Hierarquia Visual

vinicius baltar pires
3 min readOct 1, 2018

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*Este texto irá analisar duas capas de revista, comparando a composição de ambas no contexto de uma atividade pedagógica para a cadeira de estudos em Representação.*

A hierarquia visual consiste no posicionamento e ordem de relevância entre os elementos de uma mensagem que se deseja transmitir. Na produção de uma mensagem gráfica, não há um aspecto singular que conduz a transmissão de informação, mas sim a harmonia entre os elementos que a compõe. Dito isso, iremos analisar como as seguintes capas da revista Entertainment Weekly se diferenciam na sua produção:

A primeira das capaz é de 25 de Agosto em 2005, referente à série de TV ‘‘Dr.House’’. Esta será a “boa capa” da análise e explicarei o porque. Começando pelo nome da revista, sobreposto pelo protagonista da série, o que pode inicialmente passar uma impressão de desorganização é na verdade uma característica da própria Entertainment Weekly, servindo para dar ainda mais destaque ao tópico principal da revista que geralmente toma o espaço inteiro da capa. Em seguida, temos as notícias. Embora o tema principal esteja posicionado na direita, contradizendo a forma ocidental de leitura(da esquerda para a direita), a fonte utilizada é notavelmente maior do que a dos outros assuntos retratados. A falta de tópicos ao seu redor também ajuda a enfatizar sua importância, assim como o coloração laranja e escala da palavra “House”, aludindo ao protagonista da série de mesmo nome e conteúdo principal desta edição da revista. É interessante denotar também que enquanto os outros tópicos possuem o título em laranja seguido pela descrição em branco, o assunto principal se apresenta na ordem contrária de posicionamento e coloração, realçando ainda mais a importância da matéria. A coloração é bastante utilizada para criar harmonia entre os tópicos retratados e estética visual, com os principais coloridos com laranja e branco, seguido pelas menores atrações em ciano(com exceção do nome da revista), utilizando cores que se complementam ou destacam.

Já a mais recente capa da mesma revista, publicada em 18 de Agosto de 2017, parece ter regredido em boa parte dos pontos previamente elogiados. Onde antes havia organização, agora há caos. Há um excesso de informação na composição da capa, que é mal-arranjada e contribui para a desorientação do leitor. As fontes utilizadas, por serem visualmente muito diferentes uma da outra, geram uma sensação de inconsistência. As cores que antes serviam de guia e complemento estético para o leitor, agora estão ausentes e são pouco utilizadas. Combinando a monocromia com o posicionamento aparentemente aleatório dos tópicos retratados e nós temos uma sensação de confusão, em que não se sabe o que deveria ser lido primeiro. Embora a escala das fontes ainda seja utilizada com esse propósito, a monocromia dos outros tópicos gera distração e desconforto. Com isso, concluo minha análise.

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