam medicina veterinária, mas que nenhuma ainda é formado. “Os nossos cães vão sempre nos profissionais que nos orientam e ensinam para das as medicações. Alguns exames, como de sangue eles coletam e levam para as veterinárias, a fim de antecipar os tratamentos”, diz. Mesmo vinculada, a Associação Patas Dadas não utiliza o hospital veterinário da UFRGS e conta com os outros pet shops para o suporte e cuidados com animais.
Texto produzido na disciplina de Redação Jornalística do curso de Jornalismo do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) campus Zona Sul. Supervisão: Prof. Roberto Villar Belmonte