JUSTIÇA DE MARÉ _ FINALIZADA

frente e verso
  • conceito da carta (concepção geral)

partindo do arcano “a justiça”, que segundo a numerologia é o arcano (salvo engano) equivalente ao meu nome, comecei a pesquisar formas de representação desse arcano nos mais diversos tarots.

desde o início eu me propus a desenvolver a carta a partir de uma estética afrofuturista e, dessa forma, tomei o tarot egípcio como principal referência.

é importante que se diga, inicialmente, que o conceito absurdamente complexo e vasto de justiça, quando expressado a partir de conjuntos simbólicos que geralmente se parece com a têmis: divindade grega, filha de urano e gaia, que aparece com uma venda sob os olhos e carregando em uma mão uma balança e, na outra, uma espada.

na contramão da concepção imagética de justiça citada, encontrei no tarot egípcio a deusa maat, sem venda sob os olhos, com uma adaga em uma mão e a outra mão quase tocando uma balança elevada, próxima à sua cabeça.

a partir da imagem egípcia, desenvolvi meu arcano utilizando a imagem de Okoye (guerreira fictícia protetora de Wakanda no universo de Pantera Negra) segurando uma lança em uma mão e, com a outra, quase tocando uma balança (que simboliza a busca pelo equilíbrio) elevada. também tendo colocado na composição, em oposição a Okoye, uma planta — a fim de representar enquanto símbolo o equilíbrio existente na natureza quando não há interferência humana.

  • explicação do uso dos conceitos gráficos (cor, ritmo, equilíbrio, escala, textura, módulos e padrões)
  1. cor

na parte da frente da carta, optei pela utilização do branco — principalmente no background — e por cores terrosas (marrom, verde e vermelho). além disso, também utilizei a cor amarela
já no verso da carta, optei por manter o background branco e fazer intervenções somente com a cor azul sobre o fundo.

  1. ritmo

no que diz respeito à frente da carta, estruturei os elementos de forma que Okoye, mesmo não estando no centro da imagem, fosse o elemento gráfico que chamasse mais atenção. assim, o ritmo se desenvolve a partir de um olhar que começa nela e, por conta de seu braço elevado, é guiado à balança e depois passa a perceber os outros elementos da composição.

já a respeito do verso, há uma dissonância entre o ritmo criado pela textura dentro do sol no centro da imagem, que é mais fluido e “natural” e o ritmo explorado pelas linhas retas e simétricas do contorno da carta.

3. equilíbrio

4. escala

no que diz respeito à escala dos elementos, utilizei-a para dar destaque à imagem de Okoye deixando-a em maior escala do que os outros elementos. além disso, apesar da balança estar em escala menor dentro da construção da imagem ela tem destaque pelo fato de estar elevada e ter sido desenhada em vermelho — cor que chama bastante atenção.

5. textura

foram utilizadas diversas texturas, a maior parte delas resultante da pintura de elementos pelo uso de lápis de cor ou do uso misto de lápis de cor e hidrocor.

6. módulos e padronagem

o único momento no desenvolvimento estético que foi utilizada a repetição de módulos para a criação de uma padronagem foi na construção das grades que servem de moldura à representação da justiça. elas são estruturadas a partir de dois módulos diferentes que se revesam na posição vertical: um quadrado dividido no meio por uma linha e um quadrado com um círculo dentro.

7. explicação do processo (dificuldades e soluções encontradas)

minha maior dificuldade no processo de desenvolvimento da carta foi o fato de que não consegui desenvolver a carta a partir das técnicas que eu planejei fazê-la.

isso porque, inicialmente pensei em fazer a construção da retórica visual a partir do uso de colagens e bordado no papel, utilizando o desenho sobre a tela de maneira subsidiária. no entanto, ao começar a executar o projeto percebi que seria mais fácil atingir o objetivo desejado utilizando majoritariamente o desenho. por conta disso, o tempo de trabalho na carta aumentou bastante.

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