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romper silêncios é o primeiro passo para a cura.

é a frase que está na primeira página da fanzine, tirada do poema citado por djamila ribeiro ao final da música “manifesto/pule, garota” do grupo rimas e melodias.

de ontem para hoje consegui, finalmente, trabalhar na versão final da fanzine. de última hora, me dei conta que o papel que eu planejava usar como base deixa vazar para o lado oposto a tinta da caneta. resolvi, então, pensar uma outra forma de passar a mensagem que pretendia.

tornei, então, a fanzine um projeto mais voltado para a mensagem. à forma mais efetiva possível de dar visibilidade às palavras do poema.

simbolicamente, utilizei as cores amarelo e preto, tanto em analogia ao movimento negro quanto em referência à cor utilizada no mês de setembro por diversas campanhas relacionadas à promoção da saúde mental.

durante o processo de adaptação, pensei com mais profundidade a respeito de qual a funcionalidade possível desse artefato. a sensação que eu gostaria que uma mulher sentisse ao ler a fanzine é a sensação fortuita e cúmplice que eu sinto todas as vezes que ocupo ou construo atividades de espaços feministas. um convite à manifestação da existência também através de micro revoluções diárias.

entendi que, apesar de não saber indicar uma única funcionalidade enquanto prioritária daquele artefato, tenho uma certeza: se eu pudesse, tornaria ele um produto de massa. fácil de fazer, com baixo custo e ampla distribuição.

assim, reestruturei a forma como faria: diminui de maneira contundente a quantidade de papel utilizada, decidi não utilizar imagens e estruturei a estrutura do fanzine apenas com dobraduras e recortes: sem ser necessária a encadernação.

como resultado, desenvolvi uma fanzine de bolso todo trabalhado no lettering. a confecção demorou mais do que imaginei que iria demorar e, nesse sentido, é importante dizer que qualquer possibilidade de distribuição minimamente grande do material demandaria a produção de uma versão digital.

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