Às de Paus: O Poder Feminino.
O contexto da carta, conforme havia dito no texto anterior, veio de uma necessidade atual minha de expressar o feminino por meio da arte, e ao achar o significado da carta Às de Paus, que dentre suas várias palavras, iniciou sua definição com “fertilidade feminina”, me senti inspirada para fazer a carta que denomino de “O Poder Feminino”.
A parte de fazer à mão, tira a ideia de perfeição, de correção imediata de erros e traz um resultado “cru”, pois, apesar de partir de algo programado, o corte nunca será igual ao que seria impresso, a diagramação provavelmente não será exata, mesmo delimitado por réguas.
Desenhei os elementos da carta no computador com a mesa digital, depois de testar rascunhos no papel e tive a chance de misturar o digital com o “físico”. Usei imagens e tipografia feitas por mim e imprimi para montar a carta manualmente.
Apesar de parecer um processo “fácil”, teve muita dificuldade envolvida, inclusive a do desapego, pois não ter o total controle do processo e deixar-se fluir para chegar ao resultado, traz na maioria das vezes, para mim, algo inesperado.
Eu tinha uma ideia em mente que foi se modificando de acordo com a montagem dos elementos da carta. Primeiro, pensei em atender aos requisitos solicitados, depois as ideias foram surgindo e usei para incrementar o todo.
Agora sobre a carta e seus elementos, vou destrinchar como resolvi agregar os requisitos de cor, ritmo, equilíbrio, textura, escala, modularidade e padronagem.
A escolha da paleta de cor foi intuitiva, com a limitação de apenas 5 cores, contando com o preto e branco que já pretendia usar, resolvi usar 3 cores que se assemelhassem a cores de pele, mas que não necessariamente determinassem e excluíssem, então usei o rosa, laranja e roxo.
Para o equilíbrio usei as mãos dadas que estão dispostas refletidas dos dois lados da carta e ainda mais a forma que dispus as palavras e o Às e o Paus de forma simétrica.
A parte de textura, escala, modularidade e padronagem vieram na construção do Às, composto pelas formas que se assemelham à mulheres. A forma modular e a repetição formaram uma padronagem.
Por fim, o ritmo foi acrescentado enquanto estava construindo e montando a frente da carta, que me veio à cabeça de que as palavras já formavam um ritmo, mas que poderiam criar uma ideia maior de movimento e deixei os cortes dos meios como se tivessem sendo levados para uma direção pelo vento.
Eu adorei o resultado, apesar do trabalho de desenvolve-lo, das colas que mancham e da tesoura que às vezes passa direto, a aplicação dos elementos é bastante enriquecedora e eficaz e com certeza fez eu chegar em um cartaz melhor do que eu pretendia inicialmente.
